<P>O presidente da CNA, Eduardo Bastos, lembrou que o grupo operou no mercado de cabotagem até o final da década de 90, quando vendeu os ativos de navegação marítima para a chilena CSAV, durante a crise que afetou o setor. A intenção do grupo, controlado pelas famílias Borges Torrealba e Can...
Jornal do Commercio - RJO presidente da CNA, Eduardo Bastos, lembrou que o grupo operou no mercado de cabotagem até o final da década de 90, quando vendeu os ativos de navegação marítima para a chilena CSAV, durante a crise que afetou o setor. A intenção do grupo, controlado pelas famílias Borges Torrealba e Canoilas, é agora retomar a divisão para aproveitar o forte crescimento do mercado.
O cenário de demanda É muito positivo e estamos nos preparando. Existem incentivos aguardados para o setor, como a eliminação da tributação sobre a importação de navios, o que nos ajudará a crescer, disse Bastos, referindo-se a estudos do governo para reduzir a zero as tarifas incidentes sobre a importação de embarcações, que somam 55%.
A empresa irá operar no transporte de cabotagem utilizando sistema de barcaças com empurradores. Os conjuntos deverão ser afretados a casco nu (pelo qual a responsabilidade pela contratação da tripulação, manutenção e suprimentos fica a carga da empresa contratante) com a suspensão de bandeira estrangeira, que passará a ser nacional.
Bastos explicou que a empresa irá focar as atividades nos mercados de mineração, siderurgia e produtos agrícolas no transporte de cargas da região Norte em direção ao sul do País. No sentido oposto, pretende trabalhar no
transporte de bens de consumo. Em pequenas escala, quer transportar derivados de petróleo.
Para o transporte dos derivados, entramos com pedido de autorização na Agência Nacional de Petróleo (ANP). Já temos expertise nesse produto por conta do transporte fluvial que realizamos para a Petrobras na região Norte, principal atividade da empresa hoje, explicou o presidente da CNA, companhia que fica sediada em Manaus (AM).
Com a autorização da Antaq, o grupo iniciou a estruturação de departamento comercial específico para a área de cabotagem e busca contratos com as empresas como Alcoa e Alunorte, produtoras no estado do Pará. A intenção da companhia é conquistar inicialmente cargas na região Norte do país, onde considera haver um déficit do serviço.
Apesar da especialização do grupo em movimentação de contêineres por seus terminais nos portos do Rio, Santos (SP) e Imbituba (SC), a Libra não poderia transportar os cofres na cabotagem. Isso porque tem acordo com os sócios na Companhia Libra de Navegação, empresa na qual detém 24% de participação, para não operar contêineres nesse mercado, segundo Bastos.
Com a consolidação da operação, a empresa estuda ainda adquirir um navio. Pretendemos comprar um navio no mercado, o que custaria cerca de US$ 15 milhões para uma unidade de 15 mil toneladas de porte bruto. Seria um navio usado, para transporte de carga geral, explicou o executivo, acrescentando que a empresa quer dar passo de cada vez no projeto.
Ele não descarta utilizar recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), principal fonte de fomento da indústria de construção naval no Brasil, para uma futura encomenda de construção de navios em estaleiros brasileiros, apesar de o projeto para cabotagem ainda estar engatinhando, como classifica o executivo.
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