O First Reserve Corporation (FRC), grupo de investimentos focado na indústria de energia anunciou ontem (3), na Offshore Technology Conference (OTC), o aporte de mais de US$ 500 milhões para a Barra Energia, companhia de exploração e produção independente liderada por João Carlos de Luca, ex-presidente da Repsol YPF no Brasil e presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), e Renato Bertani, ex-presidente da Petrobras America, atual presidente e CEO da Thompson & Knight Global Energy Services e vice-presidente do World Petroleum Council, Conselho Mundial do Petróleo.
Operando estrategicamente em uma enorme gama de setores industriais energéticos, em segmentos que vão desde a energia solar, prestação de serviços como a ancoragem de barcos em águas profundas, exploração e produção, infraestrutura e gasodutos, o First Reserve administra fundos de investimentos que somam US$ 19 bilhões em ativos.
No Brasil, o grupo tem participação em três empresas na área de serviços: CHC (operadora de helicópteros), DOF Marine Subsea e Acteon, britânica que controla a Fluke Engenharia. “Este é nosso primeiro investimento direto em uma empresa brasileira. No entanto, já participamos em empreendimentos de E&P nos Estados Unidos, no Canadá, em Cingapura e na Colômbia”, comentou Will Honeybourne, diretor geral do First Reserve Corporation, em entrevista exclusiva à TN Petróleo.
“Estávamos procurando uma boa oportunidade para atuar no segmento de E&P no Brasil. Com uma economia forte e recursos naturais inexplorados, o Brasil é hoje um lugar atrativo para investir”, disse.
Criada há pouco mais de um ano e agora capitalizada, a Barra Energia está procurando ativos para investir. O plano de negócios da companhia foca áreas em terra e águas rasas.
“Com os recursos sendo drenados para projetos em águas profundas e para o pré-sal, há uma grande oportunidade para uma companhia, além de altamente capacitada, bem capitalizada, atuar para águas rasas e em terra”, avalia João Carlos de Luca. “As pequenas petroleiras tem carência de capital. Capital é fundamental. No entanto, é preciso que o investidor conheça a natureza do negócio, o timing da indústria do petróleo. Esse é o caso do First Reserve”, destacou.
“A idéia é formar uma equipe altamente qualificada, com grande conhecimento geológico das bacias e utilizar novos conceitos, tentar novas idéias”, explica Bertani. “Vamos, certamente, trabalhar em parceria com outras companhias, enquanto aguardamos novos leilões”, disse. “Teremos flexibilidade para atuar também no offshore”.