Avaliação

Economistas sugerem mudança na política macroeconômica e investimento em infraestrutura

Dados são da Moody's.

Agência Brasil
04/10/2013 12:09
Visualizações: 765 (0) (0) (0) (0)

 

O economista Silvio Campos Neto, da empresa de consultoria Tendências, defendeu hoje (3) que o cenário de vulnerabilidade da economia brasileira apontado pela agência de classificação de risco Mood'ys mostra a necessidade de mudanças na política macroeconômica.
Na noite de ontem (3), a Moody's reduziu a perspectiva da nota da dívida soberana do Brasil de positiva para estável. A decisão repercutiu no mercado durante todo esta quinta-feira. Segundo a agência, a redução deve-se à deterioração da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e a menores taxas de investimentos.
Na avaliação de Campos Neto, é preciso, principalmente, reduzir as concessões de crédito para os bancos públicos já que isso implica aumento da dívida pública. O economista observou que, ao reduzir a perspectiva da nota da dívida soberana do Brasil de positiva para estável, a agência ratificou um sentimento já presente no mercado de “uma piora nas condições econômicas do país de modo que o risco hoje é muito mais no sentido de um rebaixamento de um rating [nota de classificação] do que de uma elevação”.
Ele lembrou que os resultados ruins dos últimos três anos já têm provocado queda na entrada de capitais e até uma certa fuga desses capitais, cujo efeito é a desvalorização de ativos. Mesmo com pequena melhora do cenário no segundo trimestre, Campos Neto avalia que “há um consenso de que temos uma política excessivamente intervencionista com aspectos de deterioração das contas públicas, das decisões fiscais e da própria política monetária, que, hoje, já não busca mais a meta de inflação”.
Para o analista, é até possível uma melhora da economia no curto prazo, mas, olhando para o futuro, avalia que as empresas não se sentem tão seguras para tomar decisões relativas a investimentos. Na projeção dele, neste ano, pode-se chegar a um crescimento de 2,4% no PIB e de 2,1%, em 2014.
Já o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) e da Ordem dos Economistas, Manuel Enriquez Garcia, considera que o Brasil tem chances de reverter a posição colocada pela Moody's. Mais do que um alerta aos investidores, os pontos desfavoráveis, na opinião do economista, servem como um alerta para que as autoridades brasileiras possam tomar medidas de retomada do crescimento econômico. Ele acentuou que, em seu comunicado, a agência mostrou que “hoje ainda é excelente a capacidade de o Brasil honrar os seus compromissos”.
Para Garcia, a Moody's levou em consideração o baixo crescimento da economia. Ele acredita que os investimentos em infraestrutura são a saída para mudar essa posição porque a estratégia de estimular o consumo das famílias já se esgotou. “O governo parece que acordou pois está tentando fazer uma série de leilões, de concessões de obras públicas”, ressaltou.
O economista Samy Dana, da Fundação Getulio Vargas (FGV), considerou a avaliação da Moody's como preocupante e algo que pode significar a fuga de investidores. “Os fundos de pensão americanos, que têm trilhões de dólares, têm por regra investir apenas em países com determinado grau de risco. Com esse rebaixamento, a gente perde o interesse desses fundos e, consequentemente, perde a entrada de dólares”, avalia.
Além disso, Dana destacou a possibilidade de influência negativa na decisão de empresários em investir em atividades produtivas no Brasil. A curto prazo, ele não vê medidas que possam reverter esse cenário. O economista também considera que é preciso ter mais investimentos em infraestrutura e defende ainda uma antiga reivindicação do setor privado, de uma profunda reforma tributária.

O economista Silvio Campos Neto, da empresa de consultoria Tendências, defendeu ontem (3) que o cenário de vulnerabilidade da economia brasileira apontado pela agência de classificação de risco Mood'ys mostra a necessidade de mudanças na política macroeconômica.


Na noite de ontem (3), a Moody's reduziu a perspectiva da nota da dívida soberana do Brasil de positiva para estável. A decisão repercutiu no mercado durante todo esta quinta-feira. Segundo a agência, a redução deve-se à deterioração da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e a menores taxas de investimentos.


Na avaliação de Campos Neto, é preciso, principalmente, reduzir as concessões de crédito para os bancos públicos já que isso implica aumento da dívida pública. O economista observou que, ao reduzir a perspectiva da nota da dívida soberana do Brasil de positiva para estável, a agência ratificou um sentimento já presente no mercado de “uma piora nas condições econômicas do país de modo que o risco hoje é muito mais no sentido de um rebaixamento de um rating [nota de classificação] do que de uma elevação”.


Ele lembrou que os resultados ruins dos últimos três anos já têm provocado queda na entrada de capitais e até uma certa fuga desses capitais, cujo efeito é a desvalorização de ativos. Mesmo com pequena melhora do cenário no segundo trimestre, Campos Neto avalia que “há um consenso de que temos uma política excessivamente intervencionista com aspectos de deterioração das contas públicas, das decisões fiscais e da própria política monetária, que, hoje, já não busca mais a meta de inflação”.


Para o analista, é até possível uma melhora da economia no curto prazo, mas, olhando para o futuro, avalia que as empresas não se sentem tão seguras para tomar decisões relativas a investimentos. Na projeção dele, neste ano, pode-se chegar a um crescimento de 2,4% no PIB e de 2,1%, em 2014.


Já o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) e da Ordem dos Economistas, Manuel Enriquez Garcia, considera que o Brasil tem chances de reverter a posição colocada pela Moody's. Mais do que um alerta aos investidores, os pontos desfavoráveis, na opinião do economista, servem como um alerta para que as autoridades brasileiras possam tomar medidas de retomada do crescimento econômico. Ele acentuou que, em seu comunicado, a agência mostrou que “hoje ainda é excelente a capacidade de o Brasil honrar os seus compromissos”.


Para Garcia, a Moody's levou em consideração o baixo crescimento da economia. Ele acredita que os investimentos em infraestrutura são a saída para mudar essa posição porque a estratégia de estimular o consumo das famílias já se esgotou. “O governo parece que acordou pois está tentando fazer uma série de leilões, de concessões de obras públicas”, ressaltou.


O economista Samy Dana, da Fundação Getulio Vargas (FGV), considerou a avaliação da Moody's como preocupante e algo que pode significar a fuga de investidores. “Os fundos de pensão americanos, que têm trilhões de dólares, têm por regra investir apenas em países com determinado grau de risco. Com esse rebaixamento, a gente perde o interesse desses fundos e, consequentemente, perde a entrada de dólares”, avalia.


Além disso, Dana destacou a possibilidade de influência negativa na decisão de empresários em investir em atividades produtivas no Brasil. A curto prazo, ele não vê medidas que possam reverter esse cenário. O economista também considera que é preciso ter mais investimentos em infraestrutura e defende ainda uma antiga reivindicação do setor privado, de uma profunda reforma tributária.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Negócio
ANP fará consulta e audiência públicas sobre atualização...
12/06/25
RenovaBio
ANP aprova nova norma para certificação de biocombustíveis
12/06/25
E&P
ANP aprova resolução com requisitos para cumprimento do ...
12/06/25
Bahiagás
Luiz Gavazza destaca expansão da Bahiagás e protagonismo...
12/06/25
Evento
SP Offshore 2025: segunda edição impulsiona nova fase da...
12/06/25
ANP
PRH-ANP: resultado final da edição 2025 será divulgado e...
12/06/25
Pessoas
Ana Lia Ferrero é a nova CEO da Prime Energy
11/06/25
Energia Eólica
Complexo Eólico Ventos de São Zacarias é inaugurado na d...
11/06/25
Parceria
ORPLANA e IAC firmam parceria para inovação e sustentabi...
11/06/25
Internacional
Brasil recebe o principal evento global de hidrogênio a ...
11/06/25
Pré-Sal
ABB vai fornecer elétrica e automação para próxima geraç...
10/06/25
Fertilizantes
Petrobras produz primeiro lote de ARLA 32 na Ansa, em Ar...
10/06/25
Evento
Fenasucro & Agrocana 2025 reforça compromisso ambiental ...
10/06/25
Internacional
Petrobras apresenta declaração de interesse em blocos ex...
10/06/25
Firjan
Edição especial do Anuário do Petróleo no Rio, da Firjan...
09/06/25
E&P
ANP publica painel dinâmico de atividades e investimento...
09/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Bahia Oil & Gas Energy consolida sua relevância para o setor
09/06/25
Mercado
ANP altera formato para acompanhamento ao vivo das reuni...
09/06/25
Reconhecimento
Posidonia conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro GHG...
09/06/25
Nota
IBP alerta governo federal: aumento na alíquota de Parti...
09/06/25
Etanol
Anidro cai 3,65% e hidratado recua 2,33% na quarta seman...
09/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22