Energia

Gás de lixo atrai compradores em leilão

Iniciativa é do Grupo Solví.

Valor Econômico
11/03/2014 13:08
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O Grupo Solví, uma das três maiores empresas de tratamento de resíduos sólidos do país, conseguiu vender, no fim de fevereiro, contratos de energia de biogás em um leilão estruturado no mercado livre, o primeiro do gênero já realizado para esse tipo de fonte energética, também conhecida como gás de lixo.
"Fizemos o primeiro teste e os resultados foram muito positivos", disse Vicente Linhares, presidente da Solvi Valorização Energética (SVE), braço criado pelo grupo, que fatura cerca de R$ 2 bilhões por ano, para desenvolver projetos no setor de energia.
Subproduto da decomposição do lixo orgânico, o biogás pode servir de combustível para termelétricas. Ao queimar gás metano para geração de eletricidade, evita-se que ele seja emitido na atmosfera, contribuindo, assim, para a redução do efeito estufa, o que tem despertado um grande interesse por essa fonte de energia em todo mundo.
Com o leilão realizado na semana passada, a SVE vai viabilizar a construção de uma usina a biogás no aterro sanitário de Minas do Leão, a cerca de 90 km de Porto Alegre (RS), que deve entrar em operação em agosto de 2015. O projeto tem potência instalada de 8 MW e, com os contratos firmados, a Solví poderá obter empréstimos com um banco de fomento para financiar o investimento.
Segundo Linhares, a ideia é realizar mais um leilão estruturado no mercado livre, dentro de 30 ou 40 dias, para vender contratos de outro projeto de geração de energia a partir de biogás, desta vez em um aterro sanitário no município de Caieiras, em São Paulo. Trata-se de um projeto bem maior que o do Rio Grande do Sul, com capacidade instalada de 30 MW. Os dois empreendimentos, diz o executivo, devem demandar investimentos de R$ 150 milhões aproximadamente.
A energia de gás de lixo é mais cara que a eólica, vendida em torno de R$ 125 por MWh, mas mais barata que a solar, que ainda custa acima de R$ 200 por MWh no Brasil. Devido às cláusulas de confidencialidade, Linhares não revela os preços dos contratos vendidos no leilão na semana passada, mas o valor mínimo estabelecido pela companhia foi de R$ 190 por MWh. Segundo ele, 25 compradores cadastram-se para o leilão, demonstrando haver interesse.
Apesar de custar mais do que outras fontes, a energia de gás de lixo possui incentivos tarifários, que fazem com que o produto fique vantajoso, no fim das contas, para os consumidores livres. Esse tipo de energia, por exemplo, não paga pelo uso do "fio" - a tarifa cobrada pela utilização das linhas de transmissão (Tust) e dos cabos das distribuidoras (Tusd). Só esse incentivo proporciona uma redução de R$ 50 a até R$ 90 no custo final do megawatt-hora para o consumidor.
Segundo Linhares, existe ainda a possibilidade de que, em São Paulo, o governo conceda nas próximas semanas incentivos tributários para os compradores, o que tornaria a energia de biogás mais competitiva no Estado.
Os governos têm especial interesse no biogás porque a produção de energia traz uma fonte adicional de receita para os aterros sanitários, eliminando, dessa forma, os lixões. "Ainda existem 3 mil de lixões no país", diz Linhares.
A SVE já opera uma usina térmica a biogás de 20 MW, no aterro sanitário de Salvador, chamada Termoverde. No mesmo local, a empresa quer instalar um projeto de energia solar de 10 MW.
A meta é atingir, no futuro, capacidade instalada de 300 MW de geração de energia a partir do biogás em seus aterros sanitários. Em 2016, deve entrar em operação outra usina do grupo, na cidade de São Bernardo do Campo (SP), com potência de 17 MW. Em todos os projetos, a tecnologia utilizada é a da GE. Segundo Linhares, já foram encomendados 27 motores para as novas usinas.
Com uma iniciativa parecida, a Foxx Haztec está a espera da licença de instalação de uma usina de geração de energia a partir do lixo, chamada de Usina de Recuperação Energética (URE). A companhia está entre as cinco maiores do setor de resíduos sólidos no país e criou recentemente uma divisão especifica para os negócios de energia.
A empresa venceu uma licitação do município de Barueri para a construção e operação da usina por 30 anos, com a exigência de investimentos de R$ 230 milhões. A unidade poderá gerar 20 MW, que serão comercializados no Mercado Livre, e o inicio da produção está previsto para o segundo semestre de 2015, segundo Alexandre Citvaras, diretor de Novos Negócios da Foxx Haztec.
Diferentemente do biogás, a geração de energia a partir de lixo é feita por meio do tratamento térmico dos resíduos que não são encaminhados à reciclagem ou de seus rejeitos. Em Barueri, processo tecnológico adotado é chamado de "Waste to Energy".
A empresa também conta com o incentivo da isenção de Tust-Tusd, o que contribui para tornar o negocio economicamente viável, já que também se trata de uma energia cara, com um preço entre R$ 200 e R$ 220 por MWh.
A partir de 2017, a empresa pretende operar mais duas UREs no pais - uma em Osasco (SP) e outra no Rio de Janeiro (RJ), com potenciais para gerar 15 MW e 30 MW, respectivamente. Somados, os projetos vão exigir investimentos de R$ 1 bilhão, diz Citvaras. Parte dos recursos serão próprios e parte a Foxx Haztec pretende financiar com bancos de fomento.

O Grupo Solví, uma das três maiores empresas de tratamento de resíduos sólidos do país, conseguiu vender, no fim de fevereiro, contratos de energia de biogás em um leilão estruturado no mercado livre, o primeiro do gênero já realizado para esse tipo de fonte energética, também conhecida como gás de lixo.

"Fizemos o primeiro teste e os resultados foram muito positivos", disse Vicente Linhares, presidente da Solvi Valorização Energética (SVE), braço criado pelo grupo, que fatura cerca de R$ 2 bilhões por ano, para desenvolver projetos no setor de energia.

Subproduto da decomposição do lixo orgânico, o biogás pode servir de combustível para termelétricas. Ao queimar gás metano para geração de eletricidade, evita-se que ele seja emitido na atmosfera, contribuindo, assim, para a redução do efeito estufa, o que tem despertado um grande interesse por essa fonte de energia em todo mundo.

Com o leilão realizado na semana passada, a SVE vai viabilizar a construção de uma usina a biogás no aterro sanitário de Minas do Leão, a cerca de 90 km de Porto Alegre (RS), que deve entrar em operação em agosto de 2015. O projeto tem potência instalada de 8 MW e, com os contratos firmados, a Solví poderá obter empréstimos com um banco de fomento para financiar o investimento.

Segundo Linhares, a ideia é realizar mais um leilão estruturado no mercado livre, dentro de 30 ou 40 dias, para vender contratos de outro projeto de geração de energia a partir de biogás, desta vez em um aterro sanitário no município de Caieiras, em São Paulo. Trata-se de um projeto bem maior que o do Rio Grande do Sul, com capacidade instalada de 30 MW. Os dois empreendimentos, diz o executivo, devem demandar investimentos de R$ 150 milhões aproximadamente.

A energia de gás de lixo é mais cara que a eólica, vendida em torno de R$ 125 por MWh, mas mais barata que a solar, que ainda custa acima de R$ 200 por MWh no Brasil. Devido às cláusulas de confidencialidade, Linhares não revela os preços dos contratos vendidos no leilão na semana passada, mas o valor mínimo estabelecido pela companhia foi de R$ 190 por MWh. Segundo ele, 25 compradores cadastram-se para o leilão, demonstrando haver interesse.

Apesar de custar mais do que outras fontes, a energia de gás de lixo possui incentivos tarifários, que fazem com que o produto fique vantajoso, no fim das contas, para os consumidores livres. Esse tipo de energia, por exemplo, não paga pelo uso do "fio" - a tarifa cobrada pela utilização das linhas de transmissão (Tust) e dos cabos das distribuidoras (Tusd). Só esse incentivo proporciona uma redução de R$ 50 a até R$ 90 no custo final do megawatt-hora para o consumidor.

Segundo Linhares, existe ainda a possibilidade de que, em São Paulo, o governo conceda nas próximas semanas incentivos tributários para os compradores, o que tornaria a energia de biogás mais competitiva no Estado.

Os governos têm especial interesse no biogás porque a produção de energia traz uma fonte adicional de receita para os aterros sanitários, eliminando, dessa forma, os lixões. "Ainda existem 3 mil de lixões no país", diz Linhares.

A SVE já opera uma usina térmica a biogás de 20 MW, no aterro sanitário de Salvador, chamada Termoverde. No mesmo local, a empresa quer instalar um projeto de energia solar de 10 MW.

A meta é atingir, no futuro, capacidade instalada de 300 MW de geração de energia a partir do biogás em seus aterros sanitários. Em 2016, deve entrar em operação outra usina do grupo, na cidade de São Bernardo do Campo (SP), com potência de 17 MW. Em todos os projetos, a tecnologia utilizada é a da GE. Segundo Linhares, já foram encomendados 27 motores para as novas usinas.

Com uma iniciativa parecida, a Foxx Haztec está a espera da licença de instalação de uma usina de geração de energia a partir do lixo, chamada de Usina de Recuperação Energética (URE). A companhia está entre as cinco maiores do setor de resíduos sólidos no país e criou recentemente uma divisão especifica para os negócios de energia.

A empresa venceu uma licitação do município de Barueri para a construção e operação da usina por 30 anos, com a exigência de investimentos de R$ 230 milhões. A unidade poderá gerar 20 MW, que serão comercializados no Mercado Livre, e o inicio da produção está previsto para o segundo semestre de 2015, segundo Alexandre Citvaras, diretor de Novos Negócios da Foxx Haztec.

Diferentemente do biogás, a geração de energia a partir de lixo é feita por meio do tratamento térmico dos resíduos que não são encaminhados à reciclagem ou de seus rejeitos. Em Barueri, processo tecnológico adotado é chamado de "Waste to Energy".

A empresa também conta com o incentivo da isenção de Tust-Tusd, o que contribui para tornar o negocio economicamente viável, já que também se trata de uma energia cara, com um preço entre R$ 200 e R$ 220 por MWh.

A partir de 2017, a empresa pretende operar mais duas UREs no pais - uma em Osasco (SP) e outra no Rio de Janeiro (RJ), com potenciais para gerar 15 MW e 30 MW, respectivamente. Somados, os projetos vão exigir investimentos de R$ 1 bilhão, diz Citvaras. Parte dos recursos serão próprios e parte a Foxx Haztec pretende financiar com bancos de fomento.

 

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