Valor Econômico
Após inaugurar sua primeira fábrica mundial de mangueiras para petróleo em outubro do ano passado, a Goodyear já prepara uma ampliação da unidade, instalada em Santana de Parnaíba (SP), para atender o mercado externo. O investimento, de US$ 4 milhões, será feito em duas fases. A primeira, com aumento de 20% da capacidade instalada, será concluída até outubro. A segunda ficará pronta no ano que vem, com a duplicação da capacidade - chegando a uma produção anual superior a mil mangueiras, de acordo com Renaldo Calderini, diretor geral de produtos de engenharia para América Latina da Goodyear.
Cada mangueira tem 10 metros de comprimento e mais de 1 metro de diâmetro. Feitas de borracha, elas servem para interligar as plataformas até o fundo do mar ou até os navios, sendo que no segundo caso elas são flutuantes. A fábrica, que atualmente tem quase metade dos seus 14 mil m2 desocupados, será plenamente utilizada com a compra de novos equipamentos e a contratação de mais de cem funcionários, segundo o executivo, que trabalha na empresa há mais de 30 anos.
O principal objetivo do investimento é atender as exportações, que representam hoje 70% dos negócios da unidade, com vendas para países da América Latina (como Equador, Venezuela e Peru), Europa, Emirados Árabes, Indonésia, Egito e Líbano. A empresa acaba de fechar contratos com a China e a Colômbia, mas ainda não iniciou os embarques. No mercado interno, a empresa atende a Shell e a Petrobras.
O Brasil é o único país em que a empresa fabrica este tipo de material devido à maior tradição brasileira na extração de petróleo em alto mar, chamada de offshore. Segundo Calderini, a proximidade com a Petrobras foi outro fator importante para a decisão. "A presença consolidada da Goodyear no mercado brasileiro também deu confiança para investir", diz.
Nos próximos três anos, a produção brasileira de mangueiras receberá prioridade nos investimentos da empresa, antes de que a atividade seja estendida para outros países, de acordo com ele.
Menos de um ano depois da inauguração da fábrica, as mangueiras já representam 20% da área de engenharia da Goodyear - que exclui apenas os pneus - e deve dobrar a participação após a expansão. O executivo explica que a empresa, tradicional fabricante de pneus, decidiu entrar neste novo ramo devido à tendência mundial de buscar cada vez mais petróleo em alto mar.
Os primeiros estudos para o desenvolvimento das mangueiras começaram em 2000 e a produção começou quatro anos depois, na fábrica de mangueiras hidráulicas para indústria em Osasco (SP). Com volume pequeno, de cinco a seis peças por ano, a produção foi transferida para Santana de Parnaíba apenas no ano passado.
Apesar de não ser próxima ao mar, o que facilitaria o embarque das peças - que pesam três toneladas cada - a unidade fica próxima de todos os principais fornecedores de matéria-prima, o que reduz os custos de logística, segundo ele.
A parceria com a fabricante de rolamentos SKF, estabelecida há alguns anos para oferecer serviços, produtos e tecnologia aos clientes do segmento industrial, está ganhando ainda mais fôlego com o avanço da empresa no setor petroleiro. "As oportunidades de trabalho para plataformas estão crescendo", diz Calderini.
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