Redação/Assessoria
A juíza Fabiana Baldino, da 2ª Vara Cível de Rio Grande, homologou na última sexta-feira (17) o plano de recuperação judicial da Ecovix, que havia sido aprovado na assembleia geral de credores (AGC) no fim de junho. A partir de agora, poderá ser feita a reorganização societária com a criação de uma unidade produtiva isolada (UPI). Segundo a Ecovix, a legislação permite que uma empresa em processo de recuperação seja vendida sem que o comprador assuma as dívidas. A empresa acredita que esse modelo torna a venda mais fácil e valoriza o ativo. O argumento é que os credores poderão receber parte de seus créditos mediante a alienação da unidade, em especial a classe trabalhista.
Utilizados para o pagamento de tributos e demais dívidas do grupo, os materiais remanescentes no patrimônio seguirão com administração, venda e organização do grupo Ecovix, mesmo se houver a alienação da UPI. A empresa planeja ter atividades em Rio Grande além da montagem de unidades marítimas. "A homologação do plano descortina um cenário muito favorável ao estaleiro. Entendemos que possíveis investidores, com quem temos avançado nas conversações, se sintam mais confortáveis em desenvolver seus projetos em parceria com a empresa. É mais um passo na nossa retomada", afirmou Ricardo Ávila, diretor operacional da Ecovix.
A Ecovix entrou com pedido de recuperação judicial no final de 2016, depois de a Petrobras ter cancelado contratos para a montagem de plataformas de petróleo. Ao todo, foram entregues cinco unidades. De acordo com Laurence Medeiros, sócio da Medeiros & Medeiros Administração Judicial, que conduziu o caso, essa recuperação judicial envolve os interesses de milhares de credores, contratos com discussões extremamente complexas, além da questão social de toda a região. De acordo com Medeiros, a homologação representa uma importante etapa vencida. “Após a realização de assembleias de credores e rodadas de negociações, a homologação do plano marca o início a uma nova fase no processo, com a implementação e o cumprimento das obrigações assumidas perante os credores”, declarou.
A Ecovix pretende ingressar nas seguintes áreas: atividade portuária, com atracação de embarcações e movimentação de cargas; reparos em plataformas petrolíferas e embarcações; processamento de aço para a indústria metalmecânica; e finalização da plataforma P-71, considerada essencial para a continuidade das atividades do estaleiro. O grupo contratou uma consultoria especializada que elaborou um estudo para avaliar a potencialidade da operação.
A empresa diz que a movimentação de carga – que precisará de autorização do governo estadual e órgãos reguladores – não afetará a operação naval. O processamento de aço, corte e dobra, por exemplo, poderá ser feito em paralelo, utilizando os equipamentos instalados no estaleiro. Na área do dique seco, a Ecovix prospecta interessados no mercado para finalizar a P-71, que estaria 30% montada. Outra opção de utilização do local é a manutenção e reparo de estruturas marítimas. Por ter um dos maiores diques secos do país, o estaleiro é capaz de abrigar plataformas que precisam de rápida manutenção e limpeza.
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