Investimento

Energia solar é grande aposta de petrolífera japonesa

Valor Econômico
29/11/2010 10:02
Visualizações: 1007
Quando a nova fábrica de painéis solares da Solar Frontier KK no sul do Japão estiver funcionando a pleno vapor, em julho, a empresa, atualmente pouco conhecida, vai subir ao topo da crescente indústria de energia solar, com uma fábrica capaz de produzir mais células fotovoltaicas do que qualquer outra no mundo.


Mas o que torna a Solar Frontier peculiar é que sua controladora é uma das maiores petrolíferas do Japão, a Showa Shell Sekiyu KK. Enquanto grandes petrolíferas como a britânica BP PLC e a anglo-holandesa Royal Dutch Shell PLC estão reduzindo seus investimentos em energia solar, a refinaria japonesa está a poucos meses de inaugurar sua fábrica de painéis de energia solar de 100 bilhões de ienes (cerca de US$ 1,25 bilhão) no Município de Miyazaki.


"Sabemos que a indústria petrolífera não vai desaparecer hoje nem amanhã. Mas se não aproveitarmos essa oportunidade em energia solar, achamos que não vamos ter outra chance", diz Shigeaki Kameda, diretor-presidente da Solar Frontier.


A BP parou de fabricar suas próprias células solares nos Estados Unidos este ano, alegando que podia reduzir mais os custos usando painéis fabricados por parceiras. A Shell, que é dona de um terço da Showa Shell, mas não está envolvida no setor de energia solar da empresa japonesa, decidiu colocar seu foco em energia alternativa nos biocombustíveis.
 

A Showa Shell, entretanto, afirma que espera que a Solar Frontier passe à lucratividade no próximo ano graças à nova fábrica em Miyazaki e sua produção anual de 900 megawatts de células fotovoltaicas. A Showa Shell prevê que sua divisão de energia solar responda por 50% do lucro da empresa até 2014, com um lucro antes de impostos de 50 bilhões de ienes.
 


O investimento da Showa Shell em energia solar é uma maneira de a empresa se ajustar à queda da demanda por petróleo no Japão, uma tendência que deve continuar, dada a economia enfraquecida do país, o envelhecimento de sua população, a adoção dos carros híbridos e a mudança rumo ao gás natural, que é menos poluente, para geração de eletricidade.


A Showa Shell, que responde por cerca de 12% da capacidade de refino de petróleo do Japão, planeja reduzir sua capacidade em aproximadamente 20% no próximo ano.


Mas canalizar o lucro da operação de refino de petróleo, que ainda dá dinheiro, para as operações de energia solar da Showa Shell é uma aposta. A Nippon Oil Corp., que virou parte da JX Holdings Inc., tinha feito uma joint venture com a Sanyo Electric Co. para construir uma fábrica de células solares até março. O plano foi engavetado, entretanto, por causa da queda dos preços de painéis solares depois que uma enxurrada de novos participantes no mercado intensificou a concorrência.


O Credit Suisse rebaixou recentemente várias ações de empresas de energia solar, expressando a preocupação de que a demanda não vai acompanhar o crescimento da oferta.


E muitas empresas industriais japonesas, contentes em manter a liderança tecnológica com células de energia solar altamente eficientes, perderam mercado para painéis menos eficientes - e mais baratos - feitos por concorrentes alemãs e chinesas.


"Como foi que as empresas japonesas perderam a liderança em semicondutores, televisores com telas de cristal líquido e celulares? Foi porque elas não agiram rápido o bastante para assumir riscos e expandir seu negócio", disse Kameda, que assumiu o comando da divisão de energia solar da Showa Shell em 2006 depois de uma carreira de 35 anos no setor petrolífero. "O mundo quer um produto bom e barato. Mas o Japão parece estar focado em fornecer produtos bons, mas caros."


A Solar Frontier se especializa em células CIS de filme fino, que são feitas de cobre, índio e selênio. Elas custam menos do que as células cristalinas feitas de silício, que são mais grossas e mais eficientes na conversão da luz em eletricidade.


Mas espera-se que o setor de filme fino cresça mais rápido à medida que sua eficiência energética melhore e a produção em massa reduza ainda mais o seu preço.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Petrobras
Brasil avança para atender demanda de combustível susten...
29/12/25
Leilão
Petrobras coloca em leilão online as plataformas P-26 e P-19
29/12/25
Automação
A capacitação da tripulação e a conectividade são os ver...
29/12/25
Royalties
Valores referentes à produção de outubro para contratos ...
24/12/25
PD&I
ANP aprimora documentos relativos a investimentos da Clá...
23/12/25
CBios
RenovaBio: prazo para aposentadoria de CBIOS por distrib...
23/12/25
GNV
Sindirepa aguarda redução no preço do GNV para o início ...
23/12/25
Apoio Offshore
OceanPact firma contrato de cerca de meio bilhão de reai...
23/12/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras debatem infraestrutura e ...
23/12/25
Drilling
Foresea é eleita a melhor operadora de sondas pela 4ª ve...
22/12/25
Certificação
MODEC celebra 10 anos da certificação de SPIE
22/12/25
Pré-Sal
ANP autoriza início das operações do FPSO P-78 no campo ...
22/12/25
IBP
Congresso Nacional fortalece papel da ANP
22/12/25
E&P
Investimento para o desenvolvimento do projeto Sergipe Á...
19/12/25
Bahia Oil & Gas Energy
Bahia Oil & Gas Energy abre inscrições para atividades t...
19/12/25
PPSA
Produção em regime de partilha ultrapassa 1,5 milhão de ...
19/12/25
Petroquímica
Petrobras assina novos contratos de longo prazo com a Br...
19/12/25
Energia Eólica
ENGIE inicia operação comercial total do Conjunto Eólico...
18/12/25
Parceria
Energia renovável no Brasil: Petrobras e Lightsource bp ...
18/12/25
Biorrefinaria
Inpasa anuncia nova biorrefinaria em Rondonópolis (MT) e...
18/12/25
iBEM26
Startup Day vai mostrar tendências e inovações do setor ...
17/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.