Eletricidade

EPE: risco de déficit de energia no Sudeste é de 2,5%

Chuva no Sul do país melhora da situação dos reservatórios.

Agência Brasil
18/06/2014 12:52
EPE: risco de déficit de energia no Sudeste é de 2,5% Imagem: Free Images Visualizações: 389 (0) (0) (0) (0)

 

A forte chuva que vem atingindo o Sul do país e a melhora da situação dos reservatórios praticamente afastaram os riscos de déficit de energia no Sudeste e no país, que caíram este mês para 2,5%. A capacidade dos reservatórios da região fechou, no último dia 16, em 85,73%. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, lembrou, em entrevista à 'Agência Brasil', que em junho de 2001, ano do racionamento, o risco era 29,6%.
“O Sul vem recebendo intensa chuva desde o início de junho, o que dá alívio para os reservatórios, depois de um período atípico e seco durante o verão. Então, a gente tem como aproveitar a chuva no Sul para transferir a energia lá gerada para o Sudeste”, disse Tolmasquin. Ele comentou o Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), relativo ao período de 14 a 20 de junho, que elevou significativamente as estimativas de chuva para o Sul, melhorando a situação dos reservatórios neste mês.
Para o presidente da EPE, não há dúvida de que as condições hidrológicas no Sul melhoraram muito a situação do país do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica. “Foi importante a melhora. Hoje, estamos em situação de tranquilidade. Se antes já considerávamos que não haveria problema de abastecimento, hoje a gente já tem certeza de que não faltará energia. O nível de déficit é bastante baixo”, disse.
Tolmasquin lembrou que o país conviveu no início do ano, principalmente em fevereiro, com o pior período de sua história em termos de hidrologia, muito pior até do que em 2001, o ano do racionamento. “Em fevereiro de 2001, a energia natural fluente, ou seja, a vazão de água que entrou nos reservatórios, foi 73% da média de longo prazo. Em fevereiro último, essa vazão foi apenas 39% da média - quase a metade da água que entrou em 2001”, ressaltou.  
Segundo ele, no entanto, apesar de ter entrado metade da vazão no início deste ano, no fim de fevereiro os reservatórios estavam praticamente iguais: 35,1% em 2001 contra 35,4% em 2014. “A diferença é decorrente de estarmos hoje, estruturalmente, melhores do  que em 2001”. O presidente da EPE explicou que foi justamente essa “melhor solidez” do Sistema Integrado Nacional que permitiu ao país atravessar o momento de escassez e a crise decorrente da seca atípica. Tolmasquin lembrou ainda que entre 1996 e 2000, a capacidade instalada cresceu 24,6%, contra um aumento de consumo de 26,5%.
“Naquele período, o consumo cresceu mais do que a capacidade instalada. Entre 2001 e 2013, a capacidade instalada cresceu 72,4%, enquanto o consumo cresceu apenas 50,8%.
Citando números recentes, o presidente da empresa responsável pelo planejamento energético ressaltou a diversificação da matriz energética brasileira como fundamental para superar os problemas da falta de chuva e da queda expressiva dos reservatórios.
“Em 2001, as hidrelétricas representavam 82% da capacidade de geração de energia existente, enquanto agora, no início de 2014, passaram a representar 65%. Além disso, aumentou o número de térmicas e a capacidade de fornecimento de energia por elas, que passou de 16% para 29% da matriz. Sem falar nas eólicas [proveniente dos ventos], cujo parque responde hoje por 2% da capacidade de geração”.
Na avaliação do presidente da EPE, também foi fundamental para a superação das dificuldades o aumento do número de linhas de transmissão. Entre 1996 e 2002, foram instaladas, em média, no país, 1.562 quilômetros (km) de linhas por ano. Entre 2003 e 2013, esse volume mais que dobrou, passando, em média, para 3.710 km de linhas anualmente. “E isso aumentou enormemente o intercâmbio entre as regiões”.
Para Tolmasquin, em 2001 havia água sobrando, mas não havia transferência dessa energia para o Sudeste, “porque a capacidade de intercâmbio do Sul para a região era apenas 2.600 megawatts (MW) e hoje é 5.800 MW.
O presidente da EPE admitiu que, com os preços em queda no mercado spot (instantâneo, imediato), o governo já poderia começar a desligar algumas térmicas, mas, por uma questão de segurança, está optando por mantê-las ligadas para recompor os reservatórios e não ter surpresa. “Agora, é claro que, persistindo os dados, em algum momento isso será avaliado, “e aí começaremos a desligar as térmicas. A gente ainda está avaliando".
Tolmasquin admitiu que as térmicas a gás e os reservatórios das regiões Norte e Sul ajudaram a sustentar a demanda por energia nos piores momentos. “O Norte e o Sul é que ajudaram a segurar. E essa é a beleza do nosso sistema interligado - que é único no mundo. Em um país continental, com hidrologia e clima diferenciado, existe um sistema cooperativo em que uma região em melhor situação pode socorrer outra".
*Matéria alterada para correção de informação no primeiro parágrafo. O índice de 2,5% refere-se ao risco de déficit. A capacidade dos reservatórios fechou em 85,73% no último dia 16.

A forte chuva que vem atingindo o Sul do país e a melhora da situação dos reservatórios praticamente afastaram os riscos de déficit de energia no Sudeste e no país, que caíram este mês para 2,5%. A capacidade dos reservatórios da região fechou, no último dia 16, em 85,73%. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, lembrou, em entrevista à 'Agência Brasil', que em junho de 2001, ano do racionamento, o risco era 29,6%.

“O Sul vem recebendo intensa chuva desde o início de junho, o que dá alívio para os reservatórios, depois de um período atípico e seco durante o verão. Então, a gente tem como aproveitar a chuva no Sul para transferir a energia lá gerada para o Sudeste”, disse Tolmasquin. Ele comentou o Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), relativo ao período de 14 a 20 de junho, que elevou significativamente as estimativas de chuva para o Sul, melhorando a situação dos reservatórios neste mês.

Para o presidente da EPE, não há dúvida de que as condições hidrológicas no Sul melhoraram muito a situação do país do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica. “Foi importante a melhora. Hoje, estamos em situação de tranquilidade. Se antes já considerávamos que não haveria problema de abastecimento, hoje a gente já tem certeza de que não faltará energia. O nível de déficit é bastante baixo”, disse.

Tolmasquin lembrou que o país conviveu no início do ano, principalmente em fevereiro, com o pior período de sua história em termos de hidrologia, muito pior até do que em 2001, o ano do racionamento. “Em fevereiro de 2001, a energia natural fluente, ou seja, a vazão de água que entrou nos reservatórios, foi 73% da média de longo prazo. Em fevereiro último, essa vazão foi apenas 39% da média - quase a metade da água que entrou em 2001”, ressaltou.

Segundo ele, no entanto, apesar de ter entrado metade da vazão no início deste ano, no fim de fevereiro os reservatórios estavam praticamente iguais: 35,1% em 2001 contra 35,4% em 2014. “A diferença é decorrente de estarmos hoje, estruturalmente, melhores do  que em 2001”. O presidente da EPE explicou que foi justamente essa “melhor solidez” do Sistema Integrado Nacional que permitiu ao país atravessar o momento de escassez e a crise decorrente da seca atípica. Tolmasquin lembrou ainda que entre 1996 e 2000, a capacidade instalada cresceu 24,6%, contra um aumento de consumo de 26,5%.

“Naquele período, o consumo cresceu mais do que a capacidade instalada. Entre 2001 e 2013, a capacidade instalada cresceu 72,4%, enquanto o consumo cresceu apenas 50,8%.

Citando números recentes, o presidente da empresa responsável pelo planejamento energético ressaltou a diversificação da matriz energética brasileira como fundamental para superar os problemas da falta de chuva e da queda expressiva dos reservatórios.

“Em 2001, as hidrelétricas representavam 82% da capacidade de geração de energia existente, enquanto agora, no início de 2014, passaram a representar 65%. Além disso, aumentou o número de térmicas e a capacidade de fornecimento de energia por elas, que passou de 16% para 29% da matriz. Sem falar nas eólicas [proveniente dos ventos], cujo parque responde hoje por 2% da capacidade de geração”.

Na avaliação do presidente da EPE, também foi fundamental para a superação das dificuldades o aumento do número de linhas de transmissão. Entre 1996 e 2002, foram instaladas, em média, no país, 1.562 quilômetros (km) de linhas por ano. Entre 2003 e 2013, esse volume mais que dobrou, passando, em média, para 3.710 km de linhas anualmente. “E isso aumentou enormemente o intercâmbio entre as regiões”.

Para Tolmasquin, em 2001 havia água sobrando, mas não havia transferência dessa energia para o Sudeste, “porque a capacidade de intercâmbio do Sul para a região era apenas 2.600 megawatts (MW) e hoje é 5.800 MW.

O presidente da EPE admitiu que, com os preços em queda no mercado spot (instantâneo, imediato), o governo já poderia começar a desligar algumas térmicas, mas, por uma questão de segurança, está optando por mantê-las ligadas para recompor os reservatórios e não ter surpresa. “Agora, é claro que, persistindo os dados, em algum momento isso será avaliado, “e aí começaremos a desligar as térmicas. A gente ainda está avaliando".

Tolmasquin admitiu que as térmicas a gás e os reservatórios das regiões Norte e Sul ajudaram a sustentar a demanda por energia nos piores momentos. “O Norte e o Sul é que ajudaram a segurar. E essa é a beleza do nosso sistema interligado - que é único no mundo. Em um país continental, com hidrologia e clima diferenciado, existe um sistema cooperativo em que uma região em melhor situação pode socorrer outra".

*Matéria alterada para correção de informação no primeiro parágrafo. O índice de 2,5% refere-se ao risco de déficit. A capacidade dos reservatórios fechou em 85,73% no último dia 16.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Bacia de Santos
Seagems amplia portfólio de serviços com instalação inéd...
09/04/25
Vitória PetroShow 2025
Exploração de novos blocos poderá triplicar reservas e d...
08/04/25
Evento
Espírito Santo projeta futuro da indústria de petróleo e...
08/04/25
Rio de Janeiro
Firjan e INFIS promovem 3º Seminário de Questões Tributá...
08/04/25
Chamada Pública
Comgás abre chamada pública para aquisição de biometano
08/04/25
Relatório
ANP publica Relatório Anual 2024 com avanços em inovação...
08/04/25
MME
Mistura de 30% de etanol anidro à gasolina foi cientific...
08/04/25
Vitória PetroShow 2025
Lideranças do setor de empreendedorismo e energia convid...
06/04/25
Vitória PetroShow 2025
Márcio Felix destaca a importância estratégica do Vitóri...
05/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória Petroshow destaca o Espírito Santo como referênc...
05/04/25
PD&I
Embrapii firma primeira parceria com Engie Brasil Energi...
05/04/25
OTC 2025
OTC divulga os vencedores do prêmio Spotlight on New Tec...
04/04/25
Acordo
Petrobras e Braskem assinam acordo para estudos de captu...
04/04/25
Energia Elétrica
KPMG: Brasil é responsável por mais de 40% da demanda de...
04/04/25
Premiação
2º Prêmio Foresea de Fornecedores premia melhores empres...
04/04/25
Transição Energética
Setor de petróleo e gás reforça seu compromisso com a tr...
04/04/25
Evento
Cana Summit 2025 busca avanços e políticas eficazes em n...
04/04/25
Onshore
Produção em campos terrestres de petróleo e gás deve cre...
03/04/25
Economia
Os produtos mais voláteis do mercado e os principais fat...
03/04/25
Evento
Cana Summit: tarifaço dos EUA, PL da Reciprocidade e seg...
03/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória PetroShow 2025 dá início ao maior evento capixab...
03/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22