Na esteira do boom do etanol, já percebido em muitos nichos da economia, o mercado de turbinas a vapor de pequeno porte, que equipam termelétricas movidas a biomassa, como as que utilizam o álcool para a geração de energia elétrica, começa a ficar aquecido. Fabricantes como a Siemens programa
Jornal do CommercioNa esteira do boom do etanol, já percebido em muitos nichos da economia, o mercado de turbinas a vapor de pequeno porte, que equipam termelétricas movidas a biomassa, como as que utilizam o álcool para a geração de energia elétrica, começa a ficar aquecido. Fabricantes como a Siemens programam expansão em unidades para atender à crescente demanda que já chega ao mercado.
Por outro lado, o mercado de turbinas a gás para geração de energia elétrica não se mostra tão confiante assim. A grande causa disso é a incerteza em relação ao fornecimento do insumo, que paralisou novos investimentos em termelétricas movidas por esse combustível. Mesmo assim, é esperado o retorno das encomendas nesse mercado dentro de dois anos.
Estudo feito pela Frost & Sullivan estima que os negócios no mercado de turbinas a vapor, que em 2006 movimentou, no Brasil, US$ 317 milhões, chegarão a US$ 1,8 bilhão em 2012. A maior demanda será gerada pelas usinas que utilizam o etanol como combustível para a geração elétrica. Já o mercado de turbinas a gás, que em 2006 gerou negócios de US$ 546 milhões, alcançará US$ 1 bilhão dentro de cinco anos.
"A biomassa vai impulsionar o crescimento do mercado de usinas a vapor. Apesar de serem as turbinas de menor porte, o número de unidades que serão encomendadas é muito grande. Há muito espaço para o crescimento da biomassa, e estão programados um volume significativo de investimentos para os próximos anos", afirma a gerente da área de Energia da Frost & Sullivan, Milena Matone.
BIOMASSA. O Brasil é o principal mercado para as turbinas a vapor que utilizam biomassa, na América Latina. Cerca de 65% das encomendas de turbinas desse tipo tem a biomassa como fonte combustível. No restante da América Latina, esse índice fica em 54%.
O mercado de turbinas a vapor latino-americano movimentou US$ 775 milhões em 2006, com o Brasil sendo responsável por 41% das encomendas. Em 2012, a projeção do estudo indica um volume de negócios de US$ 2,7 bilhões.
As turbinas a vapor de maior porte utilizam o carvão mineral como combustível, e segundo Milena, também terá um crescimento considerável no Brasil. Os números do Plano Decenal 2007-2016 ilustram bem essa perspectiva. O estudo desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que são considerados uma adição de 1.100 megawatts (MW), em um cenário de expansão de 4,2% do PIB, e de 1.750 MW de capacidade instalada oriunda de termelétricas movidas a carvão mineral, em um cenário de crescimento de 4,9%. No plano anterior, para o período 2006-2015, a potência adicional a partir da instalação de novas usinas a carvão não passava dos 350 MW. Com isso, a participação do carvão na matriz termelétrica nacional vai pular dos 9,4% verificados em janeiro de 2007 para 14,1% em 2016.
"O Brasil terá um incremento em termos de encomendas de turbinas a vapor de grande porte, que utilizam carvão mineral. Mas em países como o México, essa demanda será bem maior, em parte por causa dos altos preços do petróleo e do gás natural, aliado às reservas locais de carvão", explica a especialista.
No caso do mercado de turbinas movidas gás natural, o Brasil até apresenta um crescimento considerável, de 7% até 2012, diante das condições gerais para o aproveitamento do insumo no País. Em toda a América Latina, a perspectiva é de um incremento de 13% no volume de negócios de turbinas a gás voltadas para a geração elétrica.
"O mercado de gás natural no Brasil ainda é muito recente, falta muito a ser feito em termos de infra-estrutura. No Nordeste, as térmicas estão paradas por falta de gás. As empresas vêm ganhando apenas na parte de serviços, já quase não há encomendas", observa Milena.
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