A gestão operacional dos portos marítimos do Brasil e do exterior foi um dos temas do fórum de debates realizados ontem (25) na Rio Pipeline 2013. O consultor da Transpetro Luciano Maldonado defendeu que é preciso haver uma maior eficiência operacional dos portos e navios para evitar vazamentos e acidentes. Segundo ele, 95% do comércio é feito por via aquaviária e, deste total, 75% movimentam petróleo e seus derivados. “É necessário um maior cuidado neste transporte visto que a potencialidade de danos de navios petroleiros é muito maior que de navios conteineiros”, afirmou Maldonado.
O consultor explicou que o número de acidentes diminuiu na última década devido à atuação de entidades internacionais, à maior organização da sociedade civil, ao aumento da exigência dos consumidores, a leis portuárias mais rígidas e ao aumento da freqüência de inspeções em navios e ampliação da regulação. “Antes a maior parte dos acidentes era em alto mar, hoje são mais pertos dos portos. A demanda por petróleo e seus derivados vai continuar crescendo, mas não podemos deixar que isso aumente o risco e a insegurança”, diz o consultor.
Ele cita ainda instituições criadas para promover e incentivar uma maior segurança no transporte aquaviário como a Oil Companies International Marine Forum (OCIMF) que reúne 98 das maiores empresas do segmento no mundo, a Society of International Gas Tanker and Terminal Operators (SIGTTO), voltada especificamente para a área de gás, a Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe (Arpel) e a Society for the Marine and Offshore Terminals Operators (Slom), direcionada para a gestão dos portos.
O palestrante Miguel Jaime Sealy, diretor técnico da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABLT), ressaltou que as principais entraves para a gestão operacional dos portos no Brasil é o excesso de regulamentação, a demora para obtenção de licença, a fraca infraestrutura dos acessos portuários e a precária manutenção da infraestrutura portuária.
Por outro lado, representando o Governo Federal, o superintendente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Bruno Pinheiro, explicou que, com 34 portos e 128 terminais de uso privado, a regulamentação da área é fundamental. Segundo ele, embora as empresas reclamem do excesso de leis, tarifas e burocracia, quando ocorre algum problema a regulamentação é exigida. “O Brasil tem deficiência em operar portos, por isso abriremos o mercado para quem sabe fazer este trabalho”, conclui ele.
*Na foto (da esquerda para a direita): consultores da Transpetro, Luciano Maldonado e Claudio Teixeira Campos, superintendente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Bruno Pinheiro; e diretor técnico da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABLT), Miguel Jaime Sealy.