A presidente da Petrobras, Graça Foster, encerrou a Rio Oil & Gas com um alerta à indústria de fornecedores de que não aceitará atrasos em obras contratadas que comprometam a curva de produção da empresa. "A prioridade A,B,C e D da Petrobras é a curva de produção e tudo gira em torno dela", afirmou, acrescentando que "não podemos admitir atrasos".
A executiva deixou claro que fornecedores serão trocados quando necessário, já que os prazos da empresa estão sendo monitorados e "tudo tem que funcionar como um relógio". Ela avisou: "Temos compromisso com a indústria nacional que nos atende bem, mas com a que não nos atende bem, não temos compromisso. Não vamos esperar atrasos e, se necessário, vamos encerrar contratos".
O objetivo da Petrobras com o cumprimento estrito dos prazos é alcançar o crescimento potencial de 15,8 bilhões de barris de petróleo equivalentes (boe) nos próximos anos, garantindo dobrar as reservas atuais da empresa, de 15,7 bi de boe. Para isso, serão realizados investimentos de US$ 236,5 bilhões entre 2012 e 2016, ou o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual brasileiro.
Do total de investimentos previstos pela Petrobras em quatro anos, US$ 131,6 bilhões estarão voltados para Exploração e Produção, com forte impacto na indústria naval e offshore. Para mostrar o acompanhamento em tempo real que os diretores da companhia estão fazendo das obras contratadas, Graça Foster mostrou diversas fotos de construção de plataformas. "Só é possível atingir a curva de produção se os estaleiros cumprirem as atividades contratadas conosco", disse.
Até 2020, a empresa vai garantir 38 unidades estacionárias de produção e 50 novas sondas de perfuração. No caso das sondas, segundo a executiva, "há desafios" com aquelas que serão contratadas no Brasil, com conteúdo local entre 55% e 65%.
De acordo com Graça Foster, a questão do conteúdo local é considerada importante pela empresa, mas é vista com cautela. "Não avançamos além do que podemos, trabalhamos de forma racional". Segundo ela, é fundamental que o País possa contar com fornecedores com capacidade de atendimento. "O desafio é grande, inclusive no que diz respeito à mão-de-obra", observou . Segundo ela, a Petrobras vai qualificar 106.929 profissionais entre 2012 e 2020.