A força-tarefa formada para acompanhar a retomada das obras do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj) reuniu-se, na manhã desta segunda-feira (3), na Prefeitura de Itaboraí, com o diretor-presidente do Complexo Nilo Vieira para obter explicações sobre a paralisação das obras, ocorrida
RedaçãoA força-tarefa formada para acompanhar a retomada das obras do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj) reuniu-se, na manhã desta segunda-feira (3), na Prefeitura de Itaboraí, com o diretor-presidente do Complexo Nilo Vieira para obter explicações sobre a paralisação das obras, ocorrida no último dia 22 de julho, e que ameaçou de demissão 3.700 funcionários que atuam nos serviços de terraplanagem. O principal desdobramento do encontro foi a ida de uma comissão a Brasília, na próxima semana, para uma audiência no Tribunal de Contas da União (TCU) com o objetivo de esclarecer as dúvidas sobre o relatório que questionou os contratos da estatal com o consórcio responsável pela obra.
A força-tarefa é formada pela Comissão de Acompanhamento das Obras do PAC da Alerj, pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico; pelos prefeitos que integram o Consórcio de Municípios do Leste Fluminense (Conleste) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.
“O Comperj é o principal investimento do PAC em curso no Estado do Rio e no Brasil, é um investimento complexo e tem um enorme impacto econômico e social. Por isso a sociedade fluminense nessa reunião manifestou preocupação com relação à continuidade e a consolidação desse investimento. Nós chegamos à conclusão de que o Comperj, dada a sua relevância, não pode ser um projeto a viver de sustos e a cada momento nós termos o que tivemos no dia 22 de julho com a paralisação, que daqui a 60 dias a obra pare novamente. Por isso essa reunião da hoje com a Petrobras para o esclarecimento do assunto”, afirmou o deputado Rodrigo Neves, presidente da Comissão do PAC da Alerj e um dos articuladores da força-tarefa ao lado do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Júlio Bueno.
Na semana passada, Rodrigo Neves enviou um ofício ao presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, solicitando informações sobre o processo estabelecido com relação às obras do Comperj e sobre eventuais questionamentos daquele Tribunal aos contratos de execução da obras. “É importante ressaltar a iniciativa dos poderes Legislativo e Executivo, prefeitos e trabalhadores de estarem com o TCU para esclarecer todas as dúvidas com relação aos procedimentos do Comperj, para que o Tribunal possa adotar um procedimento que garanta lisura e transparência, mas ao mesmo tempo garanta a continuidade e a consolidação dessas obras. Por isso a decisão de irmos a Brasília já na semana que vem”, explicou o deputado.
O diretor-presidente do Comperj, Nilo Vieira, explicou que a paralisação das obras foi fruto de um processo de negociação bastante complexo, mas que a Petrobras em nenhum momento pensou em paralisar os serviços. “Fizemos todo o esforço, mas infelizmente ocorreu e causou ansiedade para os trabalhadores e suas famílias. No entanto todo o esforço está sendo feito para que as negociações cheguem a bom termo rapidamente para que haja tranqüilidade”, disse. Vieira garantiu que as obras nãoestão atrasadas e que o prazo final marcado para 2012 será cumprido.
As obras estão garantidas por mais 60 dias, após acordo feito entre a Petrobras e o consórcio de empresas que realiza as obras de terraplanagem. Um dos motivos alegados para a paralisação das obras foi o pagamento dos trabalhadores pelos dias parados em decorrência das chuvas. “Foram mais dias de chuva do que o previsto e formos forçados a uma reprogramação das obras. Mas garanto que estão no prazo”, acrescentou Vieira.
Segundo o secretário Júlio Bueno, a reunião em Brasília será fundamental para a definição de uma estratégia única de controle nas contratações do Comperj. “Que isso não implique, mais uma vez, na paralisação das obras. O Comperj é um empreendimento muito importante para o desenvolvimento do estado e para a economia do Brasil. Ele não pode ficar sujeito a paralisações. Evidentemente que as obras devem ser fiscalizadas, mas que tenhamos um entendimento especifico para o complexo, levando-se em conta a importância econômica desse empreendimento”, explicou Bueno.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Montagem São Gonçalo, Itaboraí e região (Sinticon), Manoel Vaz, esta segunda marcou a volta de todos os trabalhadores. “As obras já voltaram e 100% dos trabalhadores estão na ativa a partir de hoje. Mas ainda não estamos totalmente tranquilos, porque só existe um acordo para os próximos dois meses. É necessária uma pressão de todas as partes para que as obras não voltem a parar. A mobilização de todos os setores do País, como patrões, trabalhadores e governantes, será importantíssima para o andamento de um empreendimento da importância do Comperj”, comentou Manoel Vaz.
Também participaram da reunião o presidente do Consórcio de Municípios do Leste Fluminense (Conleste) e prefeito de Tanguá, Carlos Pereira; os prefeitos de São Gonçalo, Aparecida Panisset, e de Itaboraí, Sérgio Soares.
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