Jornal do Commercio
A Eletrobrás buscará financiamentos de R$ 7 bilhões para a construção da Usina Nuclear Angra 3; os recursos serão repassados à Eletronuclear, responsável pela obra. De acordo com o chefe da Divisão de Relações com Investidores da companhia, Arlindo Soares Castanheira, parte do do dinheiro - R$ 4 bilhões - será solicitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Castanheira disse que o pedido de empréstimo ao BNDES não foi protocolado. O executivo divulgou a informação em teleconferência, ontem, para comentar os resultados da Eletrobras no primeiro semestre, divulgados na terça-feira à noite.
A construção de Angra 3 representa a retomada do programa nuclear brasileiro, que ficou parado por duas décadas. Neste ano, o governo demonstrou interesse em dar seqüência ao projeto.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) impôs diversas condições à liberação da licença para construção da usina, como a de resolver definitivamente a questão da destinação do lixo nuclear produzido na usina; contratação de empresa independente para o monitoramento da radiação; solução para os problemas de saneamento básico de Angra dos Reis e Parati; e adoção do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Castanheira disse que a Eletrobrás não tem interesse em alimentar a discussão entre os consórcios participantes da licitação da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira.
Segundo ele, o governo vai evitar a "judicialização" do caso e pretende chegar a acordo com as companhias privadas componentes dos consórcios. "O interesse do país é em ter energia. Vamos chegar a denominador comum", disse.
O leilão foi vencido pelo consórcio liderado pela franco-belga Suez, mas a Odebrecht entrou com interpelação judicial. A companhia alega que foi prejudicada com a mudança de local da barragem, transferida para nove quilômetros acima no Rio Madeira.
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