<P>A Aliança Navegação já decidiu que investirá R$ 300 milhões na aquisição de quatro novos navios para cabotagem, mas esbarra nas condições para contratar estaleiros brasileiros. O gerente da Regional Sul da companhia, Renê Wlach, informou ontem, durante seminário sobre infra-estrutura ...
Jornal do Commercio - RSA Aliança Navegação já decidiu que investirá R$ 300 milhões na aquisição de quatro novos navios para cabotagem, mas esbarra nas condições para contratar estaleiros brasileiros. O gerente da Regional Sul da companhia, Renê Wlach, informou ontem, durante seminário sobre infra-estrutura realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em Porto Alegre, que cada embarcação terá capacidade para transportar 2,5 mil contêineres. O tempo de construção é de três anos.
Os estaleiros têm passivos trabalhistas e fiscais que precisam ser resolvidos para viabilizar os novos projetos, explicou o executivo. O Ministério dos Transportes acompanha o impasse em busca de uma solução. Wlach aposta na superação da dificuldade ante a meta do governo federal de impulsionar a indústria nacional de construção naval. Fabricantes novos, como o Estaleiro Rio Grande, que está sendo construído pela WTorre em Rio Grande, deve focar a demanda da Petrobras, sem espaço para pedidos de empresas privadas nos próximos anos.
A Aliança opera 117 navios no mundo, 39 deles na costa brasileira. Desse total, dez são dedicados exclusivamente à cabotagem e 29, para transporte de longo curso. As operações no País mobilizam mil funcionários, 400 embarcados e os demais em terra. Em 2007, o faturamento da companhia foi de R$ 2,2 bilhões. Wlach ressaltou a necessidade de investimentos na melhoria das condições de operação dos portos brasileiros, principal porta de entrada e saída de produtos do País, com 94% do trânsito de mercadorias.
O executivo apontou que a ampliação da frota de navios deve gerar déficit de profissionais para atuar no setor. A contratação de oficiais de marinha cresceu 67% entre 2000 e 2007. Mas já há previsão de déficit de mais de 30% da categoria. Precisamos crescer em frota de navios e infra-estrutura e pode faltar pessoal para operar o transporte, alertou Wlach. Outra preocupação da companhia, pertencente ao grupo Hamburg Süd, é a alta do bunker, óleo combustível de navio. Em 1998, a tonelada do óleo valia US$ 68 e passou a US$ 500 no ano passado. As altas do ferro no mercado mundial também devem elevar o valor de construção de navios.
As condições de operação no porto do Rio Grande, onde a Aliança movimenta 20% dos contêineres, devem melhorar a partir de outubro, com a dragagem continuada e ampliação da infra-estrutura para operação de cargas, apontou o gerente da regional Sul da Aliança. Mas não é suficiente. Empresas que operam com o transporte de cargas de cabotagem e para portos em diversas regiões do mundo contabilizam prejuízos pelas deficiências na operação de terminais.
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