Oportunidade
Redação TN Petróleo/Assessoria
O Brasil tem poucos jovens no Ensino Técnico: apenas 25% do total de matrículas no ensino médio regular fazem parte desse tipo de cursos profissionalizantes de acordo com o Censo da Educação Básica (2019). O percentual fica abaixo de outros países: México (40%) Europa (50%) e em nações como Áustria e Finlândia (mais de 70% dos estudantes fazem cursos técnicos).
Os cursos técnicos permitem aos jovens discernirem e se identificarem mais cedo com as carreiras que seguirão profissionalmente. Além disso, são uma forma de ganhar dinheiro mais cedo, começando a trabalhar logo depois de encerrar a escola.
"Os cursos profissionalizantes são uma opção para estudantes que buscam uma habilitação técnica em nível médio para a inserção no mercado de trabalho, ou para quem pretende dar prosseguimento ao ensino superior, mas com uma profissão como segunda opção", diz a coordenadora do Ensino Médio Técnico do Colégio FECAP, de São Paulo, Evelyn Cid.
Recentemente o Brasil reformou a grade do Ensino Médio. A reforma destacou o Ensino Técnico como um itinerário entre outros, que dá a opção de o aluno escolher a formação que ele quer receber, e se concentrar em estudar áreas do conhecimento que ele tenha mais afinidade.
A procura por cursos profissionalizantes cresceu no último ano, de acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2019, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O número de matrículas nos cursos técnicos, de formação inicial continuada e de qualificação profissional aumentou 0,6% em relação a 2018, com um aumento de 11.519 inscrições nessas modalidades de ensino. Com isso, são 1.914.749 matrículas ao todo no país.
De acordo com os dados do Censo da Educação Básica, dos alunos que terminam o ensino médio no Brasil, apenas 20% seguem para o curso superior, o restante vai direto para o mercado de trabalho e, atualmente, a maioria deles faz essa transição sem ter recebido formação profissionalizante: apenas 9% das matrículas são em cursos técnicos.
"Há um certo preconceito com o Ensino Técnico no Brasil. Muitos acreditam que ele não tem tanto valor como um curso superior, o que não é verdade. O curso técnico pode ser uma porta de entrada para o estudante, que depois pode iniciar uma graduação, já inserido no mercado de trabalho. A gente está vivendo a chamada indústria 4.0, a internet das coisas, a ciência de dados e a digitalização de quase tudo está aí batendo à porta. E o Brasil não tem gente para trabalhar nessas vagas. Muitas das chamadas profissões do futuro terão novas vagas nos próximos anos e poderão ser facilmente ser preenchidas por candidatos que tenham formação técnica. O Ensino Técnico pode sanar parte do problema de falta de mão de obra que existe no Brasil", completa o diretor do Colégio FECAP, Marcelo Krokoscz.
O ex-aluno do Colégio FECAP Gustavo Calixto é um exemplo de estudante que não parou ao concluir o Ensino Técnico. Formado no curso Técnico em Informática em 2017, ele optou por cursar Engenharia de Computação. Hoje, ele atua como Solution Advisor Intern em pre sales na SAP Brasil, trabalhando com o time de plataforma e tecnologia.
Sua primeira experiência profissional foi na FECAP, como estagiário no departamento de TI da Instituição. "Foi na FECAP onde eu aprendi os fundamentos de análise e desenvolvimento de sistemas. Foi lá que eu realmente pratiquei pela primeira vez conceitos que eu só tinha visto em aula e expandi meus conhecimentos em desenvolvimento web, que abriram as portas para onde eu estou hoje. Hoje na SAP eu trabalho auxiliando na criação de demonstrações e provas de conceitos, além de apresentar o portfólio de plataforma e tecnologia para os clientes, que são algumas das maiores empresas do país".
Gustavo diz que a grade do curso técnico do Colégio fundamentou a base de onde ele está hoje e uma visão muito boa de como encarar o mercado de trabalho. "Hoje é essencial entender as dores dos clientes que possuem cenários extremamente complexos para analisar qual a melhor solução para ele usando o nosso portfólio e sem a base de levantamento de requisitos que o Colégio me deu, seria impossível".
O ex-aluno diz que a época em que estudou no Colégio foi de várias descobertas. "Olhando para trás, eu vejo que os anos de FECAP provavelmente foram os melhores da minha vida. Eu tinha muito medo de errar naquela época, ainda tenho, mas estou trabalhando nisso agora durante o meu estágio na SAP (período que, apesar de estarmos em uma pandemia, pode estar concorrendo para se tornar os melhores anos da minha vida). O que eu percebo é que o sentimento que eu estou tendo na SAP, de descoberta e ampliação de perspectivas, é o mesmo que eu tive quando entrei na FECAP (só que agora num nível global, vamos dizer). E, também, estou usando a experiência que eu tive na FECAP de ter sentido que não aproveitei ao máximo as experiências pessoais, muitas vezes por conta do medo, para tentar extrair o máximo do que eu estou vivendo agora, não só no aspecto profissional, mas também no aspecto pessoal... Então foi na FECAP que eu aprendi que eu era do tamanho dos meus sonhos e isso me permitiu chegar hoje aonde eu estou", finaliza.
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