Jornal do Commercio
A Gazprom, estatal russa de combustíveis,apresentou proposta para comprar todo o petróleo e o gás disponível para exportação da Líbia, o que representa ameaça de a empresa aumentar o seu controle sobre a oferta de combustíveis da Europa.
O principal executivo da Gazprom, Alexei Miller, fez ontem essa proposta ao presidente líbio, Coronel Muammar Kadafi, durante visita a Trípoli, informou a Gazprom, sediada em Moscou.
A Líbia exportou cerca de 1,53 milhão de barris de petróleo por dia em 2006, quase o suficiente para abastecer a Itália. A Gazprom considera esse país parceiro prioritário no Norte da África e disse que registrou unidade chamada Gazprom Libya em Trípoli.
Há menos de um mês, a Gazprom abriu o seu primeiro escritório na África, na Argélia, vizinha da Líbia. A Rússia, o maior país produtor de gás natural do mundo, busca tomar a liderança em processo de coordenação mais estreita entre os países que produzem esse combustível.
"Os líbios avaliaram de forma positiva a proposta da Gazprom de comprar todos os volumes futuros de gás, petróleo e gás natural liquefeito destinados à exportação, a preços competitivos", disse a Gazprom. Os dois lados concordaram em iniciar conversações sobre as compras, pela Gazprom, dos volumes disponíveis de hidrocarbonetos líbio, segundo a nota, que não deu mais detalhes.
Também decidiram estabelecer joint venture para modernizar as refinarias de petróleo existentes e construir novas refinarias. A Rússia vai ser a anfitriã de uma reunião do Fórum dos Países Exportadores de Gás este ano.Transporte de GásA Gazprom também disse ter recebido proposta para ajudar a construir nova estrutura de transporte de gás da Líbia para a Europa.
"Os clientes tradicionais da Líbia não têm motivo para preocupação", disse Shokri Ghanem, presidente da National Oil Corp., da Líbia, em entrevista por telefone.
"A Gazprom ofereceu-se para comprar todo gás e petróleo que a Líbia tiver disponível para venda ou que não tenha comprador. Não é oferta de ficar com toda a produção da Líbia", disse.
A Líbia, 3º país maior produtor de petróleo da África, quer estabelecer novas parcerias na área de combustíveis, depois de quase duas décadas de sanções internacionais.
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