Os estaleiros navais de Gdansk, na Polónia, se tornarão a primeira estrutura de construção naval modificadas para apostar na energia eólica offshore, segmento que apresenta crescentes investimentos.
O processo de readaptação, que devem sofrer os estaleiros navais de toda a Europa, têm sido alvo de estudo por parte da União Europeia, e muitos especialistas apontam para a indústria eólica como uma das portas de saída para esta indústria, que tem enfrentado forte concorrência asiática.
As decisões sobre a reestruturação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que fecharam 2010 com prejuízos de 40 milhões de euros e acumulam um passivo que quase chega aos 200 milhões, foram adiadas para setembro. O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, deve se reunir com o secretário de Estado da Defesa para transmitir a "preocupação" da comunidade com a situação dos estaleiros da cidade e propor alternativas de negócio.
Enquanto que em Viana todas as hipóteses poderão estar ainda em estudo, os primeiros passos daquilo que pode ser uma "revolução" estão, de novo, a ser dados na Polónia e nos estaleiros de Gdansk. Já foi criada uma nova empresa, a GSG Towers, detida pelo estado polaco e por investidores ucranianos, que já dá resposta a algumas encomendas.
O vice-presidente da empresa, Thomas Gaardbom, disse acreditar nas condições necessárias para que o desafio que enfrentam conduza a uma aposta bem-sucedida. Para além das metas europeias de produção de energia limpa, agendadas para 2020, existe já a saturação do mercado alemão nas eólicas onshore, e que o único desenvolvimento que pode acontecer nesta área é a energia offshore. "Estamos a tentar posicionar-nos para esse mercado de offshore", assumiu Gaardbom. Os estaleiros de Gdansk se beneficiam de uma localização privilegiada no acesso às rotas marítimas através do Mar Báltico.