Termelétricas

Governo prepara leilão para viabilizar as usinas térmicas

Valor Econômico
05/08/2005 03:00
Visualizações: 554 (0) (0) (0) (0)

O Ministério de Minas e Energia já tem o esboço de um modelo de licitação da energia de usinas termoelétricas, e também uma data para esse leilão: dezembro. Dessa forma, as térmicas não concorrerão diretamente com a energia das hidrelétricas, cuja produção é mais barata.
Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, no modelo em estudo, as térmicas fariam oferta, em leilão, de determinada remuneração para estarem disponíveis. O seu custo de operação também será levado em consideração, mas numa conta separada.
O sistema funcionaria de forma semelhante ao do seguro anti-apagão, que aos poucos está sendo desativado e, se for realmente adotado, beneficiará especialmente a Petrobras. A estatal já apresentou proposta para vender mais de 3 mil megawatts (MW) no leilão de energia nova -- cerca de 30% do total de 10,9 mil MW ofertados no total.
Recentemente, a Petrobras adquiriu a participação dos seus sócios El Paso, Enron e MPX (do empresário Eike Batista) nas usinas Macaé Merchant (900 MW); Eletrobolt (350 MW) e Termoceará (100 MW). As usinas estão sem comprador para a sua energia - um total de 1.450 MW.
Hoje, a Petrobras tem contratos para a venda de 1,5 mil MW das usinas já em operação. O principal desafio, porém, é encontrar mercado para as usinas novas, como a TermoRio, maior térmica brasileira, com capacidade superior a mil MW. A usina está incluída, ao lado de projetos como Ibirité, Três Lagoas, Eletrobolt e Canoas, entre outras, na lista que a estatal habilitou para o leilão
Para definir qual termelétrica é mais competitiva dentro das regras do leilão, está sendo criado um estranho mecanismo chamado de "Índice de Custo e Benefício", que levará em conta vários fatores como por exemplo o grau de inflexibilidade da usina (de acordo com o "take or pay" dos seus contratos de suprimento de gás); os custos de ligação da energia no sistema e a receita fixa total pleiteada pelo investidor no empreendimento.
Segundo Tolmasquim, esse modelo de contrato "por disponibilidade" ainda está sob análise, e estão sendo feitas discussões com os agentes para eventuais ajustes.
O presidente da Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas (Abraget), Xisto Vieira Filho, considera "boa a idéia" do contrato de disponibilidade em elaboração pelo governo. Mas, segundo Vieira Filho, a sua maior preocupação é em garantir a construção de novas usinas térmicas, e não apenas contratar a energia de térmicas existentes, que possuem a prerrogativa de ter energia "botox" (cuja produção pode concorrer em leilão com a energia de usinas que ainda estão por construir).
"Hoje, quem quiser construir uma nova térmica no país tem que apresentar um contrato de suprimento de gás, e isso não é possível porque não há mais gás suficiente no Brasil", diz Vieira Filho.
Sobre a transformação das usinas a gás em bicombustíveis (usariam também diesel ou óleo combustível), o presidente da Abraget considera a medida apenas paliativa.
Já o presidente da Associação dos Produtores Independentes de Energia (Apine), Luiz Fernando Leone Vianna, acredita que o contrato de disponibilidade pensado para viabilizar as térmicas também poderia ser estendido às hidrelétricas. Mas Tolmasquim afirmou que pretende adotá-lo apenas para as térmicas.
Maurício Tolmasquim participou ontem do 7º Enercon, em São Paulo. Durante sua palestra, ele disse ainda que em breve o governo deverá anunciar um pacote de financiamento para o leilão de energia nova, que está sendo fechado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas Tolmasquim não quis dar maiores detalhes sobre esse programa de financiamento porque, segundo ele, ainda não foram definidas taxas, garantias e tampouco o valor dos empréstimos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
OTC HOUSTON 2025
Indústria brasileira vai à OTC 2025 buscando ampliar sua...
28/04/25
Energia Elétrica
Mês de maio tem bandeira amarela acionada
28/04/25
Energia Elétrica
Prime Energy expande atuação em Minas Gerais
28/04/25
Resultado
PPSA encerra 2024 com lucro de R$ 28,8 milhões
28/04/25
Seminário
Estaleiro Mauá realiza Seminário Soluções e Inovações de...
28/04/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana em baixa
28/04/25
Etanol
MG deverá colher 77,2 milhões de toneladas de cana na sa...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Pessoas
Thierry Roland Soret é o novo CEO da Arai Energy
25/04/25
Combustível
ANP concede autorização excepcional para fornecimento de...
25/04/25
Sísmica
ANP aprova aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
25/04/25
RenovaBio
Regulação do RenovaBio trava o mercado e ameaça metas de...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Oportunidade
Últimos dias para se inscrever no programa de estágio da...
24/04/25
ESG
Necta Gás Natural reforça compromisso com princípios ESG...
24/04/25
Investimentos
Bahia vai receber fábrica de metanol e amônia verdes e o...
24/04/25
Pré-Sal
Parceria entre CNPEM e Petrobras mira uso do Sirius para...
24/04/25
Meio Ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
Combustíveis
Gasolina em Alta: Como o Preço do Petróleo e do Dólar In...
23/04/25
Diesel
Após reajuste da Petrobras, preço do diesel volta a cair...
23/04/25
Energia Elétrica
Neoenergia vende 50% de Itabapoana Transmissão
23/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22