BNamericas
As autoridades bolivianas acordaram na sexta-feira (07/01) estender as exportações de gás natural a Argentina até dezembro de 2005, mas a negociação do preço ficou nas mãos da petroleira estatal da Bolívia - YPFB - e de produtores privados de gás, informou a imprensa.
O ministro argentino de Planejamento Federal, Julio de Vido, se reuniu com o presidente da Bolívia, Carlos Mesa, na sexta-feira em La Paz.
O ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Guillermo Torres, confirmou que as exportações de gás a Argentina aumentariam 4 milhões de m³ por dia (Mm³/d) na atualidade a 6,5Mm³/d no final de 2005, o que se ajustas a um acordo que em outubro de 2004 firmaram Mesa e seu homólogo argentino, Néstor Kirchner.
O proposto Gasoduto do Nodeste Argentino (GNA) somaria outros 20 Mm³/d de exportações de gás a Argentina até 2007.
Para construir o gasoduto, as empresas necessitam ter alguma certeza sobre o preço para o abastecimento de gás, disse à BNamericas o analista da Standard & Poor`s Pablo Lutereau.
O acordo sobre o volume não é tão importante quanto o acordo sobre o preço, porque a Bolívia tem suficiente gás natural para exportar a quantidade que a Argentina deseje, acrescentou Lutereau
No entanto, em Torres nem De Vido afirmaram se o preço das exportações adicionais sería o atual de cerca de US$ 1,6 / MBTU ou se Argentina aceitaria a alta de preços proposta pela Bolívia de 25%, a US$ 2/MBTU.
Torres disse em uma conferência de imprensa depois da reuniao que havia deixado as companhias em liberdade para negociar o preço.
A YPFB atualmente está negociando as tarifas com o produtor espanhol de gás Repsol YPF e coma a brasileira Petrobras, na cidade boliviana de Santa Cruz, agregou Torres.
A Bolívia defende que a Argentina deveria patar US$ 2/MBTU porque esta é a quantidade que atualmente paga o Brasil por cerca de 20 Mm³/d de gás boliviano, mas a Argentina argumento que deveria pagar só a mesma quantidade que receber pelas exportações de gás a Chile, que está entre US$ 1,40 e US$ 1,60 por MBTU.
Torres havia ameaçãdo suspender as exportações de gás em 10 de janeiro se Argentina não aceitasse a alta de preços.
Industrialização do Gás
O novo acordo alcançado na sexta-feira compreende as exportações de gás seco, mas os líquidos de gás natural (LGN) ficarão na Bolívia para serem industrializados em uma planta petroquímica que se construirá próxima a fronteira com Argentina, em Villamontes, informou Torres.
Nenhum executivo argentino nem boliviano se refiriu à data em que se construíria esta planta, mas De Vido sinalizou que a Argentina se encontra prontra para investir no projeto.
De Vido também informou que Argentina está estudanto a possibilidade de expandir a zona franca de Bolívia na província de Rosário, de maneira que o país possa instalar uma planta de liquefação de gás para produzir gás natural liquefeito (GNL) que exportaria à América do Norte.
O tão esperado projeto de exportação do GNL da Bolívia está estancado porque o governo não decidiu se exportar o gás através do Chile ou do Peru. Bolívia não tem acesso soberano à costa.
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