<p>Convicto do fim da crise econômica global e da ascensão da China como motor de crescimento do mundo, o empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX, acelera projetos e negócios de olho na recuperação dos mercados de commodities e energia, incluindo o
Valor EconômicoConvicto do fim da crise econômica global e da ascensão da China como motor de crescimento do mundo, o empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX, acelera projetos e negócios de olho na recuperação dos mercados de commodities e energia, incluindo o pré-sal. Batista programa investir US$ 10,3 bilhões de 2009 a 2012 em suas cinco empresas - MMX, de mineração; LLX, logística; MPX, energia; OGX de petróleo e gás; e a recém-criada OSX, um estaleiro em Santa Catarina.
Só em sondagens de 52 poços exploratórios de petróleo serão gastos US$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos, de um total de US$ 4 bilhões a serem aportados na OGX até 2012, disse o empresário em entrevista ao Valor, adiantando que espera fechar até novembro a venda de participações minoritárias da MMX para chineses da siderúrgica Wuhan.
O empresário disse que está "megacapitalizado" para tocar os empreendimentos. A companhia conta com US$ 9,2 bilhões em caixa, sendo US$ 6,2 bilhões das quatro empresas de capital aberto e US$ 3 bilhões da holding EBX. E informou que ainda pode contar com captação de recursos do BNDES, que já é sócio minoritário da LLX. Também tem oferta de empréstimos do Chinese Development Bank (CDB), instituição financeira que, segundo revelou Batista, tem planos de abrir ainda este ano um escritório no Rio. Outra fonte de dinheiro para o grupo EBX é a bolsa de valores.
Com a retomada dos negócios no mercado de capitais, o empresário e sua equipe estudam uma possível operação de abertura de capital da sua mais nova empresa, a OSX - OffShore Services X, futuro estaleiro a ser instalado em Santa Catarina, ao custo de US$ 1 bilhão. O projeto começou a ser desenhado em 2008, as obras devem começar em 2010 e está programado para entrar em operação até o fim de 2011. O IPO da OSX pode vir a acontecer no início de 2010.
No universo de negócios da EBX, Batista prefere não eleger um foco de atuação definido, mas não esconde que mira o mercado de petróleo e gás, pois antevê que ele será impulsionado nos próximos anos pelo pré-sal brasileiro. A perspectiva favorável levou Batista a partir para a construção do estaleiro. A OSX deve contar com transferência de tecnologia da coreana Hyundai, que pode vir a ser sócia minoritária do OSX com 10%, como adiantou Batista. As negociações estão em curso. Os coreanos dominam a tecnologia de construção naval no mundo.
A OGX, que adquiriu a concessão de 21 blocos de petróleo em águas rasas na Nona Rodada de Licitação da ANP em 2007, nas bacias de Santos, Campos, Espírito Santos e Pará-Maranhão, iniciou em agosto o processo de perfuração de seus blocos. O primeiro a ser perfurado foi o bloco BM-S-29, na bacia de Santos, conhecido como Abacate-1, operado pela petroleira dinamarquesa Maersk Oil. Nos próximos dias a empresa parte para perfurar o bloco BMC- 43, o denominado projeto Vesúvio, um dos sete blocos que possui na bacia de Campos. Este será o primeiro furo da OGX como operadora.
Até fim de outubro, a petroleira vai receber a segunda avaliação de recursos de seus blocos de petróleo no processo 3D (terceira dimensão) da consultoria americana DeGolyer & MacNaughton. Na primeira avaliação a consultoria certificou 4,8 bilhões de barris como recursos potenciais da OGX, considerando uma taxa de risco conservadora de 27%. Batista acredita que o resultado da nova avaliação de volume de recursos potenciais da OGX será maior.
Na MMX Mineração e Metálicos S.A, mineradora do grupo, o plano é aplicar US$ 1,03 bilhão para expandir a produção da MMX Sudeste dos atuais 8,7 milhões de toneladas para 33,7 milhões de toneladas de minério de ferro até 2013. Mas, a expectativa maior no curto prazo é fechar até novembro a venda de 9% da MMX Mineração e Metálicos S/A e 23% da MMX Sudeste (subsidiária), envolvendo US$ 400 milhões. Neste momento, 41 chineses da Wuhan estão fazendo "due dilligence" nas minas de Serra Azul - AVG e Minerminas e Bomsucesso - e na MMXSudeste para averiguar o potencial das jazidas e a qualidade do minério de ferro que lhes está sendo vendido.
Se a venda para a Wuhan se concretizar, a holding MMX planeja uma operação de aumento de capital onde cederá parte de seus 65% na empresa para a Wuhan encaixar os 9% de participação que terá na companhia. A MMX terá sua fatia diluída ficando com 56% da holding de mineração. A oferta será aberta a participação dos minoritários.
A Wuhan também tem planos para construir uma siderúrgica na retroárea industrial do Porto Açu, da LLX. Batista disse que o projeto da usina prevê produção de 5 milhões de toneladas ano de aço bruto. O empreendimento pode ter como sócios minoritários a EBX e o BNDES.
Na logística, onde atua a LLX Açu e LLX Sudeste, a programação é gastar US$ 740 milhões na implantação do porto do Sudeste, em Itaguaí, e US$ 1,6 bilhão em Porto Açu. Eike Batista aposta que o porto do Sudeste, que será a saída logística do minério de ferro da MMXSudeste, poderá levar a uma unificação destas duas empresas (MMX e LLXSudeste). O porto, que conta com a ferrovia MRS passando perto, na sua visão, em breve pode tornar-se uma solução natural para o problema de outras grandes mineradoras instaladas em Minas Gerais, que não têm por onde escoar seu minério. Elas podem tornar-se acionistas potenciais do terminal valorizando a futura empresa.
A empresa de energia do grupo EBX, a MPX, vai contar com mais de US$ 2 bilhões para colocar em operação as térmicas de Itaqui e Pecém II em 2011 e 2012. As três térmicas do grupo (incluindo Pecém I) vão ter potência estimada em 1,4 mil MW. O plano de Batista é abastecê-las com carvão térmico das minas que adquiriu na região de La Guajira, na Colômbia.
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