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O Estado de São PauloO desempenho das exportações surpreendeu no primeiro semestre e levou o governo a estudar a revisão da meta de US$ 152 bilhões para 2007. Mesmo com o real valorizado em relação ao dólar e outras moedas, as exportações cresceram 19,9% e totalizaram US$ 73,21 bilhões de janeiro a junho, recorde para o período. Já o câmbio favorável às importações não foi suficiente para reduzir o superávit da balança comercial, que chegou a US$ 20,66 bilhões, com alta de 5,7% em relação ao ano passado e também um recorde. As importações chegaram a US$ 52,55 bilhões (mais 26,6%).
Os números do primeiro semestre, divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que os produtos básicos ampliaram a participação na pauta exportadora, enquanto os manufaturados perderam espaço. Nas importações, o destaque é o crescimento das compras de bens de consumo, sobretudo automóveis.
O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, avaliou que o ideal seria elevar a participação dos manufaturados nas exportações, mas observou que não houve queda nas vendas desses produtos. 'As exportações de básicos estão crescendo mais do que as de manufaturados.' A participação dos básicos subiu de 27,9% no primeiro semestre de 2006 para 30,6% em 2007. A fatia dos manufaturados caiu de 56% para 53,5%.
'O mercado internacional está positivo para os produtos básicos. O Brasil está aproveitando o aumento dos preços, mas também tem aumentado a quantidade embarcada', disse o secretário. Segundo ele, está havendo uma mudança de tendência. No ano passado, as vendas foram sustentadas pelo aumento dos preços internacionais. Neste ano, o volume embarcado está tendo peso maior.
Os dados do ministério, que neste caso têm um mês de defasagem, mostram que as exportações cresceram 10,9% em volume, de janeiro a maio, enquanto os preços dos produtos aumentaram 9,4%. 'Isso significa que nós fincamos as nossas bandeirinhas no mercado internacional com o crescimento de novos clientes, novos países. Isso é uma garantia de que, mesmo que os preços se revertam, nós já teremos conquistado novas parcelas de mercado e vamos, de alguma maneira, blindar um pouco todo esse ganho já obtido', avaliou Meziat.
Do lado das importações, as compras de bens de consumo cresceram 34,3% no primeiro semestre. Com isso, a participação destes produtos subiu de 12,6%, em 2006, para 13,3%, neste ano. O destaque foram as importações de automóveis, que subiram 53,7%, principalmente do México e da Argentina. As compras de máquinas e equipamentos aumentaram 24,3% e as de matérias-primas e produtos intermediários, 29,4%. Para Meziat, as importações brasileiras mantêm um perfil virtuoso, já que mais de 70% se referem a bens de capital, matérias-primas e produtos intermediários.
Meziat não disse qual será a nova meta de exportações para este ano, mas observou que a previsão de US$ 152 bilhões já está superada, já que nos últimos 12 meses as vendas atingiram quase US$ 150 bilhões, com alta de 19,9%. A projeção em vigor previa crescimento de 10,9% em relação a 2006.
Fonte: O Estado de São Paulo
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