Adoção de combustíveis mais baratos e limpos.
Reuters
O Brasil já utiliza a tecnologia dos motores flex há alguns anos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos entrevistados no filme para falar da experiência brasileira.
Frustrado com o que descreve como falta de coragem política, um ex-presidente da subsidiária norte-americana da Royal Dutch Shell se coloca sob os holofotes em um novo documentário que abraça a causa dos combustíveis alternativos para automóveis.
Frustrado com o que descreve como falta de coragem política, um ex-presidente da subsidiária norte-americana da Royal Dutch Shell se coloca sob os holofotes em um novo documentário que abraça a causa dos combustíveis alternativos para automóveis.
O filme “Pump” (bomba, em inglês) culpa as petroleiras e o que afirma serem táticas de obstrução, assim como a inércia política, por evitarem a adoção abrangente de combustíveis mais baratos e limpos baseados no gás natural e no etanol nos Estados Unidos, a maior economia do mundo.
O ex-executivo da Shell John Hofmeister tem se dedicado a criticar o que diz ser uma dependência imprudente do petróleo e o alto preço da gasolina pago pelos consumidores.
“Temos mais gás natural e petróleo do que jamais iremos precisar” nos EUA, afirma Hofmeister, que chefiou a filial da Shell, na cidade de Houston, entre 2005 e 2008, em uma entrevista à Reuters na quinta-feira. “A questão é: qual é o preço de todo esse petróleo? Se o petróleo é caro demais para as pessoas comuns… ele abala a economia como um todo”.
Para Hofmeister, que é membro do conselho de assessores do grupo sem fins lucrativos Fuel Freedom Foundation (Fundação para Liberdade do Combustível, em inglês), um dos produtores do filme, a solução para os preços altos nos postos seria mudar a regulamentação para permitir que os proprietários de carros modifiquem o motor para poderem usar uma combinação de etanol ou de gás natural ou metanol com gasolina, o chamado “combustível flex”.
A extração de óleo de xisto proporcionou nova e imensa oferta de gás natural e de petróleo na América do Norte nos últimos anos.
Tal processo, diz Hofmeister, só custaria algumas centenas de dólares aos consumidores e permitiria o uso de qualquer proporção de etanol e gasolina que se desejasse.
A visão de Hofmeister enfrenta grandes obstáculos. Atualmente, a modificação dos motores a gasolina anula a garantia dos veículos, e o metanol, usado principalmente em carros de corrida devido a seus altos níveis de octanagem, é ilegal para uso em veículos de passeio.
Pior que isso, a infraestrutura para produzir combustíveis baseados no etanol para consumo em massa simplesmente não existe no país, algo que Hofmeister atribui às regulamentações federais onerosas.
“É uma enorme oportunidade de estímulo ao crescimento econômico, porque não temos a infraestrutura para combustíveis alternativos”, afirmou. “Nunca houve uma carência de investidores para investir na infraestrutura de energia do amanhã”.
Hofmeister diz ter se encontrado com legisladores democratas e republicanos em Washington nos últimos seis anos para pressionar pela modificação das regulamentações existentes.
“Membros individuais dos dois lados adoram a ideia, mas não está alta o suficiente em sua lista de prioridades”, declarou.
Para Hofmeister, convertendo cerca de 250 milhões de veículos nos Estados Unidos para “flexfuel”, haveria um benefício geral, incluindo as empresas de petróleo.
Perdas de receitas de vendas de gasolina poderiam ser compensadas por deslocamento de investimento para o gás natural.
“Os americanos vão dirigir mais, desfrutar de sua mobilidade, e poluir menos”, disse Hofmeister.
O Brasil já utiliza a tecnologia dos motores flex há alguns anos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos entrevistados no filme para falar da experiência brasileira.
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