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Exportações de minério e petróleo em dezembro ajudam superávit comercial

Valor Econômico
05/01/2011 14:19
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O desempenho atípico das exportações em dezembro ajudou a amenizar a esperada queda no saldo da balança comercial brasileira de 2010. No último mês do ano passado foram embarcados US$ 20,9 bilhões, o maior valor mensal de 2010 e recorde para o mês de dezembro. Ao mesmo tempo houve redução no ritmo de importações, com queda de 22,2% na média do valor desembarcado por dia útil de dezembro, na comparação com novembro.


O superávit de 2010 ficou em US$ 20,3 bilhões, o menor desde 2002. A elevação de preços de importantes produtos da pauta de exportação ajuda a explicar o aumento do valor embarcado em dezembro. O principal item exportado em dezembro foi o minério de ferro - 17% do valor total embarcado no mês.


O produto teve alta de preço de 142,2% na comparação com dezembro de 2009. No mesmo período, café em grão e açúcar em bruto tiveram elevação de 37,7% e 25,9% no preço, respectivamente. O valor exportado de óleos brutos de petróleo também ganhou ritmo em dezembro, quando foi embarcado 17,4% do total vendido deste bem ao exterior no ano. O item foi o segundo mais importante da pauta de exportações de dezembro, representando 13,5% do valor total embarcado.


No caso do petróleo, houve aumento no volume vendido ao exterior. As exportações de petróleo do Brasil em dezembro somaram 5,47 milhões de toneladas, contra 1,87 milhão de toneladas em dezembro de 2009. Também contribuiu para amenizar a queda de superávit do ano a perda de ritmo das importações em dezembro.


A redução foi influenciada principalmente pelos combustíveis e lubrificantes, item responsável por 10,6% da pauta de importação do mês. Em relação a novembro, esses produtos tiveram queda de 43,2% na média diária de desembarques e, na comparação com a média diária de dezembro de 2009, a redução foi de 13%.


Em dezembro foi importado 6,5% do valor total do ano em combustíveis e lubrificantes. Mesmo com a redução do ritmo dos desembarques em dezembro, porém, houve, em 2010, recorde de importações, superando a marca de 2008. Como as exportações de 2010 também bateram o recorde de 2008, houve o maior valor de corrente de comércio da série histórica. O saldo comercial, porém, embora positivo, em US$ 20,3 bilhões, é o menor desde 2002. O mercado interno aquecido e a desvalorização do dólar frente ao real favoreceram as importações, cujo valor total em 2010 foi de US$ 181,6 bilhões. Houve avanço de 41,6% em relação a 2009, considerado a média diária. Houve elevação dos desembarques em todas as categorias de uso.


O grande destaque nas exportações durante o ano de 2010 ficou para os básicos. A participação dessa classe de produto nos embarques brasileiros de 2010 avançou de 40,5% para 44,6%. Quem perdeu fatia foram as indústrias de manufaturados, cujos produtos recuaram de 44% para 39% do total vendido ao exterior. O total exportado pelos brasileiros em 2010 foi de US$ 201,9 bilhões, com ampliação de 31,4% em relação à média diária de 2009. O avanço dos básicos na pauta explica também o aumento de peso da China como maior parceiro comercial do Brasil, posição que ocupa desde 2009.


A China, que em 2009 recebeu 13,7% das exportações brasileiras, chegou em 2010 à fatia de 15,2%. Os chineses aumentaram a distância do segundo destino mais importante, os Estados Unidos. Em 2009 os americanos compravam 10,3% das exportações brasileiras. No ano passado, a participação caiu para 9,6%. Na avaliação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em 2011 o Brasil deve bater novo recorde de exportações.


Segundo estimativa divulgada ontem, a meta para este ano é de US$ 238 bilhões, o que significa crescimento de 13% sobre o valor embarcado em 2010. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, a trajetória de crescimento nas exportações continuará, apesar do cenário internacional desfavorável, marcado pela queda do dólar e pela crise nos países desenvolvidos. Para o secretário, o crescimento dos países emergentes compensará a crise na Europa e nos Estados Unidos.


Barral afirmou que a indústria brasileira ainda não está ameaçada, mas lembrou que o governo está atento ao aumento da participação das commodities na pauta de exportações brasileira. "Essa preocupação existe e foi admitida pelo ministro", ressaltou Barral, referindo-se ao discurso de Fernando Pimentel, que é o novo titular do Mdic desde ontem.


A análise divulgada ontem pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) é menos otimista. Segundo o instituto, se nada for feito seja em termos de câmbio ou promoção da competitividade brasileira, o ano de 2010 representará um divisor de águas por simbolizar uma penetração ímpar das importações industriais capaz de deslocar a produção nacional. A nota do Iedi lembra que o ritmo das importações foi mais forte que o das exportações em 2010.


Se esse diferencial de crescimento persistir, diz a nota, não deve ser descartada a hipótese de que o comércio exterior venha a se tornar novamente deficitário em 2011. A manutenção do superávit comercial neste ano dependerá da sustentação dos altos preços das commodities exportadas pelo Brasil.
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