Ex-presidente da Petrobras depõe na CPI da Petrobras.
Agência Brasil
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse hoje (20), no Senado, que a aquisição da Refinaria de Pasadena – no Texas, em 2006 – foi um bom negócio à época. Segundo ele, o empreendimento “passou por momentos ruins e voltou a ser um bom negócio”. Ele depõe na comissão parlamentar de inquérito do Senado, formada para investigar irregularidades na estatal.
De acordo com Gabrielli, os momentos ruins da refinaria foram vividos durante a crise econômica mundial e da mudança do mercado de petróleo, com a descoberta do gás de xisto em território americano. Segundo o executivo, a situação mudou novamente em 2013 e, agora, trata-se de uma unidade lucrativa, devido principalmente à existência de óleo leve e barato no Texas.
“Essa empresa não pode ser qualificada como uma empresa mal gerida, como uma empresa que está em crise. Isso é campanha de oposição. Isso é luta política”, disse ele.
Em abril, ao participar de audiência na Câmara, Gabrielli já havia informado que a compra de Pasadena era, naquele momento, um bom negócio para a Petrobras. Disse ainda que a empreitada atendia ao plano estratégico da empresa e que o preço pago foi o de mercado. Ainda na Câmara dos Deputados, Sérgio Gabrielli admitiu que todos os detalhes do negócio não eram conhecidos por todos os integrantes do conselho de administração da estatal, que à época era presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Sem a presença de parlamentares de oposição, Gabrielli, que esteve à frente da Petrobras entre 2005 e 2011, é o primeiro a depor na CPI da Petrobras, no Senado. A comissão investiga ainda a possibilidade de a companhia holandesa SMB Offshore ter subornado funcionários da Petrobras para fechar contratos com a estatal brasileira, além de indícios de segurança precária nas plataformas marítimas.
O próximo convocado a depor na CPI é o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Será na quinta-feira (22), às 10h15. No dia 27 de maio, será a vez da atual presidente da estatal, Graça Foster. O requerimento para que ela seja ouvida foi aprovado na última quarta-feira (14), junto com outros 74.
Custo total da refinaria foi de US$ 1,24 bilhão
Gabrielli informou aos senadores que o custo total da negociação de Pasadena foi de US$ 1,24 bilhão. Desse total, US$ 554 milhões foram pagos pela refinaria, cuja capacidade é de processamento é de 100 mil barris diários.
"Dividindo o preço total pela capacidade, temos US$ 5.540 por barril de capacidade de refino. Isso, na época da aquisição, era abaixo da média de mercado", destacou.
Além dos US$ 554 milhões, a companhia brasileira desembolsou US$ 340 milhões pela trading (empresa comercializadora) atrelada à refinaria. Somando juros e outras despesas, Gabrielli chegou ao valor de US$ 1,24 bi.
Segundo o executivo, a refinaria tem hoje 300 empregados e fatura em torno de US$ 5 bilhões por ano.
Gabrielli respondeu a perguntas dos senadores da CPI que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras.
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