A taxa zero de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, em comparação ao período imediatamente anterior, era esperado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), disse ontem (6) à Agência Brasil a diretora de Desenvolvimento Econômico da entidade, Luciana de Sá.
“A gente já esperava um crescimento nulo, em relação ao segundo trimestre. Prossegue a avaliação de que a economia está em desaceleração”. Segundo Luciana, a trajetória de desaceleração foi percebida desde o começo do ano, trazendo, em consequência, desaceleração na geração do emprego formal. Com isso, a expectativa da Firjan é que o PIB cresça este ano em torno de 3% ou “fique um pouquinho abaixo”.
Além do consumo do governo e das famílias, cujas quedas foram 0,7% e 0,1%, respectivamente, o que mais preocupou os economistas da Firjan no resultado do PIB do terceiro trimestre foi a diminuição dos investimentos em relação ao segundo trimestre (-0,2%). Na comparação com o mesmo período de 2010, a formação bruta de capital fixo, que sinaliza os investimentos, caiu 2,5%.
Luciana de Sá analisou que isso mostra um reflexo da taxa de câmbio, que já começou a subir, mas que tem também influência do ambiente externo, “que está bastante indefinido. Isso tudo causa parada no investimento e no processo de movimentos maiores que envolvam medidas mais robustas de gastos por parte das empresas”.
Em relação à indústria, a avaliação é que o impacto dos juros e da concorrência da China foi determinante para a queda de 0,9% registrada no setor em comparação ao segundo trimestre deste ano. A Firjan estima que o PIB industrial evolua este ano 1,2%, enquanto a produção da indústria deverá ficar abaixo de 1%. No acumulado de 12 meses findos em outubro, o crescimento do setor é 1,3%, disse Luciana de Sá. “Ainda há estoques elevados nas empresas e continuou em outubro o nível de atividade mais deprimido”.
Para 2012, a Firjan prevê crescimento do PIB próximo do deste ano. “Se não tiver piora no quadro internacional, eu acho que a gente consegue fechar o ano que vem com 3% ou talvez até 3,5% de crescimento”. Para a indústria, em especial, a expectativa é de melhoria.
Com a continuidade da trajetória de queda dos juros e de suspensão das medidas de restrição do crédito pelo governo, a expectativa é desempenho melhor do PIB em 2012, “isso tudo descartando um cenário externo caótico”. O desempenho esperado é modesto, do ponto de vista externo. “Ruim, mas sem nenhum cataclisma, sem ruptura”, declarou.