Angra 3

Ibama dará parecer sobre usina até o fim de maio

Agência Brasil
02/04/2008 12:47
Visualizações: 121 (0) (0) (0) (0)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) espera  ter, até o fim de  maio próximo, um parecer sobre a questão do licenciamento ambiental para a construção da Usina Nuclear Angra 3. Na última semana, o Ibama encerrou uma série de quatro audiências públicas que foram solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça. Elas foram realizadas nos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, no estado do Rio, e de Ubatuba, em São Paulo.


O diretor da Área de Licenciamento Ambiental do Ibama, Roberto Messias,  informou à Agência Brasil  que tudo o que foi dito nas audiências será considerado. “Nós temos 15 dias de prazo  para receber todas as novas contribuições e opiniões. E depois vamos fechar o parecer com a área técnica”. Roberto Messias considera prematuro afirmar que o licenciamento ambiental para a usina será concedido. “Hoje, eu não posso dizer. A equipe está analisando e vai considerar tudo à luz do que foi dito nas audiências públicas”. 


A coordenadora da campanha antinuclear da Organização Não-Governamental (ONG) ambientalista Greenpeace, Beatriz Carvalho, disse que a opção de energia nuclear não tem viabilidade no Brasil. “A gente sempre foi contra e continua sendo contra”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil. Beatriz participou das audiências públicas sobre a Usina Nuclear Angra 3, promovidas na última semana no Rio de Janeiro e São Paulo pelo Ibama. Ela considera que essas audiências são importantes porque representam  “o único momento realmente democrático” que o brasileiro tem para discutir se quer ter essa solução energética no país, mas disse que Angra 3 vai contribuir muito pouco para a matriz energética brasileira, em comparação com o potencial energético do país, a partir de outras fontes  renováveis, que seriam  “seguras e limpas”. O aumento, em termos de fornecimento de energia, seria de apenas 1% na matriz energética, acrescentou.

 

Ela lembrou que o ponto principal que o Greenpeace debate na questão nuclear está ligado à insegurança, à falta de soluções para o lixo de alta radioatividade e à instabilidade geopolítica “que  gera o país que tem a tecnologia nuclear”.  Lembrou ainda que o Greenpeace é totalmente contra o uso dessa energia para quaisquer finalidades, a não ser para fazer exames médicos. "Mas, para geração de energia, a gente é contra”.

 


O vice-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Ronaldo Fabrício, descartou o argumento defendido pelos ambientalistas de que a energia nuclear tem custo elevado.  Em entrevista à Agência Brasil, ele afirmou que não se pode tomar como exemplo, no caso da Usina Nuclear Angra 3, as usinas anteriores de Angra 1 e 2, porque  “elas foram construídas numa época em que você não tinha recursos para tocar o cronograma original”.

 

Fabrício reconheceu que Angra 3 vai adicionar uma parcela pequena de energia (1%) à matriz brasileira, mas observou que os 1.350 megawatts (MW) que vão ser ser introduzidos quando a usina entrar em operação têm 95% disponibilizados. ”Essa energia pode ser usada em 90% do ano. Essa energia equivale a uma hidrelétrica de 2.500 MW, porque a hidrelétrica gera 50% de disponibilidade, porque ela gera na época molhada e na época seca  ela não tem a mesma potência”. Acrescentou que a usina eólica [gerada pelo vento] tem entre 30% e 35% de disponibilidade. Portanto, uma usina como Angra 3 equivaleria a 4 mil MW de uma de energia eólica.


A expectativa de Fabrício é de que após as audiências públicas realizadas na última semana pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),  deverá ser concedida a licença ambiental para a construção de Angra 3. Para ele, as audiências são positivas na medida em que servem para  mostrar à população que a energia nuclear não é perigosa, é econômica e não polui. "A audiência pública é um excelente instrumento para que a população tome contato com a realidade”.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
RenovaBio
ANP publicará lista de sanções a distribuidores de combu...
26/06/25
Logística
Gás natural: a ANP fará consulta pública sobre Plano Coo...
26/06/25
Transição Energética
ENGIE Day celebra 10ª edição com debates sobre regulação...
26/06/25
PPSA
Leilão da PPSA comercializa 74,5 milhões de barris de pe...
26/06/25
Combustíveis
Governo aprova aumento de etanol na gasolina de 27% para...
26/06/25
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
26/06/25
Margem Equatorial
Em Belém, presidente do IBP defende pesquisas na Margem ...
26/06/25
ANP
Publicado edital do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2025
26/06/25
Leilão
PPSA espera uma arrecadação potencial de R$25 bilhões n...
25/06/25
Combustíveis
ICL alerta para riscos à qualidade dos combustíveis com ...
25/06/25
Oportunidade
CNPEM e USP fazem acordo para oferecer bolsas a pesquisa...
25/06/25
Transpetro
Transpetro reforça investimentos em frota, eficiência e ...
25/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Zinga Metall Brasil participa do Bahia Oil & Gas Energy ...
25/06/25
PetroRecôncavo
PetroRecôncavo celebra 25 anos com investimentos robusto...
25/06/25
Biocombustíveis
Posicionamento IBP - Elevação do percentual de mistura d...
25/06/25
Etanol de milho
Abertura da China amplia parceria estratégica para copro...
25/06/25
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
25/06/25
Negócio
Copa Energia adquire parte da GNLink e avança em estraté...
25/06/25
Etanol
ORPLANA recebe apoio de associações em defesa do CONSECA...
25/06/25
Leilão
PPSA divulga Limite Mínimo de Preço para o 5º Leilão de ...
24/06/25
PD&I
Nexio apresenta soluções de inovação digital na SP Offshore
24/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22