Falta política pública para incentivar o aumento da oferta de energia e ampliar o uso de fontes renováveis no Brasil. Essa foi uma das bandeiras levantadas por Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) no debate desta quarta-feira (20), no espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, onde acontecem discussões paralelas à Rio+20.
Segundo Adriano Pires, o Brasil não aproveita sua regionalidade e sua vantagem comparativa aos demais países emergentes principalmente no que se refere a energia elétrica. Pires salientou que na energia elétrica o país resolveu atender às pressões ambientalistas, em particular, as ONGs estrangeiras, e abrir mão do nosso potencial hídrico e passar a construir somente usinas a fio d’ água.
O executivo criticou a controvérsia do Brasil possuir uma das energias mais caras do mundo. "É curioso que um país como o Brasil, rico em fontes de energia primária, tenha uma das energias mais caras do mundo. A razão principal para a energia ser cara no Brasil é que o governo não acredita na famosa lei da oferta e da demanda e na concorrência. As políticas públicas no Brasil para o setor de energia tem se caracterizado por não incentivar o aumento da oferta, incentivar práticas monopolistas e encarar o setor como um grande coletor de impostos", explicou.
De acordo com ele além da falta de políticas públicas comprometer as gerações futuras, cria-se uma metodologia de leilões de energia elétrica que não levam em conta as características de cada fonte, nem tão pouco a sua localização.
"Temos que estimular a diversidade de fontes, porque quanto mais diversidade tivermos menos estaremos sujeitos a crises de oferta", complementa o diretor do CBIE.
Pires pontuou ainda que a nossa matriz elétrica é 90% limpa, entretanto nossa matriz de combustíveis é 80% fóssil. "Nos últimos anos o governo tem estimulado muito isso, ele não parece nada verde quando se trata de combustíveis, não demonstra a menor preocupação com o meio ambiente", finaliza.