A Tribuna, 01/04/2019
Estão em curso os estudos para a relicitação da área ocupada pelo Grupo Libra, na Ponta da Praia, no Porto de Santos. O trabalho começou antes mesmo da notícia da interrupção das operações na instalação. Porém, não há prazos para conclusão das avaliações ou da abertura de edital.
A Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL), vinculada ao Ministério de Infraestrutura, conduz o processo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Tanto a pasta, quanto a Autoridade Portuária, dizem não ter sido notificados da decisão da empresa de encerrar as atividades.
Diante da falta de informação, a Docas irá oficiar a empresa para confirmar o caso e obter detalhes sobre a decisão divulgada pela mídia. Segundo a estatal, serão questionadas “condições e prazos do encerramento antecipado das operações em áreas arrendadas no Porto de Santos”.
Fim das operações
A justificativa do Grupo Libra para colocar fim às operações tem relação com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) em cancelar a prorrogação de concessão dos terminais da empresa até 2035 e estabelecer vigência até maio de 2020.
“A sentença (em novembro de 2018) criou insegurança entre os armadores quanto à continuidade das operações em Santos”, diz em nota.
A Libra afirma ter buscado uma solução para evitar o encerramento das atividades no cais santista. “As tratativas não evoluíram com a rapidez necessária para dar um mínimo de segurança que permitisse aos armadores reverter a opção de saída, e eles se viram obrigados a buscar outro parceiro no Porto de Santos”.
Irregularidade e dívida
A corte do TCU considerou a renovação do contrato até 2035 irregular, pois, de acordo com a Lei dos Portos, empresas que têm dívidas com a União só podem tratar da ampliação do prazo de concessão de terminais se os débitos estiverem em discussão em um processo chamado arbitragem.
Em janeiro deste ano, o Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá reconheceu a dívida da operadora com a Codesp. Segundo cálculos da estatal, o valor da condenação ultrapassa R$ 2 bilhões. A cifra será divulgada até setembro e a empresa terá cinco anos para quitá-la.
A Tribuna questionou o Grupo Libra sobre os valores e como a empresa pretende pagar a dívida, mas não obteve resposta.
Demais terminais
O Grupo garante que a situação da Libra Terminais Santos não vai impactar nas operações na Libra Terminais Rio, na Libraport Campinas e na Libra Terminal Valongo (Teval).
Fale Conosco
21