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Empresas globais reduzem interesse em fusões e aquisições, aponta estudo

Estudo promovido pela Ernst & Young com mais de mil executivos ao redor do mundo apontou que mesmo com a retomada das condições favoráveis para processos de fusão e aquisição, o número de empresas com alcance global em busca de aquisições em comparação com o semestre passado teve reduçã

Redação
19/10/2010 13:29
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Estudo promovido pela Ernst & Young com mais de mil executivos ao redor do mundo apontou que mesmo com a retomada das condições favoráveis para processos de fusão e aquisição, o número de empresas com alcance global em busca de aquisições em comparação com o semestre passado teve redução.


Segundo a pesquisa Capital confidence barometer, que tem duas edições a cada ano, 29% dos executivos dos mil entrevistados apontaram que suas empresas têm interesse em fusões e aquisições, enquanto que no último levantamento, em abril, o número era de 38%. A queda acontece apesar de apenas 16% dos entrevistados apontarem que as empresas onde atuam enfrentam dificuldades em buscar fusões e aquisições, em comparação com 40%, percentual identificado um ano atrás.

 

Conduzida em setembro, a pesquisa também identificou maior otimismo entre executivos quando questionados sobre suas próprias organizações e as perspectivas econômicas dos países onde atuam. No entanto, o estudo apontou pessimismo para o quadro global, com citação de temas como aumentos de impostos, disputas cambiais, medidas de austeridade e questões regulatórias. Segundo os executivos, esses aspectos minam a confiança na economia global e reduzem o interesse por fusões e aquisições.

 

Quando a comparação é feita em relação a estudo do ano passado, o grau de disposição é maior. Metade dos entrevistados se disseram aptos a participar de uma aquisição a curto prazo, número 36% maior do que em 2009. O potencial de mercados emergentes também é ressaltado pelo estudo, já que a maioria dos executivos que afirmam possibilidade de participar de aquisições citam esses países.

 

Para Carlos Asciutti, sócio da área de transações da Ernst & Young Terco, o Brasil é destaque no destino de investimentos internacionais para fusões e aquisições, colocando-se no topo do ranking entre os BRICs.

 

 

Foco nos mercados emergentes

A maioria das companhias afirma que é fundamental uma estratégia para os mercados emergentes para que cresçam e planejem processos de fusão e aquisição. Um terço (31%) dos entrevistados afirmou existir a possibilidade de se comprometerem ou estudarem aquisições em mercados emergentes nos próximos seis meses. Em contraste, o interesse em aquisições nos demais mercados se manteve igual.

 

Mais da metade daqueles que planejaram investir em mercados emergentes pretendem participar por meio de joint-ventures ou alianças estratégicas. “As companhias estão buscando oportunidades nos mercados emergentes, onde a possibilidade de crescimento é maior em comparação com as economias desenvolvidas. Além disso, há uma certa tendência das empresas explorarem algum tipo de joint-venture ou acordos de aliança estratégica em mercados onde os riscos são considerados maiores”, afirma o sócio da Ernst & Young Terco.

 

Melhores condições de crédito

Segundo o estudo, na comparação com abril, 67% dos executivos consultados demonstram confiança nas perspectivas econômicas de seus países. Os níveis de confianças na Índia (92%) e China (82%) permanecem altos quando comparados com seis meses atrás.  A Austrália, que ocupava a liderança entre os países mais otimistas, deixou a lista dos cinco primeiros. Rússia (com crescimento do índice de confiança de 47% para 89%) e Alemanha (de 64% para 84%) passaram a ocupar as cinco primeiras posições. A França, por outro lado, teve uma queda no índice de confiança, passando de 66% para 44% e o Brasil passou de 83% para 69%.

 

Em contraste, a visão sobre a economia global está menos otimista, com 34% dos executivos afirmando que a recuperação irá acontecer nos próximos 12 meses, quando esse indicador era de 40% em abril.

 

Mais da metade (58%) dos executivos disseram que as condições de crédito são melhores hoje do que em abril. Por outro lado, o quadro global é desigual. Entre os Brics, a maioria dos executivos disse que a situação melhorou, mas nos EUA e Reino Unido, apenas 47% e 33%, respectivamente, observaram evolução.

 

O aumento da capacidade das empresas em investir em seus negócios é reforçado pelo maior acesso ao crédito. Baixas taxas de juros ampliaram a atratividade para contratação de empréstimos e os bancos têm demonstrado interesse em oferecer boas condições às companhias.

 

Entre as empresas que pretendem se envolver em processos de fusão e aquisição, 61% planejam fazer investimentos com recursos próprios e empréstimos bancários, enquanto outras formas de financiamento sejam menos citadas. O resultado desse quadro é que 52% das empresas não precisam refinanciar empréstimos ou outros financiamentos, um acréscimo de 10% em relação a abril. Entre as companhias que apontaram não precisar de refinanciamento, 63% planejam obter recursos dessa forma no ano.

 

Risco e retorno

 

Para Asciutti, o cenário pode representar riscos, mas também pode trazer grandes retornos. “A forma como as organizações gerenciam seu capital hoje é que definirá a sua posição competitiva amanhã”, disse.

 

 

Sobre o Capital Confidence Barometer

 

O estudo Capital Confidence barometer é realizado com mais de mil executivos sênior de grandes companhias ao redor do mundo e em diversos setores econômicos. O objetivo é aferir a confiança no cenário econômico para que apontem prioridades para o período de um ano, e identificar as práticas que irão distinguir as práticas das empresas com vantagens competitivas no cenário global.
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