Royalties

Governo de SP cria comitês para planejar o pré-sal em Santos

Valor Econômico
01/08/2011 11:16
Visualizações: 873
Em meio às discussões no Congresso Nacional sobre mudanças na distribuição de royalties de petróleo entre estados, municípios e a União a partir da exploração do pré-sal, o governo paulista tem hoje cerca de 200 pessoas trabalhando no planejamento para a chegada dos investimentos da Petrobras no litoral do estado.

Divididos em seis comitês técnicos que compõem o Conselho de Petróleo e Gás de São Paulo (Cepg), os estudos estão sendo tocados efetivamente desde abril deste ano, após a reestruturação provocada pela entrada do novo governo. Um dos grupos, inclusive, está incumbido de alimentar a base paulista no Congresso com dados para defender a manutenção das regras de partilha dos royalties.

A posição do governo paulista é de que a distribuição dos recursos continue como está - apenas entre a União e estados e municípios confrontantes com a plataforma marítima ou afetados pela atividade -, com a criação de um fundo, com recursos da União, para beneficiar os estados não produtores. O governo federal defende ficar com 50% e os demais serem divididos igualmente em todo o país. "Todo modelo tem que ser ajustado, mas não com uma divisão igual", diz o secretário de Energia do estado de São Paulo, José Aníbal.

O Palácio dos Bandeirantes estima que São Paulo pode arrecadar R$ 1,2 bilhão por ano em royalties do pré-sal, receita que cairia à metade com a mudança das regras de distribuição defendidas pelo governo federal.

O estado de São Paulo prevê que R$ 176 bilhões de investimentos privados e públicos serão realizados no litoral até 2025 impulsionados pela exploração do pré-sal. "Pode ser mais, ou menos, mas sabemos que será expressivo", diz Aníbal. As receitas futuras vindas da exploração de petróleo e gás devem se somar aos investimentos do Estado, e não ser usadas para melhorar a sua capacidade financeira. "O diferencial de São Paulo é que temos estrutura, e vamos aumentar", diz o secretário.

Quando o relatório da Comissão Especial de Petróleo e Gás, foi publicado, em outubro do ano passado, o governo de São Paulo anunciou que em um mês seriam publicadas as ações do estado com um cronograma de implantação. Isso não ocorreu.

Segundo Antônio Henrique Gross, subsecretário de Petróleo, Gás e Mineração da Secretaria de Energia, foi uma perspectiva ambiciosa. "Houve a mudança de governo, e só a partir de abril é que começamos realmente a trabalhar. Ainda não temos como publicar um cronograma", diz. No entanto, o site da Cepg, com a publicação das atividades realizadas pelos comitês, deve ser lançado em um mês, afirma o subsecretário.

Entre os trabalhos mais adiantados dos comitês técnicos estão projetos para a formação de mão de obra. Uma das iniciativas foi a aprovação, no fim de junho, da transferência do curso de Engenharia de Petróleo da Faculdade Politécnica da USP da capital para Santos. O próximo vestibular já oferecerá vagas para o curso no litoral. A meta é aumentar as vagas das dez atuais para 50 no curto prazo. Trinta novos professores devem ser contratados até 2013.

Outra política com foco na qualificação de profissionais foi o lançamento do programa Via Rápida Emprego, que oferece cursos gratuitos com duração de no máximo três meses. São 23,5 mil vagas no interior e na Baixada Santista este ano que devem atender também a demanda de trabalhadores na área de petróleo e gás.
 
Na área de energia, o governo identificou áreas para a expansão de dutos de gás próximas às rodovias, o que deve facilitar os investimentos das concessionárias. Também foi detectada a falta de fornecedores de equipamento de cogeração. "Estamos estudando como incentivar o desenvolvimento dessa indústria e baratear o processo", diz Gross.

Os incentivos tributários, por sua vez, devem ser estudados pontualmente, segundo o secretário de Energia, de acordo com as demandas e dificuldades apresentadas pelas empresas. "A análise será feita caso a caso", diz Aníbal. No ano passado, o governo acenou com a redução de Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o setor naval. Não existe ainda uma definição, porém, e segundo o secretário, isso está em estudo na Secretaria da Fazenda.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Margem Equatorial
Rio-Macapá: novas fronteiras levam à região Norte
12/11/25
COP30
Petrobras e BNDES lançam primeiro edital do ProFloresta+...
12/11/25
Evento
ANP participa de conferência de Geofísica Sustentável, d...
12/11/25
Pré-Sal
PPSA aguarda decisão sobre aumento de participação da Un...
12/11/25
Bacia de Campos
PRIO assume operação do Campo de Peregrino com aquisição...
12/11/25
COP30
Portaria sobre embarcações sustentáveis entra em consult...
12/11/25
COP30
Eficiência energética é essencial para desacoplar cresci...
12/11/25
COP30
Embrapii abre chamada pública para capacitação de grupos...
12/11/25
PD&I
União de expertises
12/11/25
Gás Natural
GNLink e Bahiagás firmam contrato para levar gás natural...
11/11/25
Pré-Sal
P-79 deixa estaleiro na Coreia do Sul rumo ao campo de B...
11/11/25
Amazonas
Petrobras e Amazônica Energy firmam primeiro contrato pa...
11/11/25
Refino
Complexo de Energias Boaventura terá unidades de refino ...
11/11/25
COP30
Soluções baseadas na Natureza: mitigar mudanças climátic...
10/11/25
Combustíveis
Etanol registra alta na primeira semana de novembro, apo...
10/11/25
Brandend Content
Oil States participa da OTC Brasil 2025 e reforça seu co...
07/11/25
Resultado
Lucro líquido da Petrobras chega a US$ 6 bilhões no terc...
07/11/25
ANP
XIII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente ...
07/11/25
Indústria Naval
Transpetro lança licitação para contratação de navios de...
07/11/25
COP30
Embrapii participa de atividades sobre inovação na indústria
07/11/25
ANP
Combustível do Futuro: ANP fará consulta e audiência púb...
07/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.