Tema será debatido com lideranças abordando RenovaBio, Crédito de Carbono e Certificações no Cana Summit, que será realizado em Brasília/DF, nos dias 10 e 11 de abril
Redação TN Petróleo/AssessoriaPrincipal cultura para a produção de açúcar e etanol, a cana-de-açúcar também pode ser uma alternativa para proporcionar um futuro mais verde e limpo e, consequentemente, gerar novas oportunidades de rentabilidade para o produtor.
Com esta proposta, o Cana Summit – evento que será realizado pela ORPLANA (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) nos dias 10 e 11 de abril, em Brasília/DF – debaterá sobre o mercado sustentável da cana-de-açúcar em um dos seus painéis. O tema será discutido no dia 11, às 11h30, em cima de três principais pilares: RenovaBio, Crédito de Carbono e Certificações.
"Precisamos incluir os produtores de cana-de-açúcar no RenovaBio, incentivar as práticas sustentáveis e buscar certificações para as propriedades com o objetivo de trazer mais remuneração, seja por meio de melhores taxas ou mais facilidades", explica o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira (foto).
Os painelistas convidados abordarão o anseio dos produtores de cana para serem incluídos no repasse financeiro dos Créditos de Descarbonização (CBIOs), dentro do programa RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis). Atualmente, um Projeto de Lei tramita na Câmara dos Deputados a favor da divisão dos valores de venda na proporção de, no mínimo, 80% dos CBIOs gerados aos produtores rurais, e que a venda também possa ser feita por eles.
Pelo RenovaBio, os CBIOs são emitidos após a comprovação de venda dos lotes de etanol (biocombustível), com base em dois elementos: o volume vendido e a nota de eficiência, que corresponde a quanto o biocombustível evita de emissões de carbono ante o combustível fóssil.
"O Brasil é uma potência bioenergética e na produção do etanol há muitos benefícios de preservação. O RenovaBio reconhece essa redução dos gases do efeito estufa e paga por isso. Porém, só as usinas estão incluídas. São poucos os produtores que recebem e, ainda assim, o valor repassado é descabido e desmotivador", aponta Nogueira.
Referência em sustentabilidade e eficiência, a cana contribui para reduzir as emissões de dióxido de carbono e os impactos ao meio ambiente. Por essa contribuição, os produtores podem lucrar com a geração de créditos de carbonos e fazer deles uma importante fonte de renda.
"Os produtores podem gerar renda por meio do recebimento ou da negociação destes créditos. No Cana Summit vamos falar desse processo para o produtor primário, mostrar como funciona o mercado de carbono, como acessar e angariar recursos, pois necessitamos de inclusão", revela o executivo da ORPLANA.
Certificações
As certificações conquistadas graças às iniciativas de redução de impactos ambientais e sociais por meio da produção da cana-de-açúcar também podem ser recompensadas ao produtor, defende a ORPLANA.
No Cana Summit, a organização quer incentivar a busca por essas certificações e mostrar que, diante de todo o investimento feito nesse sentido, é necessária uma contrapartida das usinas e do governo.
"Atualmente, a legislação é muito restritiva, são muitas exigências, protocolos e adequações. A ORPLANA e as associações trabalham para ajudar e reduzir a burocracia, mas é preciso um estímulo, uma redução de custos para o produtor, pois exige um nível de investimento", explica Nogueira.
Segundo o CEO da ORPLANA, o governo deveria favorecer linhas de crédito e financiamento e remunerar o produtor pela recomposição e preservação de áreas. "Hoje, um quarto da propriedade é mata, tem reserva legal, APP e toda uma exigência na recomposição e cuidado de áreas. Além disso, as áreas de recarga das chuvas para os lençóis/rios e todos os serviços ambientais precisam ser reconhecidos", completa.
A expectativa do Cana Summit é reunir mais de 500 participantes e contar com a presença de autoridades políticas e lideranças do setor. Estão confirmados e são aguardados no evento, nomes como o presidente da OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), Márcio Lopes de Freitas, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; o diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Bruno Lucchi; o presidente do Cosag (Conselho do Agronegócio) da Fiesp, Jacyr Costa; o engenheiro agrônomo e professor, Marcos Fava Neves; entre outros.
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