Jornal do Commercio/PE
A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) vai lançar uma nova licitação para completar os 30% restantes dos 120 quilômetros (km) de obras do gasoduto Recife-Caruaru. O orçamento para a conclusão do duto incompleto ainda serão dimensionados. A obra deveria ter sido entregue em 17 de janeiro de 2007, mas, depois de vários atrasos no cronograma, a construção foi abandonada em dezembro passado pela baiana GDK, responsável pela construção, sob a alegação de que seria necessário um aditivo de R$ 47 milhões ao contrato original, de R$ 95 milhões, devido a custos não previstos.
A Copergás procurou a segunda colocada na licitação que escolheu a GDK, a Companhia Nacional de Dutos (Conduto), do Rio de Janeiro, para saber se a empresa tinha interesse em concluir a obra. Porém, em documento encaminhado na última terça-feira à distribuidora de gás pernambucana, a Conduto informou que não tem interesse em assumir a construção. Na licitação, em 2004, a proposta da Conduto foi de R$ 97,7 milhões.
Segundo o presidente da Copergás, Aldo Guedes, “se tudo der certo” o gasoduto estará pronto até outubro. “No Brasil, sabemos que os processos licitatórios são demorados, porque as empresas interpõem muitos recursos. Mas claro que temos interesse em agilizar o gasoduto. Quanto mais rápido resolvermos tudo, melhor para o processo de interiorização do desenvolvimento”, destacou.
O contrato com a GDK foi assinado em 17 de janeiro de 2005, com promessa de conclusão em dois anos. No entanto, em nota encaminhada à reportagem, a baiana alega que “ao contrário do informado no edital, que sinalizava a existência de apenas 9 mil metros cúbicos de rocha no traçado do gasoduto, o terreno rochoso da região deve requerer a escavação de mais de 50 mil m³, o que implica em custos bem mais elevados para o contrato do que o previsto.”
Durante 15 meses, a baiana buscou o aditivo de R$ 47 milhões, para compensar os custos. Isso porque a GDK diz ter concluído 86 km do gasoduto, além de ter removido do traçado 33 mil metros cúbicos de pedras. A briga entre a baiana e a Copergás, agora, é na Justiça. A Copergás exige o pagamento da multa de 20% prevista no contrato. A GDK pede de volta o que alega ter gasto a mais.
O saldo dos R$ 95 milhões que seriam repassados à empresa da Bahia é de R$ 19 milhões, exatamente o valor da multa contratual, segundo informou o diretor técnico-comercial da distribuidora, Jaílson Galvão. A questão é importante, porque a Copergás precisa equacionar os recursos para tocar as novas obras. As duas questões precisam ser resolvidas em paralelo.
“Ainda não temos o custo final. Vamos tentar resolver isso nas próximas semanas e chegar até o final de março, maio, já com a vencedora. Se tudo der certo, até setembro, outubro, terminamos a obra”, avalia.
Fonte: Jornal do Commercio/PE
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