Racionamento

Fiesp quer racionamento flexível para indústria

Impactos da interrupção de fornecimento de água na produção.

Valor Econômico
17/10/2014 13:09
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Preocupada com os impactos que uma interrupção no fornecimento de água, mesmo que temporária, pode ter na produção, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) enviou documento à Agência Nacional de Águas (ANA) pedindo um regime diferenciado ao setor produtivo nos programas de redução de consumo, em especial em Campinas e municípios próximos.

A região, composta por mais de 40 cidades, entre elas Jundiaí, Paulínia, Piracicaba e Santa Bárbara D’Oeste, ocupa a bacia chamada de PCJ, formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, todos ligados aos reservatórios do sistema Cantareira e afetados pela forte seca.

A ANA e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), regulador estadual, estão discutindo com agentes da região a implantação de um regime de racionamento que reduza o consumo local de 20% a 30%.

Pela proposta, a ideia é suspender a captação de água das represas para a rede das 7h às 12h ou das 12h às 18h, de acordo com o uso, industrial, residencial ou agrícola.

“O que estamos propondo é que, para o caso da indústria, essa redução não seja feita por um período, mas que seja analisada caso a caso e a fábrica possa fazer o seu planejamento de como reduzir esses 20%”, explicou ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, o diretor de meio ambiente da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis.

“Para a indústria é muito complicado chegar em determinada hora e ter o fornecimento interrompido. Isso afeta a produção, que é contínua.

Não estamos contestando a redução de 20%, reconhecemos que é uma decisão técnica e necessária. Estamos apenas propondo uma forma diferente de alcançar essa economia.”

O documento foi entregue à ANA segunda-feira.

As cidades da bacia do PCJ sediam indústrias de vários setores, incluindo químico, petróleo e gás e siderurgia.

Todos são setores que dependem de água diretamente na produção, para diluição de compostos ou resfriamento, por exemplo.

Cinco horas sem água, em alguns casos, seriam o equivalente a cinco horas sem produção.

O corte da captação não significa necessariamente falta de água na cidade – ele interrompe a captação das represas para as estações de tratamento das companhias de saneamento de cada município, ou para os reservatórios particulares, como caixas d’água, por exemplo. Se as caixas estiverem cheias, o abastecimento continua.

Ainda assim, Reis conta que a Fiesp tem recebido informações de falta de água em parques fabris na região e em outras áreas do Estado, como em Sorocaba e no Vale do Paraíba. “Temos notícias de empresas que já estão reduzindo produção e até de algumas que chegaram a paralisar”, disse o diretor. “A crise só não é maior por causa da situação da economia, que já está fazendo a produção ser menor e acaba reduzindo naturalmente o consumo de água. Se a indústria estivesse funcionando em níveis normais, estaria muito pior”.

O Consórcio PCJ, uma associação composta por 43 prefeituras e 30 empresas da região, também pede mudanças na minuta da resolução feita pela ANA e o DAEE.

Entre as mudanças propostas estão a alteração do horário de restrição da captação e a redução do volume a ser restringido dos diferentes setores: indústria, irrigação e abastecimento humano.

A proposta do consórcio é que haja redução de 20% do volume outorgado ou suspensão da captação entre 7h e 13h para uso industrial e de 20% também entre 12h e 18h para a irrigação.

A ANA e DAEE haviam originalmente proposto redução de 30% para indústria e irrigação, com restrição das 12h às 18h para uso industrial e das 12h às 18h para irrigação.

Além disso, o Consórcio PCJ propõe a transferência para o período noturno do horário de restrição de 20% do volume diário outorgado para captação de água para abastecimento público e dessedentação animal.

A ANA e DAEE estabeleciam essa redução pela manhã, entre 7h e 12h.

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