Redação TN Petróleo/Assessoria UNICA
O ano de 2021 marca a consolidação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A geração de Créditos de Descarbonização (CBios) deve atingir mais de 30 milhões títulos - essa quantidade, somada ao estoque existente no início do ano, supera em mais de 8 milhões de CBios a meta estipulada pelo governo federal para 2021, de aproximadamente 25 milhões de créditos. Isso significa foram evitadas a emissão de mais de 30 milhões de toneladas de CO2. Este ano, 90% do etanol comercializado
O resultado reforça o comprometimento do setor sucroenergético com a oferta de energia de baixo carbono para a mobilidade sustentável e a consequente redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
E para que essa redução seja cada vez maior, a cadeia sucroenergética vem ampliando suas parcerias com o setor privado, governo e academia. Um exemplo é o movimento Mobilidade Sustentável de Baixo Carbono (MSBC), em parceria com o setor automotivo, que tem como objetivo a construção de um plano estratégico para promoção da Mobilidade Sustentável no Brasil.
Condições climáticas prejudicam safra 21/22
As intempéries climáticas registradas ao longo do atual ciclo levaram a uma redução na quantidade de cana processada na safra 21/22. A estimativa da UNICA é que a safra, que se encerra em março de 2022, feche com 525 milhões de toneladas de cana processadas, redução de 13,3% na comparação com os 605 milhões de toneladas no ciclo 20/21.
Mesmo com oferta menor de matéria-prima, o atual ciclo registrou crescimento da produção de etanol anidro. A expectativa é que o aumento chegue a 13,7% ao final da safra, totalizando cerca de 11 bilhões de litros. O volume produzido de hidratado, por sua vez, deve alcançar 16,7 bilhões de litros, registrando queda de 19,3% quando comparado ao ciclo anterior.
"Essa projeção é reflexo do cenário vivenciado ao longo desta safra. No lado da demanda, sofremos com as restrições de mobilidade. No âmbito da oferta, a lavoura foi impactada pelas geadas e pela seca histórica. Apesar dessa condição, o setor se mostrou resiliente e está conseguindo atender de forma satisfatória a demanda por biocombustível", destaca o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues.
Produção
A UNICA estima que 55,13% da cana-de-açúcar processada na atual safra será destinada à produção de etanol, contra os 53,93% observados no ciclo anterior. Com isso, o volume total de etanol produzido deve alcançar 27,7 bilhões de litros, com retração de 8,7% no comparativo com a safra 20/21.
A produção de açúcar também deve registrar redução: cerca de 32,0 milhões de toneladas na atual safra, ante 38,5 milhões no ciclo anterior.
Mercado de açúcar e de etanol
Desde o início do ano até 1º de dezembro, o Brasil exportou 25 milhões de toneladas de açúcar, com geração de divisas totalizando US$ 8,43 bilhões. Os principais destinos do adoçante brasileiro foram: China (15,9%), Argélia (8,4%) e Bangladesh (6,8%).
No mercado interno, a comercialização de açúcar no mesmo período alcançou 7,9 milhões de toneladas, registrando redução de 4,54%.
No mercado de combustíveis, as vendas de etanol hidratado alcançaram 15,5 bilhões de litros de janeiro até 1º de dezembro de 2021 -- queda de 10,8% na comparação com o volume comercializado no mesmo período do ano anterior.
Internacional
Responsável por um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, o setor de transportes tem um grande desafio pela frente quando o assunto é descarbonização. Nesse sentido, a UNICA apresentou durante a Expo Dubai e a COP 26, em Glasgow, rotas disponíveis para uma mobilidade sustentável.
"O futuro da mobilidade será alcançado por meio de múltiplas rotas, levando em consideração a particularidade de cada região do mundo. Não existe uma solução única. Nossa ideia é apresentar o que o Brasil tem feito para mitigar suas emissões no setor de transportes e inspirar outras regiões do mundo", afirma Evandro Gussi, presidente da UNICA.
Puro ou misturado na gasolina, o etanol é o combustível do presente, mas também do futuro da mobilidade sustentável. Com o desenvolvimento de novas tecnologias automotivas, o biocombustível pode ser usado em carros híbridos flex e, futuramente, gerar eletricidade para carros elétricos movidos à célula combustível.
Desde 2003, lançamento dos carros flex, o etanol já evitou a emissão de mais de 570 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Para atingir esse número de maneira alternativa, seria necessário cultivar 4 bilhões de árvores ao longo de 20 anos.
"O encontro do avanço da tecnologia de produção de etanol com as inovações do setor automotivo marca a construção de um caminho para uma nova era da sustentabilidade", destaca Gussi.
Hoje, mais de 70 países no mundo já contam com regras que estabelecem a mistura do etanol à gasolina. E, de olho nos efeitos positivos do biocombustível, países como Índia e Reino Unido estão ampliando os níveis de blend visando a redução das emissões e melhoria da qualidade do ar.
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