A discussão em torno do papel da engenharia naval e offshore brasileira no segundo painel da Niterói Fenashore teve como foco principal a falta de mão de obra especializada para o setor. Foi consenso entre os palestrantes a necessidade urgente de parcerias entre empresas, governos e universidades, que têm papéis fundamentais na formação e qualificação de profissionais à altura das demandas.
De acordo com o diretor da Construtora Queiroz Galvão, Otoniel Silva Reis, o Brasil ficou durante 15 anos sem formar profissionais na área da engenharia e hoje sofre com isso. “Só para se ter uma ideia, com os projetos já contratados ou em contratação, a indústria naval necessita de 110 mil novos e qualificados profissionais.”
Engenheiro eletricista formado pela PUC, Otoniel apresentou os resultados dos investimentos feitos pela empresa Quip SA, que trabalha com gestão de projetos para construção de plataformas.
O presidente do Estaleiro Atlântico Sul, Ângelo Bellelis, detalhou toda a política de desenvolvimento da engenharia do estaleiro e afirmou que precisou buscar profissionais em diversas partes do país para compor seu “time”. “Temos 194 pessoas entre engenheiros, projetistas e desenhistas.”
O principal software que a empresa utiliza é chamado “shipconstructor”, uma ferramenta de modelação e detalhamento do projeto naval com plataforma CAD 3D e integrado com automação de manufatura.
Já o engenheiro naval formado pela USP, Tomazzo Garzia, presidente do Projemar, apresentou a empresa e suas soluções de engenharia. Além disso, ressaltou que todos os modelos executados são feitos em 3D facilitam o acesso a informações antes que as embarcações sejam construídas.
Representante acadêmico, o gerente geral da COPPE/UFRJ, Segen Estefen, falou sobre os passos que as universidades têm dado em contribuição à construção naval e à área de tecnologia. O professor apresentou um panorama das tendências internacionais e falou sobre os principais desafios para o setor.