Redação TN Petróleo/Assessoria Firjan
Já presente em países como Estados Unidos e Coreia do Sul, a tecnologia 5G de conexão móvel está prestes a chegar ao Brasil. Recentemente, o governo federal realizou um bem-sucedido leilão de concessão para a implantação dessa tecnologia. Os investimentos serão de quase US$ 40 bilhões, e o cronograma de implantação estabelece que até julho de 2022 a tecnologia esteja disponível nas capitais. Por isso, a Firjan promoveu em 22/11 o painel “5G e a Indústria Brasileira: Impactos de Curto e Médio Prazos”, reunindo representantes de empresas líderes para avaliar o cenário que se avizinha.
“Nós, da Firjan, temos a convicção de que esses prazos serão muito antecipados. Haverá uma verdadeira corrida das operadoras para começarem a ter algum retorno do investimento”, previu Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan, que elencou um desafio a ser superado: a adaptação da legislação dos municípios para eliminar restrições a antenas. “A Firjan realiza, há meses, uma verdadeira força-tarefa pelo interior. Reunimos autoridades do Legislativo e do Eexecutivo municipal de cidades das diversas regiões do estado, buscando sensibilizá-los para a importância da adaptação à legislação”, ressaltou.
Segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), 14 das 28 cidades do país que possuem hoje a legislação adequada são do estado do Rio. “O município que não entender essa realidade perde competitividade e fica para trás”, reforçou Felipe Meier, presidente do Conselho Empresarial de Competitividade da Firjan e do Sindicato da Indústria de Eletrônica, de Informática e de Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro (Sinditec).
As estimativas são de que a tecnologia 5G atinja a velocidade de download de 10 gigabits por segundo, 10 vezes maior em relação à rede 4G. A nova tecnologia prenuncia a indústria 4.0, pois criará um ecossistema focado na multiconexão de pessoas, aplicações e equipamentos.
Estratégias de migração para a nova tecnologia
Representantes de importantes empresas apresentaram as estratégias de migração de suas operações para a nova tecnologia e, em seguida, participaram de mesa-redonda mediada por Márcio Fortes, diretor de Relações Institucionais da Firjan. Falando pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), Vilson Tolfo, vice-coordenador da Comissão de Estudos de Conectividade Veicular, traçou um quadro de como a nova conectividade pode modificar o modo como encaramos hoje a mobilidade. “A associação entre a automação dos veículos e as ferramentas das cidades inteligentes permitirá que o condutor de um automóvel se torne um mero passageiro”, contou, destacando que essa inovação tende a reduzir drasticamente os acidentes de trânsito, além de promover significativa redução na emissão de gases do efeito estufa.
Nicolás Simone, diretor de Transferência Digital da Petrobras, informou que a empresa espera otimizar o rendimento dos processos de exploração e produção nas bacias de petróleo, agregando US$ 20 bilhões de valor às operações até 2030. Mas a petrolífera não se escora apenas na nova tecnologia 5G. Para assegurar a conectividade em plataformas localizadas até 300 km da costa, investe numa rede em malha óptica que possa atuar como backup. Toda essa conectividade também dará maior eficiência às operações com robôs multiuso e drones aéreos e marítimos, entre outros dispositivos. “O 5G é muito bom mas, no nosso caso, a segurança da informação é fundamental, tanto que o orçamento dessa área para 2022 é sete vezes maior que o de 2019”, destacou.
A mineração também vislumbra avanços com o 5G. “Na mineração do futuro pensamos no uso intensivo de tecnologia com a utilização de veículos de carga operando de forma autônoma e remota, drones, robôs e EPIs inteligentes, para reduzir os acidentes na Vale a níveis próximos do zero”, destacou Jânio Souza, diretor global de Tecnologia da Vale. Segundo ele, as comunidades no entorno das atividades da mineradora serão amplamente beneficiadas por essa inclusão digital. “Será possível levar maior cobertura de internet para essas áreas até o fim de 2022”, informou.
Representante da Enel, Vanessa de Oliveira Vasconcellos, engenheira sênior de Smart Grid da empresa, declarou que as conexões 5G darão maior robustez ao fornecimento de energia elétrica. “Ainda que a integridade das linhas de transmissão esteja sujeita a fatores externos de natureza climática, como fortes chuvas e ventos, a alta taxa de transmissão do 5G deixará o sistema mais confiável, assegurando o reestabelecimento da energia de forma mais rápida”.
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