Brasil está entre as principais potências mundiais no segmento; palestrantes pedem investimento público e planejamento de longo prazo
Redação TN Petróleo/AssessoriaO Decreto 10.946/2022, publicado em janeiro de 2022, estabeleceu diretrizes para a geração de energia elétrica em alto mar e trouxe boas perspectivas para empresas e entidades do setor. Com condições naturais altamente favoráveis, estima-se que o potencial eólico offshore brasileiro esteja em torno de 700 GW – número quatro vezes superior à capacidade instalada do país.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o atual desafio da eólica offshore ainda é o alto investimento. Entretanto, existe a expectativa de diminuição do custo devido à evolução dos aerogeradores, que aumentaram sua potência instalada em mais de 100% nos últimos dez anos.
A lista de projetos de instalação de eólicas offshore em análise no Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já reúne 36 empreendimentos, totalizando cerca de 80,4 GW. Mesmo que a produção de energia na costa brasileira comece efetivamente em 2028, os projetos em análise já posicionaram o Brasil entre as principais potências mundiais no segmento.
Essas foram as principais conclusões do painel Eólicas: Tendências e oportunidades, apresentado agora à tarde no Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes, evento conjunto do Banco do Brasil e da Petrobras, com o apoio institucional do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Banco Central do Brasil, que teve início ontem e vai até amanhã, no Jardim Botânico no Rio.
Participaram do painel, além do moderador, Marcello Cabral da Costa, secretário-adjunto de planejamento e desenvolvimento energético do MME; Diogo Nóbrega, country manager da Copenhagen Offshore Partners; Victor Snabaits Bomfim, CEO da Vast Infraestrutura, Claudio Ribeiro, CEO da 2W Energia, e Leonardo Euler, vice-presidente da Vestas.
Diogo Nóbrega, da Copenhagen, afirmou que cada projeto offshore gera cerca de 8.664 empregos e ressaltou o potencial do Brasil na geração de energia eólica. Para um desenvolvimento bem sucedido, Nóbrega pediu atenção ao potencial de geração: “É muito planejamento e muito investimento para poder arrancar um projeto offshore do papel.”
Para o CEO da Vast, Victor Snabaits Bomfim, o Brasil ainda dá passos iniciais na geração de energia offshore, mas, apesar dos desafios, o país conta com locais promissores na costa e apresenta boa capacidade na indústria de engenharia submarina para construir projetos bem sucedidos. “O Brasil tem características que apontam para um potencial sucesso das eólicas offshore.”
A inserção de eólicas offshore no Brasil requer alta tecnologia e investimento. Entretanto, de acordo com Claudio Ribeiro, 2W Energia, "não adianta ter uma tecnologia de última geração, se o mercado não absorve”.
Para Leonardo Euler, da Vestas, a inserção da energia eólica é um processo lento, que pode ser acelerado por meio de políticas públicas direcionadas ao setor e de compromissos de investimento. “O Brasil tem que se estruturar para as offshore”, declarou.
Fale Conosco
21