O mês de setembro foi marcado por mais uma queda no consumo de gás natural. De acordo com os dados estatísticos da ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, o volume de gás natural comercializado no mês atingiu a média diária de consumo de 36,7 milhões de metros cúbicos de gás país, 28,24% menor do que o comercializado no mesmo período de 2008. Desconsiderando-se o consumo termoelétrico, a redução seria um pouco menor - de 9,04% -, mas não menos significativa, demonstrando que a falta de política energética inibiu o crescimento e o alto preço de custo do gás natural fez com que o insumo perdesse competitividade nos segmentos não-térmicos.
Com isso, o mercado de gás natural continua experimentando uma queda de consumo, notadamente no setor industrial que é o responsável por 70% do gás natural consumido no Brasil. As indústrias apresentaram retração de 11,96%. Em setembro de 2008, o uso do gás natural para o setor industrial foi da ordem de 27,7 milhões m³/dia, enquanto que, no mesmo mês em 2009, foi de 23,8 milhões m³/dia.
Agrava-se a este fato a falta de competitividade também do gás natural veicular frente a gasolina e ao álcool. Setembro de 2008 em relação a setembro de 2009, o segmento automotivo consumiu 13,32% a menos de gás natural, caindo para 5,7 milhões de metros cúbicos consumidos por dia.
O setor comercial também apresentou retração de 5,82%, reduzindo em 36 mil metros cúbicos por dia o seu consumo. Já as térmicas a gás, em razão do alto nível dos reservatórios, não foram despachadas, contribuindo para a acentuada redução de 83,15% no consumo deste segmento de 2008 para 2009.
Em contrapartida, os números do volume comercializado para as residências e co-geração demonstraram uma ligeira reação do mercado. O consumo residencial atingiu a média de 836 mil m³/dia, o que representa crescimento de 4,75%, isto graças aos constantes investimentos na expansão da rede de distribuição de Gás Natural nos Estados. Já o consumo para co-geração cresceu 17,80%, saltando de 2,4 milhões m³/dia para 2,8 milhões m³/dia.
“O gás natural não mais representa uma opção futura e alternativa energética, mas sim uma oportunidade real de expressivos investimentos e de geração de empregos. O crescimento deste mercado depende de uma política bem definida e perene com relação aos preços de custo do Gás Natural. Por isso, a ABEGÁS continua conjugando esforços para que a política de preço do energético seja tratada como política de governo”, declarou Armando Laudorio, presidente da ABEGÁS.