Negócios

HRT já prepara venda de ativos

Programa exploratório não trouxe resultados esperados.

Valor Econômico
23/07/2013 13:55
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Depois de um caro programa exploratório que não trouxe resultados esperados, a petrolífera independente HRT, criada pelo empresário Marcio Mello, já se prepara para um cenário de desmonte. A empresa está contratando um assessor financeiro para avaliar perspectivas para trazer valor para os acionistas, o que inclui sua liquidação, segundo apurou o 'Valor' com uma fonte qualificada. Entre as instituições interessadas no processo estão Goldman Sachs, Credit Suisse e Citibank. A empresa confirmou a contratação da assessoria, mas não o nome dos bancos ou o propósito dos serviços.
Com um poço seco na Namíbia após perfurar uma área não comercial naquele país, as opções da HRT começam a ficar mais estreitas. Depois do resultado do poço Murombe divulgado na sexta, que era seco, a HRT anunciou ontem (22) alterações no seu programa de venda de ativos. Mudou o acordo de venda de helicópteros para a Erickson Air-Crane (eram 14 e agora serão seis aeronaves) e houve redução do valor do contrato de uso dos equipamentos, que antes era por um período de três anos e agora será de um ano.
Segundo a empresa, o preço da transação ficará entre US$ 26 milhões e US$ 40 milhões, o que vai depender de cláusulas contratuais que não foram informadas. Os outros oito helicópteros estão à venda. As aeronaves custaram R$ 127,52 milhões, como informa a companhia em seu balanço.
A redução no contrato com a Erickson Air-Crane, negociado há um ano, é resultado da freada no programa exploratório da HRT na Amazônia, já que o volume de pessoas transportadas pela companhia aérea para a selva depende do nível de atividade da companhia. Uma fonte informou que a HRT decidiu reduzir à metade o programa de sísmica na região, que era para cobrir uma área de 1,5 mil quilômetros, e não vai mais perfurar nenhum poço depois que o poço HRT-11 se mostrou seco.
"A companhia não vai mais gastar US$ 1 bilhão na Amazônia nos próximos três anos", resumiu a fonte, para quem os problemas da HRT são menores que os da OGX porque a empresa não tem dívidas e nem está alavancada.
Também estão à venda quatro sondas desmontáveis que podem ser transportadas por helicóptero cujo valor de mercado varia entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões, segundo estimativa da companhia.
Não são ativos fáceis de vender no Brasil, onde se utiliza sondas em terra mais simples. Esse tipo de equipamento pode interessar a prestadores de serviços para a Petrobras na região ou empresas que operam na região amazônica do Peru, Colômbia e Venezuela.
Outra empresa incluída no programa de vendas da HRT foi a IPEXco, prestadora de serviços de análise geoquímica e modelagem 3D para a indústria de petróleo que foi criada antes da própria HRT e depois se tornou uma subsidiária. A petroleira continua procurando sócios para os blocos na Namíbia (onde vai perfurar um terceiro poço chamado Moosehead) e estuda alternativas de escoamento para os cerca de 1,5 trilhões de pés cúbicos de gás (TCFs) descobertos na Amazônia.
O fracasso da campanha exploratória em duas frentes para uma companhia pequena como a HRT levou o Credit Suisse a prever em 25% as chances de liquidação da companhia, cujo caixa está sendo gasto de forma acelerada. No primeiro trimestre ela tinha R$ 687 milhões no caixa, já descontados US$ 70 milhões para pagamento à Transocean, dona da sonda, e a Schlumberger pelas atividades na Namíbia.
"A questão principal é saber se a venda de ativos, redução de custos e as iniciativas de monetização de gás podem ser feitas rapidamente para que a posição de caixa da HRT possa ser preservada", diz um relatório do Deutsche Bank.
Uma fonte que conhece a empresa critica a venda de ativos sem um de redução de despesas e funcionários, lembrando que a HRT já tem problemas de liquidez porque grande parte do caixa já está comprometido com as atividades no Solimões, Namíbia e a aquisição do campo de Polvo. A empresa comprou Polvo da BP em maio por US$ 135 milhões, a serem financiados pelo Credit Suisse depois que a aquisição for aprovada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Essa fonte acha que o mercado não está atento às recentes declarações da diretora-geral da agência, Magda Chambriard, que voltou a questionar, em Londres, a classificação da HRT como operadora "A", o que pode trazer dificuldades. Sem petróleo e sem poder monetizar seu gás, entre os principais ativos da HRT, segundo o mercado, estão créditos fiscais calculados em R$ 624 milhões pelo Credit Suisse. O Itaú BBA vê preço justo de R$ 3,00 para as ações da companhia, um pouco abaixo dos R$ 3,20 estimados pelo Credit Suisse. Já o Deutsche avalia a HRT em R$ 1,50. As ações fecharam ontem negociadas por R$ 1,71, com queda de 15,34% e volume de R$ 33 milhões.

Depois de um caro programa exploratório que não trouxe resultados esperados, a petrolífera independente HRT, criada pelo empresário Marcio Mello, já se prepara para um cenário de desmonte. A empresa está contratando um assessor financeiro para avaliar perspectivas para trazer valor para os acionistas, o que inclui sua liquidação, segundo apurou o 'Valor' com uma fonte qualificada. Entre as instituições interessadas no processo estão Goldman Sachs, Credit Suisse e Citibank. A empresa confirmou a contratação da assessoria, mas não o nome dos bancos ou o propósito dos serviços.


Com um poço seco na Namíbia após perfurar uma área não comercial naquele país, as opções da HRT começam a ficar mais estreitas. Depois do resultado do poço Murombe divulgado na sexta, que era seco, a HRT anunciou ontem (22) alterações no seu programa de venda de ativos. Mudou o acordo de venda de helicópteros para a Erickson Air-Crane (eram 14 e agora serão seis aeronaves) e houve redução do valor do contrato de uso dos equipamentos, que antes era por um período de três anos e agora será de um ano.


Segundo a empresa, o preço da transação ficará entre US$ 26 milhões e US$ 40 milhões, o que vai depender de cláusulas contratuais que não foram informadas. Os outros oito helicópteros estão à venda. As aeronaves custaram R$ 127,52 milhões, como informa a companhia em seu balanço.


A redução no contrato com a Erickson Air-Crane, negociado há um ano, é resultado da freada no programa exploratório da HRT na Amazônia, já que o volume de pessoas transportadas pela companhia aérea para a selva depende do nível de atividade da companhia. Uma fonte informou que a HRT decidiu reduzir à metade o programa de sísmica na região, que era para cobrir uma área de 1,5 mil quilômetros, e não vai mais perfurar nenhum poço depois que o poço HRT-11 se mostrou seco.


"A companhia não vai mais gastar US$ 1 bilhão na Amazônia nos próximos três anos", resumiu a fonte, para quem os problemas da HRT são menores que os da OGX porque a empresa não tem dívidas e nem está alavancada.


Também estão à venda quatro sondas desmontáveis que podem ser transportadas por helicóptero cujo valor de mercado varia entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões, segundo estimativa da companhia.


Não são ativos fáceis de vender no Brasil, onde se utiliza sondas em terra mais simples. Esse tipo de equipamento pode interessar a prestadores de serviços para a Petrobras na região ou empresas que operam na região amazônica do Peru, Colômbia e Venezuela.


Outra empresa incluída no programa de vendas da HRT foi a IPEXco, prestadora de serviços de análise geoquímica e modelagem 3D para a indústria de petróleo que foi criada antes da própria HRT e depois se tornou uma subsidiária. A petroleira continua procurando sócios para os blocos na Namíbia (onde vai perfurar um terceiro poço chamado Moosehead) e estuda alternativas de escoamento para os cerca de 1,5 trilhões de pés cúbicos de gás (TCFs) descobertos na Amazônia.


O fracasso da campanha exploratória em duas frentes para uma companhia pequena como a HRT levou o Credit Suisse a prever em 25% as chances de liquidação da companhia, cujo caixa está sendo gasto de forma acelerada. No primeiro trimestre ela tinha R$ 687 milhões no caixa, já descontados US$ 70 milhões para pagamento à Transocean, dona da sonda, e a Schlumberger pelas atividades na Namíbia.


"A questão principal é saber se a venda de ativos, redução de custos e as iniciativas de monetização de gás podem ser feitas rapidamente para que a posição de caixa da HRT possa ser preservada", diz um relatório do Deutsche Bank.


Uma fonte que conhece a empresa critica a venda de ativos sem um de redução de despesas e funcionários, lembrando que a HRT já tem problemas de liquidez porque grande parte do caixa já está comprometido com as atividades no Solimões, Namíbia e a aquisição do campo de Polvo. A empresa comprou Polvo da BP em maio por US$ 135 milhões, a serem financiados pelo Credit Suisse depois que a aquisição for aprovada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Essa fonte acha que o mercado não está atento às recentes declarações da diretora-geral da agência, Magda Chambriard, que voltou a questionar, em Londres, a classificação da HRT como operadora "A", o que pode trazer dificuldades. Sem petróleo e sem poder monetizar seu gás, entre os principais ativos da HRT, segundo o mercado, estão créditos fiscais calculados em R$ 624 milhões pelo Credit Suisse. O Itaú BBA vê preço justo de R$ 3,00 para as ações da companhia, um pouco abaixo dos R$ 3,20 estimados pelo Credit Suisse. Já o Deutsche avalia a HRT em R$ 1,50. As ações fecharam ontem negociadas por R$ 1,71, com queda de 15,34% e volume de R$ 33 milhões.

 

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