Jornal do Commercio
A negociação entre a Petrobras e os controladores do antigo estaleiro Ishibrás, no Rio de Janeiro, para que a estatal utilize a área do estaleiro desativado, deve ser concluída até o fim de setembro, disse ontem a subsecretária de Desenvolvimento Econômico do estado, Renata Cavalcanti. “Já está tudo praticamente certo. Não tem o que dar errado agora”, comentou. Segundo ela, o governo está apenas intermediando a negociação e poderá conceder algum desconto em tributos “se houver necessidade”.
A área do antigo Ishibrás, lembrou ela, é “a joia da coroa” no estado. Renata diz isso porque a área é uma das que possui o maior calado na costa brasileira e as instalações já estão prontas para a realização de obras de construção e manutenção de plataformas e navios de grande porte.
A negociação entre a Petrobras e a Companhia Brasileira de Diques (CBD) prevê o arrendamento do estaleiro pela estatal para que a área seja usada como hoje a companhia já faz no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e em São Roque, na Bahia.
O estaleiro, que possui um dique seco, seria oferecido pela empresa nas licitações para a construção de novas plataformas, inclusive os dois navios-plataforma que estão sendo afretados para testes de longa duração no cluster do pré-sal da Bacia de Santos, destinados aos campos de Iara e Guará.
O Ishibrás integrava o consórcio Rio Naval, que arrematou a construção de quatro navios do tipo Panamax e cinco navios Aframax no Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro (Promef), num contrato de R$ 1,9 bilhão. Como o consórcio não conseguiu negociar um novo preço para utilizar a área, a subsidiária da Petrobras repassou a encomenda para o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco.
A possível desapropriação do Ishibrás faz parte do trabalho da Frente Parlamentar da Indústria Naval, que pretende viabilizar outros quatro projetos de novos estaleiros ou revitalização de áreas no estado do Rio de Janeiro: Complexo de Barra do Furado, Estaleiro Itaguaí, revitalização do estaleiro Caneco (Niterói) e Estaleiro Maricá.
No caso do Ishibrás, no entanto, não haverá mais necessidade da desapropriação. “As negociações correram muito bem, melhor do que o esperado. Afinal, quem não quer fazer um arrendamento para a Petrobras?”
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