Petrobras

Estatal aguarda resposta de compra de rede da Esso

Jornal do Commercio
07/04/2008 13:23
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A Petrobras ainda não recebeu qualquer retorno da Esso sobre sua proposta de compra dos ativos da americana no Brasil. Foi essa informação que o comando da estatal deu para os conselheiros na reunião do conselho de administração, na sexta-feira.

 

No entanto, no mercado, é pule de dez que a estatal fez a melhor proposta e vai levar a rede de postos da Esso, mas oficialmente a Petrobras não fala sobre o assunto. Uma fonte informou ao Valor que o valor da proposta da Petrobras está mais perto de US$ 800 milhões do que de US$ 1 bilhão.

 

Uma parte dos postos - a rede no Nordeste e no Norte - ficará com a mineira AleSat, o que deve corresponder a cerca de 15% do valor total da proposta. A distribuidora, que está preparando sua estréia na Bolsa de Valores, é resultado da fusão da mineira Ale com a sergipana Satélite.

 

Depois da fusão, a nova empresa foi capitalizada pelo fundo americano Darby Investment, que comprou uma participação minoritária.

 

A associação entre Petrobras e AleSat é uma forma de evitar problemas de concentração como os que ocorreram depois da compra da Ipiranga pela Petrobras e grupo Ultra no ano passado, que esbarrou no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 

Nesse negócio a Petrobras ficou apenas com os postos da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o que lhe dará 39% do mercado brasileiro de distribuição. Mas como o Cade ainda não analisou a concentração em cada região, a Petrobras terá que criar uma nova distribuidora até que a nova rede possa ser absorvida pela BR.

 

Na oferta pela Esso no Brasil, a associação com a Ale objetiva evitar acusação de concentração excessiva. A americana tem 8% do mercado Os concorrentes informam que o vendedor tem que ser anunciado pela Esso, que é a vendedora.

 

A expectativa era de que a comunicação sobre o vencedor fosse feita há duas semanas, mas até agora não houve qualquer sinal. A Petrobras fez uma proposta separada pelos ativos no Chile, mas pouco sempre se sabe dela.

 

O processo de saída da ExxonMobil do setor de distribuição na América do Sul está sendo confuso.
Inicialmente, a empresa colocou à venda a rede em cinco países (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile) em um pacote fechado.

 

Os ativos despertaram o interesse da da Petrobras, Ultrapar, AleSat, os fundos de investimento GP (associado aos empresários argentinos Ernesto Gutiérrez e Eduardo Eurnekian), o fundo de investimentos Ashmore, e a Cosan.

 

A própria Shell chegou a oferecer uma proposta no início, mas não foi chamada para o segunda rodada de negociações.

 

Alguns interessados fizeram oferta pelo conjunto de ativos e por isso não ficou claro como se dará o processo de análise das propostas pela Esso, porque anunciou que tinha retirado os ativos da Argentina do pacote.

 

Isso não afetou a proposta da Petrobras, que garante nunca ter tido interesse nos ativos da americana naquele país.

 

"A Petrobras nunca fez nenhuma proposta de compra pela rede da Esso na Argentina", afirmou Decio Oddone, o novo presidente da filial argentina da Petrobras.

 

A Petrobras quer reforçar a produção própria de petróleo na Argentina e aumentar a integração de suas operações. A empresa prevê a abertura de 15 novos poços este ano, nas províncias de Salta (no Norte), Santa Cruz e Neuquén (no Sul), que se somarão aos 43 já abertos e em produção desde 2004.

 

"Dificilmente temos perspectivas de descobertas importantes porque a Argentina é um território maduro, onde se explora petróleo há cem anos, mas estamos tentando encontrar coisas novas, afirmou Oddone.

 

Hoje (7), a Petrobras tem capacidade para refino de 80 mil barris de petróleo por dia na Argentina, dos quais metade é obtida com exploração própria e metade comprada de terceiros A exploração de novos poços faz parte do plano de investimentos de US$ 2,4 bilhões da Petrobras na Argentina de 2008 a 2011.

 

A maior parte dos recursos será direcionada para o aumento da produção de petróleo que caiu mais de 16% no ano passado.

 

A Petrobras, como outras petroleiras, é pressionada pelo governo argentino para elevar a produção de petróleo e gás que está caindo há seis anos.

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