A Essencis Soluções Ambientais, joint venture formada pelos Grupos Solví e Cavo, inaugurou uma unidade de recuperação de metais. A nova tecnologia, aliada aos conceitos de sustentabilidade e da Política Nacional de Resíduos Sólidos, consiste em um processo físico-químico que, por meio do controle do pH, faz-se a precipitação dos metais contidos nos resíduos industriais. Desta forma, o sistema extrai os metais (níquel, cobre, cromo, cobalto, alumínio e zinco) contidos no lodo galvânico e que podem retornar ao processo produtivo das indústrias.
Os metais são essenciais em diversos segmentos industriais e as poucas minas no mundo são finitas. Indústrias como metalúrgicas, químicas, siderúrgicas, galvanoplastia e petroquímicas são os maiores consumidores de metais em seus processos produtivos e consequentemente os maiores geradores.
Localizada em uma área de 3.600 metros quadrados na Central de Tratamento de Resíduos da Essencis, no município de Caieiras, Grande São Paulo, a unidade tem potencial de receber, inicialmente, 500 toneladas de resíduos por turno por mês. “Os clientes terão mais uma opção de destinação de seus resíduos, visando o reaproveitamento”, comenta Fernando Freitas, coordenador da unidade.
A tecnologia trata resíduos que possuem metais de valor comercial atrativo antes de sua destinação simples em aterro. Com isso, o resíduo será valorizado pela extração e venda dos metais recuperados. Do ponto de vista ambiental, a tecnologia diminui a extração de metais em minas, evitando a degradação do meio ambiente e reduz a destinação de resíduos em aterros.
Para se ter uma idéia, uma tonelada de níquel hoje vale 22.200 dólares e uma tonelada desse metal recuperado pode valer de 70% a 80% desse valor. Além disso, é um meio de sair da destinação final para a valorização, dando um caráter sustentável ao resíduo. Os preços de venda dos metais são tabelados pela London Metal Exchange.
Para o desenvolvimento do projeto foi necessário realizar testes em laboratório e em plantas industriais para comprovar as reações físico-químicas da literatura que constituem o processo. Foi realizado também um estudo de geração de resíduos contendo metais e um estudo do mercado para compra da matéria prima (metais recuperados). A idéia é valorizar os metais presentes em resíduos industriais, diferentemente da simples destinação em aterros.
A empresa investiu R$ 10 milhões na construção da unidade e tem previsão de investir mais R$ 2 milhões até 2013 em sua expansão. A tecnologia foi desenvolvida no Brasil e está patenteada pela Essencis. A companhia tem em sua missão fornecer soluções inovadoras de multitecnologia em gestão ambiental para clientes comprometidos em promover uma política de desenvolvimento sustentável.