Petróleo

EUA recuam sobre explorar petróleo no mar

Valor Econômico
13/05/2010 10:42
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Apoio da opinião pública americana à exploração de petróleo no mar continua forte, sugere uma nova pesquisa NBC News/Wall Street Journal, mesmo enquanto um poço danificado continua a jorrar óleo no Golfo do México.

 

Mas o vazamento reduziu o apoio à perfuração marítima entre senadores do Partido Democrata, enfraquecendo as chances do projeto de lei climática que foi anunciado ontem por dois senadores.

 

Seis em cada dez entrevistados na pesquisa, realizada entre os dias 6 e 10, apoiam mais exploração petrolífera na costa dos EUA. Cerca de 34% disseram apoiar "vigorosamente" e 26% apoiam "um pouco".

 

Mais da metade dos entrevistados, 53%, também disse concordar com a declaração de que "os potenciais benefícios para a economia ultrapassam o potencial de danos ao meio ambiente". Entrevistados em Estados da costa do Golfo do México se mostraram um pouco mais dispostos a apoiar mais exploração marítima, com 63% deles afirmando que aprovariam a instalação de mais plataformas. A pesquisa tem margem de erro de 3,1 pontos percentuais.

 

"Essas coisas acontecem, mas você tem de continuar progredindo", disse David Mundy, aposentado que mora em Mitchell, no Estado de Indiana, a mais de 1.200 km ao norte das águas do Golfo. "Temos de abandonar nossa dependência do petróleo importado."

 

Muitos entrevistados disseram que gostariam que a exploração marítima fosse "controlada" de alguma maneira, mas aparentaram estar confiantes de que o risco de futuros acidentes pode ser reduzido e que os danos causados por eles são limitados.

 

"Estou surpreso que o problema já não tenha sido resolvido", afirmou Linn McCormack, dona de casa que mora no norte do Estado de Nova Jersey.

 

A falta de uma reação pública ao desastre no Golfo é um duro golpe para os grupos ambientalistas, que se preparam para repercutir a questão no debate sobre o setor energético americano.

 

"Se não for por causa disso, o que tem de acontecer?", indagou Neil Shader, porta-voz da Wilderness Society, que defende a proteção das terras públicas.

 

Mas o desastre ecológico causado pelo derramamento no Golfo do México complicou o esforço do governo para ter uma lei voltada à mudança do clima.

 

O presidente Barack Obama e os senadores John Kerry, democrata, e Joseph Lieberman, independente, esperavam oferecer seu apoio à ampliação da exploração marítima como uma moeda de troca para conquistar votos da oposição, os republicanos, para uma legislação do clima voltada a diminuir as emissões americanas de gases do efeito estufa em 80% até 2050.

 

Kerry e Lieberman lançaram o projeto de lei ontem, com uma cláusula que permite aos Estados proibir a exploração petrolífera em suas áreas costeiras ou vetá-la num Estado vizinho. Antes do vazamento, o Executivo havia proposto uma expansão mais ampla da exploração marítima.

 

A proposta também tem uma cláusula que criaria um sistema de créditos de carbono, que serviria de imposto para os maiores emissores dos gases. Inicialmente seriam US$ 12 por tonelada de carbono, aumentando depois a um ritmo anual de 3% acima da inflação. Também seria criado um teto inicial de US$ 25 por tonelada.

 

A lei tem poucas chances de ser aprovada no curto prazo. Ela não tem apoio do Partido Republicano, e alguns democratas também se manifestaram contra qualquer expansão na exploração marítima.

 

O vazamento no Golfo também se tornou um fator crucial nas eleições estaduais americanas mais importantes este ano.

 

O governador da Flórida, Charlie Crist, que recentemente abandonou os republicanos e se declarou independente, quer realizar uma sessão extraordinária na Assembleia Estadual para discutir a possível proibição da exploração em sua costa. O rival de Crist na disputa pelo governo da Flórida, Marco Rubio, apoia a exploração.

 

Na Califórnia, o governador republicano, Arnold Schwarzenegger, recuou das propostas de expandir a exploração na costa do Estado. Os republicanos que disputam a vaga do partido para desafiar a senadora democrata Barbara Boxer no fim do ano não se entendem em relação à questão - o ex-deputado Tom Campbell está enfatizando que sempre foi contra a exploração marítima, e a ex-presidente da Hewlett-Packard Carly Fiorina e o deputado estadual Chuck DeVore

 

 

Por Louise Radnofsky e Jean Spencer, The Wall Street Journal

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