A multinacional de biotecnologia e enzimas Novozymes divulgou hoje (25) um relatório feito pela Bloomberg New Energy Finance sobre as perspectivas socioeconômicas da implantação de biocombustíveis avançados em oito das maiores regiões agrícolas no mundo: Argentina, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, México e União Europeia.
São considerados avançados os biocombustíveis que emitem pelo menos 40% menos gases de efeito estufa do que a gasolina. O estudo estima que 17,5% do resíduo agrícola produzido atualmente poderia ser utilizado como matéria-prima para biocombustíveis de segunda geração. “Com esse volume, poderiam ser produzidos biocombustíveis suficientes para substituir mais de 50% da demanda de gasolina prevista para 2030”, segundo o estudo.
Além da produção em si, a iniciativa diversificaria a renda dos agricultores dessas oito regiões. O estudo prevê que a partir de hoje até 2050, a receita poderia ser ampliada de US$ 1 trilhão para US$ 4,4 trilhões. “Os biocombustíveis avançados podem criar até 2,9 milhões de empregos na China, 1,4 milhão de empregos nos Estados Unidos e cerca de 1 milhão de empregos no Brasil”, afirma o relatório apresentado hoje no Fórum Econômico Mundial de Davos.
O levantamento divulgado pela Novozymes destaca, no entanto, que há uma série de barreiras para uso desses resíduos na produção de biocombustíveis de segunda geração. Entre elas, a oferta de matéria-prima, a falta de infraestrutura, além de altos custos de capital.