Indústria Naval

Estaleiros querem receber "pacotes" de equipamentos

Ação é liderada pela Abenav.

Valor Econômico
28/03/2014 12:51
Visualizações: 1239 (0) (0) (0) (0)

 

Estaleiros querem receber "pacotes" de equipamentos
A busca de empresas capazes de fornecer "pacotes" - em vez de equipamentos isolados - para os estaleiros que produzem barcos de apoio marítimo é outra das iniciativas em curso para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás. A ação é liderada pela Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), que tenta seguir um caminho semelhante ao criado pela indústria automotiva, que usa a terceirização em boa parte da produção.
Augusto Mendonça, presidente da Abenav, disse que a ideia é desenvolver alguns projetos-piloto entre estaleiros e fornecedores. A associação identificou quatro áreas com potencial de desenvolver o fornecimento em "pacotes" para o apoio marítimo: geração de energia, módulos de acomodação de passageiros a bordo dos navios, tubulações e parte elétrica, incluindo instrumentação e controle de navegação. Os projetos-piloto devem ser montados nas duas primeiras áreas (geração de energia e acomodações).
A WEG, fabricante de equipamentos eletroeletrônicos, é uma das empresas envolvidas na iniciativa da Abenav. Hélcio Makoto, diretor de vendas da WEG Automação, disse que a empresa começou a fazer a modulação de alguns equipamentos para barcos de apoio offshore e rebocadores. "Estamos oferecendo isso como uma alternativa para os estaleiros", disse Makoto. A solução consiste em fornecer equipamentos elétricos montados e interconectados em uma mesma plataforma mecânica. É um modelo semelhante ao que a empresa tem fornecido para outros setores, como o de mineração.
Segundo Makoto, a WEG tem condições de fornecer produtos, na parte eletroeletrônica, com alto índice de conteúdo local. A empresa desenvolve, por exemplo, um inversor de frequência de motor que permite fazer a separação de água e óleo a bordo das plataformas de produção. "Estamos preparados para a nacionalização de novas aplicações no óleo e gás."
Carlos Camerini, gerente de tecnologia da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), conta que a escala das encomendas mudou. "Há dez anos, se encomendava de uma só vez dez árvores de natal molhadas [conjunto de válvulas instalado nos poços de petróleo no fundo do mar], hoje essa encomenda é de 150 unidades ", afirma. "A nova realidade faz com que as empresas tenham que aumentar as fábricas, com investimento alto para atender à demanda, ou desenvolver fornecedores, diminuindo riscos."
Desde 2007, a Onip identifica oportunidades para os fornecedores nacionais por meio do programa Plataforma Tecnológica (Platec), apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em uma primeira fase, o programa se concentrou na área de componentes e sistemas para a indústria naval. Foram identificados cerca de mil produtos com potencial de serem supridos por empresas nacionais, sendo que cerca de 25% desse total encontra-se em fase de projeto. Os produtos fazem parte de duas grandes áreas: automação e controle e metalmecânica.
Agora, a Onip começou a desenvolver uma nova etapa do Platec com ênfase em equipamentos submarinos, como as árvores de natal. O plano é fazer 12 seminários em diferentes Estados para identificar produtos com conteúdo tecnológico "desafiador" que podem ser nacionalizados, disse Camerini.
Um exemplo de resultado obtido no Platec envolve a fornecedora gaúcha Altus, da área de sistemas de automação e controle, que teve um papel de empresa-âncora no programa, fazendo encomendas de subsistemas a subfornecedores, primeiro de peças menores e, depois, de sistemas maiores. "Houve evolução da cadeia produtiva para óleo e gás", disse Fábio Eidelwein, diretor da unidade de integração de sistemas da Altus.
Eidelwein disse que a empresa qualificou fornecedores de placas eletrônicas no mercado nacional, componente antes montado com empresas estrangeiras. O executivo avaliou que a qualificação tecnológica permitiu à Altus ganhar a concorrência para automatizar as oito plataformas replicantes, que estão sendo construídas no município gaúcho de Rio Grande.
Um aspecto importante das novas ações para desenvolver a cadeia de fornecedores é a tentativa de aumentar a competitividade e reduzir custos nos estaleiros. É esse o pano de fundo da iniciativa da Abenav de desenvolver fornecedores capazes de produzir equipamentos e integrá-los em "módulos" que serão montados nos barcos de apoio offshore nos estaleiros.
Gerson Viana, diretor de compras da britânica Rolls-Royce, afirmou que os fornecedores brasileiros não estavam habituados a produzir para a indústria de óleo e gás, porque o foco era o mercado de álcool. "Hoje, os fornecedores já estão muito mais familiarizados e qualificados para dar suporte ao setor. Aqueles que já estavam atendendo clientes offshore, exibiam carteiras cheias de pedidos e não ofereciam preços competitivos. No entanto, devido a uma desaceleração na demanda, algumas oportunidades surgiram", explica Viana.
Segundo o executivo da Rolls-Royce, "o grande desafio do mercado é manter índices financeiros saudáveis, visto que boa parte das empresas fornecedoras está com dificuldades de caixa. Tecnologicamente, observamos progresso em fundição, caldeiraria e forjaria. Contudo, a usinagem ainda permanece limitada e cara devido à idade avançada das máquinas e à baixa oferta de mão de obra qualificada".

A busca de empresas capazes de fornecer "pacotes" - em vez de equipamentos isolados - para os estaleiros que produzem barcos de apoio marítimo é outra das iniciativas em curso para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás. A ação é liderada pela Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), que tenta seguir um caminho semelhante ao criado pela indústria automotiva, que usa a terceirização em boa parte da produção.

Augusto Mendonça, presidente da Abenav, disse que a ideia é desenvolver alguns projetos-piloto entre estaleiros e fornecedores. A associação identificou quatro áreas com potencial de desenvolver o fornecimento em "pacotes" para o apoio marítimo: geração de energia, módulos de acomodação de passageiros a bordo dos navios, tubulações e parte elétrica, incluindo instrumentação e controle de navegação. Os projetos-piloto devem ser montados nas duas primeiras áreas (geração de energia e acomodações).

A WEG, fabricante de equipamentos eletroeletrônicos, é uma das empresas envolvidas na iniciativa da Abenav. Hélcio Makoto, diretor de vendas da WEG Automação, disse que a empresa começou a fazer a modulação de alguns equipamentos para barcos de apoio offshore e rebocadores. "Estamos oferecendo isso como uma alternativa para os estaleiros", disse Makoto. A solução consiste em fornecer equipamentos elétricos montados e interconectados em uma mesma plataforma mecânica. É um modelo semelhante ao que a empresa tem fornecido para outros setores, como o de mineração.

Segundo Makoto, a WEG tem condições de fornecer produtos, na parte eletroeletrônica, com alto índice de conteúdo local. A empresa desenvolve, por exemplo, um inversor de frequência de motor que permite fazer a separação de água e óleo a bordo das plataformas de produção. "Estamos preparados para a nacionalização de novas aplicações no óleo e gás."

Carlos Camerini, gerente de tecnologia da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), conta que a escala das encomendas mudou. "Há dez anos, se encomendava de uma só vez dez árvores de natal molhadas [conjunto de válvulas instalado nos poços de petróleo no fundo do mar], hoje essa encomenda é de 150 unidades ", afirma. "A nova realidade faz com que as empresas tenham que aumentar as fábricas, com investimento alto para atender à demanda, ou desenvolver fornecedores, diminuindo riscos."

Desde 2007, a Onip identifica oportunidades para os fornecedores nacionais por meio do programa Plataforma Tecnológica (Platec), apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em uma primeira fase, o programa se concentrou na área de componentes e sistemas para a indústria naval. Foram identificados cerca de mil produtos com potencial de serem supridos por empresas nacionais, sendo que cerca de 25% desse total encontra-se em fase de projeto. Os produtos fazem parte de duas grandes áreas: automação e controle e metalmecânica.

Agora, a Onip começou a desenvolver uma nova etapa do Platec com ênfase em equipamentos submarinos, como as árvores de natal. O plano é fazer 12 seminários em diferentes Estados para identificar produtos com conteúdo tecnológico "desafiador" que podem ser nacionalizados, disse Camerini.

Um exemplo de resultado obtido no Platec envolve a fornecedora gaúcha Altus, da área de sistemas de automação e controle, que teve um papel de empresa-âncora no programa, fazendo encomendas de subsistemas a subfornecedores, primeiro de peças menores e, depois, de sistemas maiores. "Houve evolução da cadeia produtiva para óleo e gás", disse Fábio Eidelwein, diretor da unidade de integração de sistemas da Altus.

Eidelwein disse que a empresa qualificou fornecedores de placas eletrônicas no mercado nacional, componente antes montado com empresas estrangeiras. O executivo avaliou que a qualificação tecnológica permitiu à Altus ganhar a concorrência para automatizar as oito plataformas replicantes, que estão sendo construídas no município gaúcho de Rio Grande.

Um aspecto importante das novas ações para desenvolver a cadeia de fornecedores é a tentativa de aumentar a competitividade e reduzir custos nos estaleiros. É esse o pano de fundo da iniciativa da Abenav de desenvolver fornecedores capazes de produzir equipamentos e integrá-los em "módulos" que serão montados nos barcos de apoio offshore nos estaleiros.

Gerson Viana, diretor de compras da britânica Rolls-Royce, afirmou que os fornecedores brasileiros não estavam habituados a produzir para a indústria de óleo e gás, porque o foco era o mercado de álcool. "Hoje, os fornecedores já estão muito mais familiarizados e qualificados para dar suporte ao setor. Aqueles que já estavam atendendo clientes offshore, exibiam carteiras cheias de pedidos e não ofereciam preços competitivos. No entanto, devido a uma desaceleração na demanda, algumas oportunidades surgiram", explica Viana.

Segundo o executivo da Rolls-Royce, "o grande desafio do mercado é manter índices financeiros saudáveis, visto que boa parte das empresas fornecedoras está com dificuldades de caixa. Tecnologicamente, observamos progresso em fundição, caldeiraria e forjaria. Contudo, a usinagem ainda permanece limitada e cara devido à idade avançada das máquinas e à baixa oferta de mão de obra qualificada".

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Pré-Sal
FPSO P-91 que será instalado no campo de Búzios tem cont...
03/10/25
Resultado
BRAVA Energia alcança recorde de produção no terceiro tr...
03/10/25
Oportunidade
Firjan SENAI SESI lança programa de empregabilidade para...
03/10/25
Sustentabilidade
Amazon Brasil e Petrobras anunciam iniciativa de colabor...
02/10/25
Etanol
Ampliar o consumo doméstico de etanol: desafio essencial...
01/10/25
Negócio
Vallourec conquista pedido com a Petrobras para o SUBMAG...
01/10/25
Pré-Sal
Vindo do Estaleiro Benoi, em Singapura o FPSO P-78 chega...
01/10/25
Combustíveis
Etanol aumenta mais de 1% em setembro, afirma Edenred Ti...
01/10/25
Negócio
PetroReconcavo conclui a compra de 50% dos ativos de mid...
01/10/25
PD&I
Brasil tem capacidade de desenvolver tecnologia própria ...
01/10/25
ESG
Pesquisa Firjan ESG 2025 revela amadurecimento das empre...
30/09/25
Evento
Setor de Energia entra na "era inteligente" com IA integ...
30/09/25
Documento
Plano Decenal de Pesquisa de Recursos Minerais 2026–2035...
30/09/25
Premiação
Conheça as ganhadoras do Prêmio Firjan de Sustentabilida...
29/09/25
Refino
Produtoras e distribuidoras de combustíveis montam força...
29/09/25
Evento
Agenda da ABPIP em Brasília reforça urgência de ajustes ...
29/09/25
Combustíveis
Cepea/Esalq: etanol anidro recua 3,02% e hidratado cai 0,20%
29/09/25
Apoio Offshore
Wilson Sons inaugura nova estrutura do Centro de Treinam...
26/09/25
Margem Equatorial
Ibama aprova Avaliação Pré-Operacional (APO) realizada p...
25/09/25
GNV
Naturgy debate oportunidades para crescimento no mercado...
25/09/25
Aviação Sustentável
Embraer avança em estudos com SAF após aquisição do bioc...
25/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23