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Estaleiro da OSX no RJ pode gerar prejuízo bilionário

Um dos maiores elefantes brancos das empresas de Eike Batista, o estaleiro da OSX em São João da Barra (RJ) pode gerar ao grupo, sozinho, um prejuízo bilionário. A unidade da OSX foi planejada para ser o "maior estaleiro das Américas", com capacidade para

O Estado de S. Paulo
05/07/2013 15:05
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Um dos maiores elefantes brancos das empresas de Eike Batista, o estaleiro da OSX em São João da Barra (RJ) pode gerar ao grupo, sozinho, um prejuízo bilionário. A unidade da OSX foi planejada para ser o "maior estaleiro das Américas", com capacidade para integrar simultaneamente até 14 plataformas na primeira etapa, e investimento estimado em R$ 4,8 bilhões. Mas, sem o petróleo da coirmã OGX, as encomendas não vieram. E o estaleiro, de 2,5 milhões de metros quadrados de área útil, cais já erguido e galpões de pé, ficou ocioso.

A OSX busca alternativas para viabilizá-lo. Inicialmente, a ideia era vendê-lo, mas ninguém está disposto a pagar o valor previsto. "O projeto, como foi planejado, é inviável. Não há encomenda que pague a conta", diz uma fonte do setor naval.

Um dos principais candidatos seria o estaleiro Keppel, que já atuou em parceria com a OSX, tem encomendas bilionárias na carteira e um estaleiro maduro. Jurong e Estaleiro Atlântico Sul (EAS), entre outros, também chegaram a conversar sobre o assunto, mas já teriam desistido.

A perspectiva para a venda, pioraram nas últimas semanas. A estimativa é que a unidade não valha mais os bilhões aplicados pelo grupo de Eike, mas algumas centenas de milhões. Possíveis interessados esperam a situação se agravar para fechar a compra a preço de banana.

Para contonar o problema, um plano B, já está em curso: redimensionar a OSX para a nova realidade e mantê-lo no grupo. Ao invés de se tornar o maior estaleiro das Américas, como pretendia Eike Batista originalmente, se tornaria um estaleiro de médio porte, dedicado à construção de barcos de apoio para as petroleiras.

Para viabilizar a alternativa, porém, é preciso saldar as dívidas, em especial as de curto prazo. O dinheiro viria da venda da OSX 2, plataforma praticamente pronta que não tem serventia para o grupo. Seria usada nos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, anunciados como inviáveis comercialmente pelo grupo.

A OSX2 seria vendida por cerca de US$ 1 bilhão. Empresas especializadas em locação de plataforma estão avaliando a aquisição. Segundo fontes próximas à negociação, se a venda for fechada, a OSX conseguirá saldar as dívidas e se viabilizar como uma operação menor, mas rentável.

Nesta quinta-feira, 4, em comunicado ao mercado, a empresa negou os rumores de que recorreria a uma terceira alternativa: a recuperação judicial. "Trata-se de uma possibilidade legal disponível a qualquer empreendedora. Por parte da OSX, a diretoria da companhia não tem a intenção de utilizar-se de tal proteção legal", informou o comunicado.

Desvalorização. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a OSX investiu mais de meio bilhão de reais no estaleiro, Nem todo o investimento programado, de quase R$ 5 bilhões, foi despendido. Mas o ativo já se encontra registrado no balanço referente até março por R$ 2,4 bilhões.

A OSX recebeu aprovação de prioridade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) de R$ 2,7 bilhões em junho de 2011, e depois uma linha adicional de R$ 1,5 bilhão. Não se sabe a cifra exata de quanto cada banco repassou, mas só a Caixa Econômica Federal financiou mais de R$ 1 bilhão. Ao menos Caixa e BNDES também fizeram empréstimos de curto prazo que vencem nos próximos meses.

A Caixa, em 27 de abril de 2012, concedeu R$ 400 milhões num empréstimo-ponte de 18 meses que vence no dia 19 de outubro. Em 28 de dezembro de 2012, foram repassados pela Caixa R$ 627,4 milhões, com carência de 36 meses e vencimento em junho de 2033, referente ao 1° desembolso do FMM.

Em 28 de dezembro de 2011, a OSX também recebeu R$ 427,6 milhões num empréstimo-ponte do BNDES com vencimento previsto para o próximo dia 15 de agosto.

A construção do estaleiro começou há exatos três anos. Até o ano passado, a previsão era de que a primeira fase iniciasse operações em março passado. A carteira de pedidos contratados já foi composta de 16 unidades destinadas à produção de petróleo e gás. As encomendas externas foram minguando e, na segunda-feira, veio o golpe fatal dentro do próprio grupo. A OGX anunciou que, por falta de petróleo para explorar, estava suspendendo a encomenda de cinco plataformas. As outras duas plataformas já em construção para a OGX, a OSX-3 e a WHP-2, receberão US$ 314 milhões da empresa de petróleo para sua conclusão.
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