G1/ Valor Online
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), João Carlos de Luca, afirmou hoje que os preços da gasolina no Brasil estão baixos. O executivo, que também comanda a Repsol-YPF no país, revelou que este ano a Refap, refinaria em que a empresa hispano-argentina possui participação de 30%, tem apresentado resultados não positivos.
De acordo com ele, a refinaria recebeu investimentos recentes de US$ 1 bilhão. Somente na modernização para produção de gasolina foram R$ 650 milhões já autorizados pela companhia. De Luca afirmou que a Refap teve dificuldades porque compra petróleo a preços internacionais e os vende no mercado interno sem reajuste desde 2005. Só este ano, de acordo com o presidente do IBP, o barril chegou a subir mais de 80% em relação à média do ano passado, atingindo US$ 100.
Não temos estimativas de quanto deveria ser o reajuste. A preocupação com a inflação tem que existir, mas acho que estamos no momento de pensar numa mudança, olhar para manter a capacidade de investimento das empresas, disse De Luca, que participou hoje do seminário Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2008, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com apoio do Valor Econômico.
De Luca confirmou ainda que ele e outros 14 representantes do IBP se encontrarão hoje com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Na pauta estará a sugestão do instituto para reformulação do marco regulatório para exploração e produção de petróleo no país. Segundo o executivo da Repsol-YPF, não há necessidade de se alterar a lei, podendo-se apenas mudar o decreto sobre royalties e participações especiais.
Durante a apresentação do seminário, De Luca mostrou, que no atual sistema, o governo perde em arrecadação proporcional na medida em que os preços do petróleo sobem no mercado internacional. Nossa defesa é de que o modelo de concessão seja mantido, sem mudança na lei, ponderou, acrescentando que, na visão dele, a oitava rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) poderia ser retomada inclusive com os blocos do pré-sal.
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