Manifestação

Greenpeace faz protesto em Angra contra energia nuclear

Ativistas do Greenpeace colocaram hoje quatro turbinas eólicas de três metros de altura flutuando em frente às usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O objetivo do protesto pacífico foi questionar os investimentos do governo federal na retomada do programa nuclear brasileiro enqu

Redação/Assessoria
07/04/2009 15:15
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Ativistas do Greenpeace colocaram hoje quatro turbinas eólicas de três metros de altura flutuando em frente às usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O objetivo do protesto pacífico foi questionar os investimentos do governo federal na retomada do programa nuclear brasileiro enquanto o enorme potencial eólico do país é desprezado.

 

Recém licenciada pelo Ibama, a construção de Angra 3 deverá consumir mais de R$ 9 bilhões de recursos público e agravar o problema do lixo radioativo, que continua sem solução em todos os lugares do mundo. Para o Greenpeace, os investimentos em energia nuclear são de alto risco e acabam desviando recursos das fontes renováveis de energia.

 

“A solução está bem na nossa frente: se o governo brasileiro incorporasse 25% de geração elétrica renovável na matriz até 2020, com investimentos de R$ 160 bilhões, poderia evitar emissões de cerca de 22,5 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano. Em plena crise climática e financeira, investir em fontes renováveis pode ainda gerar 400 mil empregos”, afirma Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. “Seja do ponto de vista elétrico, econômico ou ambiental, o Brasil não precisa de energia nuclear”. 

 

As vantagens das energias renováveis frente à nuclear são enormes. Se, em vez das renováveis, o governo quisesse alcançar 25% de geração elétrica nuclear na matriz energética brasileira, teria que investir aproximadamente R$ 300 bilhões na construção de 30 usinas com a mesma capacidade de Angra II (1.350 megawatts). Esse investimento implicaria na geração de apenas 22,5 mil postos de trabalho, pouco mais que 5% da quantidade de empregos que as renováveis podem criar.

 

Segundo cálculos do Greenpeace, um parque eólico com o dobro da capacidade poderia ser construído em apenas dois anos com o mesmo valor destinado a Angra 3. Artigo recente (1) indica que a tarifa da terceira usina nuclear do país deverá chegar a R$ 260 MWh, quase o dobro do anunciado pela Eletronuclear em 2007 e acima do teto estimado em R$ 220 MWh fixado para energia eólica no leilão agendado para novembro de 2009.

 

“O Brasil precisa de uma lei nacional de renováveis para viabilizar o crescimento desse mercado no país. Existem projetos em tramitação no Congresso que podem viabilizar a segurança elétrica brasileira a partir de fontes como eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas”, disse Rebeca. “O aquecimento global nos obriga a promover uma revolução na forma como produzimos e consumimos energia, e a geração termonuclear está fora desse pacote de soluções climáticas”.

 

Quando comparada a medidas de eficiência energética, as desvantagens da energia nuclear ficam ainda mais evidentes. Dados do PROCEL, programa de conservação de energia do governo federal, mostram que investimentos de R$ 1 bilhão em medidas de eficiência energética poderiam evitar financiamentos de até R$ 40 bilhões para gerar a mesma energia a partir de usinas nucleares, sem os impactos adicionais que vão da mineração e beneficiamento do urânio até o risco de acidentes e a geração de lixo radioativo.

 

Ignorando os problemas nucleares e as oportunidades renováveis, a cooperação nuclear França-Brasil voltou à pauta no encontro dos presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris, no dia 01 de abril para discutir acordos que incluem a construção de submarinos nucleares. Na mesma semana, a indústria nuclear francesa ocupou as manchetes européias com a notícia de que dois altos executivos da EDF, estatal que opera os 59 reatores nucleares em operação na França, foram acusados de espionagem ao Greenpeace e responderão processo judicial.

 


A falta de transparência e outros problemas da indústria nuclear na França foram detalhados pelo Greenpeace no relatório “Fracassos Nucleares Franceses”, cuja versão em português foi lançada em março a bordo do navio Arctic Sunrise, no Rio de Janeiro.

 

O protesto de hoje marcou o final da expedição “Salvar o planeta. É agora ou agora”, que entre os meses de janeiro e abril passou por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. À bordo do Arctic Sunrise, o Greenpeace promoveu dezenas de eventos públicos, protestos e reuniões políticas para alertar a sociedade sobre a gravidade do aquecimento global. Neste período, a organização coletou cerca de 30 mil assinaturas para pressionar o governo Lula a assumir a liderança nas negociações internacionais de clima, especialmente na reunião da ONU marcada para dezembro em Copenhagen.

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