Projetos somam pouco mais de 8,5 mil MW de capacidade instalada.
Valor Econômico
Mesmo com a dificuldade recente para a emissão de licenças ambientais para hidrelétricas, o governo federal pretende oferecer um cardápio de nove usinas do tipo nos leilões de energia deste ano. Os projetos somam pouco mais de 8,5 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, volume superior ao da hidrelétrica de Tucuruí, de 8,370 mil MW, a segunda maior do país.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, admite que pode não ser possível licitar todas essas usinas em 2014. Pela regra, os empreendimento só podem participar do leilão se tiverem a licença ambiental prévia emitida anteriormente.
"Este ano, em termos de hidrelétricas, estamos fazendo um cardápio grande. É claro que a gente não acha que vai conseguir colocar todas elas no leilão, mas existe alguma perspectiva para essas usinas", disse Tolmasquim ao 'Valor'.
Em 2013, o governo conseguiu licitar apenas duas novas hidrelétricas: São Manoel (700 MW) e Sinop (400 MW), ambas no rio Teles Pires (MT). Das novas hidrelétricas, apenas uma já possui a licença. É a usina de Itaocara, de 145 MW, no Rio. A concessão da usina foi devolvida à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pela Light e Cemig, porque a licença ambiental de instalação foi emitida apenas dez anos depois do início da concessão. Com isso, o período para a arrecadação de receita com a hidrelétrica foi reduzido bruscamente.
O projeto que tem concentrado o maior esforço do governo é o da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no rio Tapajós (PA). A configuração atual do empreendimento prevê capacidade instalada de 7,61 mil MW, o que o coloca entre as maiores usinas do país. "Ganhou uma certa velocidade a possibilidade de ser leiloada este ano. É a grande prioridade do setor", disse Tolmasquim.
Devido ao porte da usina, a ideia do governo é fazer um leilão específico para São Luiz do Tapajós. Já as outras usinas devem ser incluídas em um mesmo leilão, do tipo A-5, que negocia contratos com início de fornecimento dentro de cinco anos. Os dois leilões devem ocorrer apenas no segundo semestre.
Entre as outras usinas que o governo pretende oferecer, cinco estão localizadas no Paraná, sendo quatro na bacia do rio Piquiri. No Sudeste e Centro-Oeste, o governo pretende leiloar a usina de Davinópolis, entre Minas Gerais e Goiás. E, no Norte e Nordeste, o governo tentará novamente ofertar a usina de Ribeiro Gonçalves, de 113 MW, no rio Parnaíba (PI-MA). O projeto já foi a leilão em 2012, mas não atraiu o interesse dos investidores.
Além das nove hidrelétricas, o presidente da EPE informou ainda que está prevista a inclusão da expansão da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), nos leilões deste ano. A expectativa é que essa expansão proporcione mais 439 MW de potência ao sistema. A usina, que ainda está em construção, foi projetada inicialmente para gerar 3.150 MW.
O consórcio Santo Antônio Energia, dono da hidrelétrica, é formado por Odebrecht, Furnas, Cemig, Andrade Gutierrez e Cai xa FIP Amazônia Energia. Procurado pelo 'Valor', o consórcio não informou quantas máquinas já estão em operação, nem a capacidade do projeto até o momento.
O presidente também confirmou que está em estudo a possibilidade de realizar um leilão específico para a energia solar este ano. O tema está sendo avaliado pela EPE. Alguns projetos do tipo participaram dos leilões de energia de 2013, porém não arremataram contratos por terem preço de energia mais caro que o dos demais concorrentes, principalmente os parques eólicos.
Com relação às eólicas, Tolmasquim afirmou que duas estações de conexão ao sistema, construídas pela Chesf no Nordeste, entrarão em operação em fevereiro. As unidades permitirão a viabilização de mais de 600 MW de potência de usinas eólicas na região, que já estavam prontas mas não tinham como escoar energia para o sistema.
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