Hidrelétrica

Furnas e Cemig preveem paralisar hidrelétrica após rompimento de barragem da Vale

Reuters, 29/01/2019
29/01/2019 18:50
Visualizações: 707 (0) (0) (0) (0)

A hidrelétrica de Retiro Baixo, no rio Paraopeba, informou que deve paralisar as operações na terça-feira, após o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG) na semana passada ter gerado um turbilhão de lama que poluiu o manancial e deixou mortos e desaparecidos.

Uma onda de água turva com sedimentos gerada após o incidente tem avançado pelo rio e poderá alcançar a usina na próxima semana, entre 5 e 10 de fevereiro, de acordo com um boletim do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) nesta segunda-feira.

A Retiro Baixo Energética, que tem como principais sócios Furnas, da Eletrobras, e a mineira Cemig, disse que a parada da usina tem como objetivo "proteger seus equipamentos" e que na ocasião também realizará manobras para fechar suas tomadas d´água.

A usina chegou a ser desligada logo após o incidente, mas retornou à operação no sábado, devido a um deslocamento mais lento que o previsto da lama pelo rio, afirmou a empresa.

A água com rejeitos de minério de ferro pode causar graves danos às turbinas, o que justifica a parada em Retiro Baixo.

A operação é importante também para reduzir riscos de danos à hidrelétrica Três Marias, da Cemig, no rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente, disse à Reuters o engenheiro civil Carlos Goyano, especialista em projetos hidrelétricos.

"A usina (Retiro Baixo) vai ter que ficar inoperante. Vai inutilizar a usina. Também não pode abrir o vertedouro (para a passagem da água) porque vai contaminar a jusante (no sentido da correnteza). Vai fechar tudo e virar só uma barragem, um prejuízo enorme", afirmou ele, que já trabalhou em empresas de projetos como Engevix e Enge-Rio.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a usina de Retiro Baixo deve usar seu reservatório para "amortecimento da onda de rejeitos... a depender da operação da usina". Em nota, a agência acrescentou que "está se avaliando, ainda, se a onda de rejeitos alcançará o reservatório da usina hidrelétrica de Três Marias", que fica a 30 quilômetros de distância.

Procurada para comentar a situação de Três Marias, a Cemig disse que "está acompanhando o fluxo da pluma de segmentos".

Em entrevista nesta segunda-feira, diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que a companhia está tomando medidas para bloquear o fluxo de lama, como a instalação de uma membrana na altura do município de Pará de Minas (MG), para evitar que haja interrupção da captação de água nas cidades a jusante do rio Paraopeba. Ele não comentou sobre a situação das hidrelétricas.

Situação se repete

As consequências do desastre para o setor de energia lembram, em menores proporções, o caso da hidrelétrica de Candonga, no rio Doce, que foi invadida em 2015 por rejeitos de mineração após um rompimento de barragem da Samarco, mineradora da qual a Vale é sócia junto à anglo-australiana BHP.

A usina de Candonga, que está parada até hoje, tem como sócios a própria Vale e a Cemig, por meio da Aliança Geração.

Se a capacidade do reservatório de Retiro Baixo para segurar o fluxo for esgotada, a água poderia ser liberada posteriormente para seguir a caminho de Três Marias, mas com potencial de danos já menor, segundo Goyano.

"Acho que em Três Marias, mesmo que chegue, o reservatório lá é muito grande, aí não teria tanto impacto. Aí talvez já tenha (a água) absorvido bastante o ferro e aí o prejuízo é menor", acrescentou ele, ressaltando que ainda assim poderia haver danos às máquinas.

"Trabalhei mais de 40 anos nessa área e nunca tinha visto essas situações (como em Candonga e agora em Retiro Baixo)", destacou o engenheiro.

Procurada, a Aliança não respondeu pedidos de comentário sobre a situação da usina de Candonga.

De acordo com o boletim da CPRM, o fluxo de água turva chegaria à usina de Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro se mantida a atual velocidade de deslocamento.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Combustíveis
ANP participa da operação Carbono Oculto, para coibir ir...
28/08/25
IBP
Posicionamento - Operações representam passo fundamental...
28/08/25
Subsea
OneSubsea entrega primeira árvore de natal molhada de Bú...
28/08/25
Offshore
MODEC firma parceria para desenvolver tecnologia inédita...
28/08/25
Energia Elétrica
Bandeira vermelha eleva custo da energia, mas associados...
27/08/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
IBP debate investimentos em infraestrutura e logística n...
27/08/25
ANP
Segunda etapa de audiência pública debate classificação ...
27/08/25
IBP
RELIVRE reafirma a competência federal referente à ativi...
27/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
27/08/25
ANP
Pesquisa, desenvolvimento e inovação: ANP atualiza Paine...
27/08/25
Seminário
PPSA abre inscrições para Seminário de Lançamento do Lei...
27/08/25
IBP
Carta Aberta em apoio à ANP na classificação de gasoduto...
27/08/25
Logística
Vast Infraestrutura inicia construção do parque de tanca...
26/08/25
Biodiesel
Rumo a uma navegação mais sustentável, Citrosuco inicia ...
26/08/25
ANP
Oferta Permanente de Concessão: resultado parcial do 5º ...
26/08/25
PD&I
Projeto Embrapii transforma algas de usinas hidrelétrica...
26/08/25
PPSA
Leilão de Áreas Não Contratadas será realizado em dezembro
26/08/25
IBP
Desafio iUP Innovation Connections inicia etapa de capac...
25/08/25
Transição Energética
Fórum Nordeste 2025 discute energias renováveis, sustent...
25/08/25
Margem Equatorial
10 perguntas e respostas sobre a Avaliação Pré-Operacion...
25/08/25
Internacional
UNICA participa de encontro internacional na Coreia de S...
25/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23